O QUESTIONAMENTO DAS SEITAS À IGREJA CATÓLICA

A IGREJA CATÓLICA E AS SEITAS:
TEMAS EXTRAÍDOS DO LIVRO «OS CRISTÃOS PERGUNTAM»
1. O Nome de Deus. A Santíssima Trindade. Jesus Cristo é Deus. O Espírito Santo é Deus;
2. O Sábado e o Domingo;
3. A Virgem Maria e os irmãos de Jesus;
4. A Verdadeira Igreja de Cristo. Os Santos e as Imagens.
5. O Alimento Impuro. A Alma não é o Sangue. A Superstição e Magia.
1 – INTRODUÇÃO
A fim de ter em mãos dados para responder algumas questões normalmente levantadas pelas seitas em Cabo Verde extraído do livro «Os Cristãos Perguntam», vamos reflectir sobre «A Igreja Católica e as Seitas» com um total de cinco temas, a saber: 1.º – O Nome de Deus. A Santíssima Trindade. Jesus Cristo é Deus. O Espírito Santo é Deus; 2.º – O Sábado e o Domingo; 3.º – A Virgem Maria e os irmãos de Jesus; 4.º – A Verdadeira Igreja de Cristo. Os Santos e as Imagens; 5.º – O Alimento Impuro. A Alma não é o Sangue. A Superstição e Magia.
2 – O NOME DE DEUS, A SANTÍSSIMA TRINDADE, JESUS CRISTO É DEUS, ESPIRITO SANTO É DEUS.
1. O NOME DE DEUS
Quem é Deus? – DEUS É O CRIADOR – Deus é o Todo Poderoso, o Senhor da vida, o Criador de tudo quanto existe (Génesis cap. 1.º). DEUS É ETERNO – Deus nunca nasceu, nunca ficará velho, nunca morrerá, Deus é aquele que é, nunca muda. Em Deus «não há mudança nem sombra de variação» (Tiago 1,17). DEUS É IMENSO – Deus está em toda a parte, vê-nos e cuida de nós. Diz o salmista: «Para onde fugirei (para me afastar) da Vossa presença? Se subir aos céus, Vós ali estais; se descer aos infernos, lá Vos encontrais; se tomar as asas da aurora e habitar nos confins do mar, ainda ali me guiará a Vossa mão, e a Vossa mão me sustentará» (Salmo 138,7-12). DEUS É OMNISCIENTE – Deus sabe tudo: o passado, o presente e o futuro, «O Senhor é um Deus de Sabedoria, só Ele sabe descobrir as vossas acções (I Samuel 2,3). DEUS É AMOR – Foi assim que O definiu S. João: – «Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele» (1 João 4,16). «Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor» (1João 4,8). – DEUS É ESPÍRITO – «Deus é espírito, e os Seus adoradores devem adorá-lO em espírito e verdade» (João 4,24). Deus não tem corpo. – DEUS É UM SÓ – «Ouve, Israel: O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor» (Marcos 12,29; Deuteronómio 6,4; 32,39). «Sabemos todos que o ídolo não é nada neste mundo, e que não há outro Deus senão um só» (1Coríntios 8,4). A tentação do homem foi sempre dizer que Deus não existe. Já o demónio tentou Adão e Eva, dizendo: – «Sereis como Deus» (Génesis 3,5). O homem, conduzido pelo Espírito do Mal, quer libertar-se, a todo o custo, de Deus e tomar o seu lugar. O homem que assim procede perdeu a razão. A própria razão humana exige um Deus Criador, Justo e Bom: – Como se pode construir uma casa sem operários? – Como pode um relógio trabalhar sem um relojoeiro? – Como pode existir o céu e a terra sem um Criador? – Porque rói a consciência aos que fazem mal? – Porque vivem em paz e aliviados os que se apoiam em Deus? – Porque vivem na incerteza e preocupados os que negam a Deus? – Quem fará justiça a tantas vítimas inocentes? – Porque temos um desejo tão grande de felicidade e, na terra, nada há que o satisfaça? (Só Deus pode encher o coração do homem). Se disserem: Eu nunca vi Deus, portanto não existe, perguntamos: Será que só existe aquilo que vemos? Quem já viu o vento? Quem já viu o pensamento? Quem já viu o amor, a dor…? Diz a Bíblia: – «Deus resiste aos orgulhosos, mas dá a sua graça aos humildes» (Tiago 4,6 e 1Pedro 5,5). Deus revela-se aos pequeninos e põe de lado os que se consideram sábios e entendidos (Mateus 11,25 e Romanos 1,18-25)
O verdadeiro Nome de Deus – COM QUE NOMES É CHAMADO DEUS NO ANTIGO TESTAMENTO? – No Antigo Testamento, o único Deus Verdadeiro é chamado por vários nomes: ELOIM = Deus (é o nome que aparece logo no 1.º capítulo do Génesis; é assim que está no hebraico; ELYON = Altíssimo; EL SADAY = Omnipotente; JAVÉ ou IAVÉ ou Jeová(?) = «Ele é» ou «O que é».
ONDE É QUE, NA BÍBLIA, DEUS REVELA O SEU NOME AO POVO HEBREU, PARA QUE O DISTINGA DOS FALSOS DEUSES DOS POVOS VIZINHOS?
A revelação do nome do único Deus verdadeiro vem no livro do Êxodo, (3,13-15): «Moisés disse a Deus: Quando eu for ter com os filhos de Israel e lhes disser que o Deus dos seus pais me enviou para junto deles, se me perguntarem qual o Seu Nome, que lhes responderei? Deus disse então a Moisés: Responderás o seguinte: EU SOU AQUELE QUE SOU. E acrescentou: Assim falarás aos israelitas: o EU SOU envia-me a vós!»
COMO DESIGNAVAM OS HEBREUS O DEUS QUE SE CHAMA A SI MESMO «EU SOU AQUELE QUE SOU» OU SÓ «EU SOU»?
Designavam-n’O pelo nome de IAVÉ (Êxodo 3,15; 6,3-9; etc.). IAVÉ é uma forma do verbo ser, transformada em nome próprio.
QUE QUIS DIZER DEUS AO CHAMAR-SE «EU SOU AQUELE QUE SOU»?
Deus quis significar ao Povo Hebreu que Ele é o ÚNICO DEUS VERDADEIRO, que não foi feito nem imaginado por ninguém, ao passo que os falsos deuses foram feitos pelas mãos e imaginação dos homens. O Deus Verdadeiro transcende toda a criatura. «EU SOU AQUELE QUE SOU» é o Deus que existe por si mesmo e não precisou de ninguém para existir. Os Hebreus ficaram a saber que Deus, que se chama a Si «EU SOU» (IAVÉ), estaria sempre ao seu lado e seria o seu protector e salvador, e nenhum falso deus Lhe era igual. Ficaram a saber que IAVÉ é o «Altíssimo sobre toda a terra» (Salmo 82,19). Ficaram ainda a saber que tinham de ser «testemunhas» daquele que se chama «EU SOU»: – «Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor» (Isaías 43,10-12; 44,8).
No Antigo Testamento, o nome próprio que os Hebreus utilizavam para chamar Deus era IAVÉ que quer dizer: «EU SOU AQUELE QUE SOU»
NO NOVO TESTAMENTO, DEUS É CHAMADO «JAVÉ ou JEOVÁ»?
No Novo Testamento, Deus nunca é chamado JAVÉ ou JEOVÁ.
COMO É QUE CRISTO E OS APÓSTOLOS CHAMAVAM A DEUS?
Cristo e os Apóstolos chamavam a Deus pelo nome de PAI ou simplesmente DEUS. Diz Jesus: – «PAI nosso, que estais nos céus, santificado seja o VOSSO NOME…» (Mateus 6,9). Escreve S. Paulo: – «Por vossa causa o NOME DE DEUS é blasfemado entre os gentios» (Romanos 2,24). E escreve S. João: – «Os homens foram abrasados por um grande calor e blasfemaram do NOME DE DEUS…» (Apocalipse 16,9). No Novo Testamento, nunca aparecem Cristo, os Apóstolos ou os Cristãos a chamarem a Deus pelo nome de Javé ou Jeová.
CRISTO USOU ALGUM OUTRO NOME DO ANTIGO TESTAMENTO PARA CHAMAR DEUS?
Quando estava na Cruz, Jesus usou o nome ELOÍ (Eloí é o singular de Eloím). Disse Jesus: «ELOÍ, ELOÍ, lama sabactâni» (quer dizer: Deus meu, Deus meu, porque me abandonaste?) (Marcos 15,34).
ENTÃO, COMO DEVEMOS CHAMAR A DEUS?
Devemos chamá-l’O como Cristo nos ensinou: DEUS ou PAI.
As «Testemunhas de Jeová» querem criar confusão com o Nome de Deus, dizendo que Jeová é o nome próprio de Deus. Segundo eles, «Deus é apenas um título, assim como Presidente, Rei e Juiz são títulos. Para defender o que afirmam, até substituem, no Novo Testamento, a palavra «Deus» por «Jeová» ou «Jeová Deus». Isto não corresponde à verdade da Bíblia
2. A SANTÍSSIMA TRINDADE
QUEM NOS REVELOU OS MISTÉRIOS DE DEUS? – Foi Jesus Cristo o Filho de Deus, quem revelou Deus e os Seus Mistérios. Diz São João: «Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer» (João 1,18)
QUE NOS REVELOU JESUS ACERCA DE DEUS? – Esta é a grande revelação de Jesus: Um só Deus em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Não são três deuses, mas um só Deus!
EM QUE PASSAGEM DA BÍBLIA NOS É APRESENTADO O MISTÉRIO DA SANTÍSSIMA TRINDADE? – Todo o Novo Testamento fala constantemente do Pai, do Filho e do Espírito Santo, mas há passagens onde o Mistério da Santíssima Trindade é apresentado de modo claro. Escreve S. Lucas: «Tendo sido baptizado todo o povo, e no momento em que Jesus se encontrava em oração, depois de ter sido baptizado, o céu abriu-se e o ESPÍRITO SANTO desceu sobre Ele em forma corpórea, como uma pomba. E do céu veio uma voz (do Pai): Tu és o Meu Filho muito amado; em Ti pus todo o meu enlevo» (Lucas 3,21-22; João 1,32-34; Marcos 1,10-11; Mateus 3,16-17). Disse Jesus: «E Eu (Jesus=FILHO) rogarei ao PAI e Ele vos dará outro Consolador… o ESPÍRITO DA VERDADE» (João 14,16-17; 15,26). E ainda: «Foi-Me dado todo o poder no céu e na terra: Ide, pois ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do PAI, do FILHO e do ESPÍRITO SANTO» (Mateus 28,18-19).
PODE O HOMEM COMPREENDER ALGUMA VEZ O MISTÉRIO DA SANTÍSSIMA TRINDADE? – Não. Se Cristo o não revelasse nunca o descobriríamos. Querer compreender Deus e os Seus Mistérios é como querer meter toda a água do mar dentro de um copo! Diz S. Paulo: – «Ó abismo da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus! Que insondáveis são os Seus juízos e impenetráveis os Seus caminhos! Pois quem conheceu o pensamento do Senhor? Ou quem foi o Seu conselheiro?» (Romanos 11,33-35; 1Timóteo 6,16; etc.
Dizem alguns que o Mistério da Santíssima Trindade é impossível, porque não é racional. Como se os mistérios revelados por Deus estivessem ao alcance da nossa razão!… Como podem os homens compreender, por exemplo, que os mortos hão-de ressuscitar? As verdades da fé nunca podem ser compreendidas pela inteligência limitada do homem. Quando acreditamos, é porque não compreendemos. E acreditamos, porque sabemos que Deus o disse e Deus não pode enganar. As Testemunhas de Jeová negam a Santíssima Trindade porque, dizem, Cristo não é Deus, e o Espírito Santo não é pessoa, mas a «Força de Deus». Damos a seguir a resposta a estas afirmações.
3. A REVELAÇÃO DE DEUS PAI
QUE NOS DISSE JESUS ACERCA DO PAI? – No Antigo Testamento, Deus disse a Moisés: «Eu sou aquele que sou»! Israel sabia que Deus Salvador estava com o Seu Povo, mas, ao mesmo tempo, tinha medo d’Ele. E, temendo profanar o nome divino, evitou pronunciar durante vários séculos o nome Javé. Apareceu então Jesus que falou tranquilamente de Deus, como quem O conhece profundamente. E chamou a Deus «MEU PAI» ou «VOSSO PAI», ou, simplesmente, «O PAI». Ficamos assim a saber que no Céu temos: UM PAI QUE É BOM. Disse Jesus: «Não vos preocupeis, dizendo: Que comeremos nós, que beberemos ou que vestiremos?… o vosso Pai Celeste bem sabe que tendes necessidade de tudo isso» (Mateus 6,31-32). «Se vós, sendo maus sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está nos Céus dará coisas boas àqueles que Lhas pedirem» (Mateus 7,11). «Até os cabelos da vossa cabeça estão contados» (Mateus 10,20).etc. UM PAI QUE É SANTO. «Sede perfeitos, como é perfeito o vosso PAI Celeste» (Mateus 5,48). «Está escrito: Sereis santos, porque Eu sou Santo» (1Pedro 1,15-16). UM PAI QUE NOS OUVE. Lembrar a oração do «Pai Nosso» (Mateus 6,9-13). UM PAI QUE É DEUS. «Bendito seja Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação» (2Coríntios 1,3), etc. Com toda a confiança podemos dizer, como Jesus, na hora da nossa morte: «Pai, nas Tuas mãos entrego o meu espírito» (Lucas 23,46)
QUEM É A GRANDE REVELAÇÃO DO PAI? – A grande revelação do Pai não é feita com palavras. O próprio Jesus, Filho de Deus, é o retrato vivo do Pai. Disse Jesus: «Desde agora, já O conheceis (refere-se ao Pai), pois O tendes visto. «Senhor, disse-lhe Filipe, mostra-nos o Pai e isto nos basta. Respondeu Jesus: Há tanto tempo que estou convosco, e não Me conheces, Filipe! Aquele que Me vê, vê também o Pai» (João 14,7-10). Por aqui vemos que Jesus é o retrato vivo do Pai. Quem O vê, vê O Pai… Jesus é a grande revelação do Pai. E S. Paulo o confirma: Cristo «é a imagem de Deus invisível» (Colossenses 1,15), «figura da sua substância» (Hebreus 1,3).
O PAI É DEUS. O PAI É A PRIMEIRA PESSOA DA SANTÍSSIMA TRINDADE
4. A REVELAÇÃO DE DEUS FILHO
COM QUE NOMES É CHAMADO JESUS NA BÍBLIA? – Jesus, Filho de Maria Virgem é chamado «FILHO DE DEUS» (Lucas 1,35; Mateus 13,33; 16,16; João 1,14; etc); é chamado «CRISTO» (Mateus 16,16, etc); é chamado «MESSIAS» (João 1,41; 4,25, etc); é chamado de «DEUS» (João 1,1; 20,28; 1João 5,20, etc).
AFINAL QUEM É JESUS? – Jesus é o Filho Único de Deus que se fez homem, para nos salvar, JESUS é verdadeiro DEUS e verdadeiro HOMEM!
JESUS, SENDO DEUS, É VERDADEIRO HOMEM? – Jesus é verdadeiro Homem na fragilidade da natureza humana e como Messias Vitorioso.
A – Na fragilidade da natureza humana – Diz a Bíblia: «Mas, ao chegar a plenitude dos tempos, Deus enviou o Seu Filho, nascido de mulher, nascido sujeito à Lei, para resgatar os que se encontravam sob o jugo da Lei» (Gálatas 4,4-5); «e o Verbo se fez carne e habitou entre nós» (João 1,14). «Ele, que era de condição divina, não reivindicou o direito de ser equiparado a Deus, mas despojou-se a Si mesmo, tomando a condição de servo (escravo), tornando-Se semelhante aos homens» (Filipenses 2,6-7). «Ele mesmo foi provado em tudo, à nossa semelhança, excepto no pecado» (Hebreus 4,15). «Por isso, teve de assemelhar-Se em tudo a Seus irmãos, a fim de ser sumo-sacerdote misericordioso e fiel ao serviço de Deus, para expiar os pecados do povo» (Hebreus 2,17). «Apesar de Filho de Deus, aprendeu a obediência, sofrendo…» (Hebreus 5,8).
Lendo os Evangelhos, verificamos que Cristo é um homem da nossa condição: Ele cansava-Se (S. João 4,6), Ele dormia (Mateus 8,24); Ele comovia-Se (João 11,33; 12,27; Mateus 26,37) Ele admirava-Se (Marcos 8,10); Ele chorava (João 11,35; Lucas 19,41).
Como homem igual a nós, Cristo participou da nossa ignorância: «A respeito daquele dia ou daquela hora, ninguém os sabe, nem os anjos do Céu, nem o Filho, só o Pai» (Marcos 13,32); rezou ao Pai (Lucas 22,41-42) e sofreu a Paixão mais ignominiosa, até ao ponto de Se sentir abandonado pelo Pai: «Meu Deus, Meu Deus, porque Me abandonaste»? (Marcos 15,34)
Como homem igual a nós, Cristo pôde dizer: «O Pai é maior do que Eu» (João 14,28). De facto, Cristo, na sua condição de homem, era inferior ao Pai. Mas ainda, «foi feito inferior aos anjos» (Hebreus 2,9). Por isso, Ele podia chamar ao Pai «Meu Deus» (Marcos 15,34: João 20,17).
Cristo quis sofrer como nós, quis viver todas as tristezas e angústias para nos salvar e nos servir de exemplo. Com verdade podemos dizer: CRISTO FOI EM TUDO IGUAL A NÓS, excepto no pecado (Hebreus 4,15).
B – Como Messias Vitorioso – O Filho de Deus, ao fazer-Se homem, tornou-Se um como nós, fez-Se nosso irmão, e Ele próprio não hesita em chamar-nos Seus irmãos (Hebreus 2,11-12). Mas Cristo não é um irmão qualquer. Ele é nosso irmão Vencedor, é o Messias Vitorioso:
– Cristo, morrendo, venceu o pecado. O pecado não teve qualquer poder sobre Ele (Hebreus 4,15). Pelo sacrifício de Si mesmo, o pecado foi destruído (Hebreus 9,26). Ele nos lavou de nossos pecados no
Seu Sangue (Apocalipse 1,5)
– Cristo, ressuscitando, venceu a morte. Ele «destruiu a Morte» (2Timóteo 1.10) «A morte foi tragada pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?» )1Coríntios 15,54-55)
– O Demónio ficou vencido (Hebreus 2,14; João 12,31; Colossenses 1,13).
– Cristo tornou-se o maior entre os irmãos, «o primogénito de muitos irmãos (Romanos 8,29)
– Cristo tornou-se o princípio e a fonte da nossa glorificação. «Ele é o princípio, o primogénito dentre os mortos» (Colossenses 1,18). O primeiro a sair vitorioso do sepulcro.
– «Cristo é o primogénito de toda a criatura (Colossenses 1.15).
É nesta condição de nosso irmão «Irmão Vencedor», de «Messias Vitorioso», que Cristo «Se submeterá àquele que tudo Lhe submeteu, afim de que Deus seja tudo em todo» (1Coríntios 3,23).
O FILHO DE DEUS JÁ ESTAVA COM SEU PAI ANTES DE SE FAZER HOMEM? – Um dia os Judeus disseram a Jesus: «Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão? «Retorquiu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Antes de Abraão existir Eu sou. «Então apanharam pedras para Lhas atirarem» (João 8,57-59). E disse Jesus aos Judeus: «Se fosse Deus o vosso Pai, vós amar-Me-íeis, pois de Deus é que Eu saí e venho. É que Eu não vim de Mim próprio, mas foi Ele que Me enviou» (João 8,42).
Disse Jesus aos seus Apóstolos: «Saí do Pai e vim ao mundo, de novo deixo o mundo e vou para o Pai» (João 16,28). E rezou Jesus: «Agora glorifica-Me Tu, ó Pai, junto de Ti mesmo, com aquela glória que tinha Contigo, antes que o mundo existisse» (João 17,5). E os Apóstolos bem reconheceram que Jesus saiu do Pai (João 17,8).
S. João, logo ao começar o Evangelho, escreve: «No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus» (João 1,1). E mais adiante diz: «E o Verbo se fez carne (se fez homem) e habitou entre nós…» (João 1,14).
Este «Verbo» que estava com Deus, desde toda a eternidade, é Jesus que nasceu em Belém, de Maria Virgem.
COMO SABEMOS QUE JESUS, SENDO HOMEM, É DEUS? – A Bíblia o diz claramente. Segundo a Bíblia, Jesus é o Filho Único de Deus; Jesus é igual ao Pai; Jesus é Deus; a Jesus pertencem os atributos divinos.
A – Jesus é o Filho Único de Deus
«Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o Seu Filho Único, para que todo o que n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna» (João 3,16). «E nós vimos a Sua glória, glória que Lhe vem do Pai, como Filho Único, cheio de graça e de verdade» (João 1,14). «Quem n’Ele crê não é condenado e quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho Único de Deus» (João 3,18). «Nisto se manifestou o amor de Deus para connosco: Em ter enviado o Seu Filho Único, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer» (João 1,18).
– Quando Jesus dizia que Deus era seu Pai que compreendiam os Judeus?
Os Judeus compreendiam que Jesus Se fazia igual a Deus. Diz S. João: «Este era mais um motivo para os Judeus O quererem matar, não só por violar o sábado, mas também porque dizia que Deus era Seu Pai, fazendo-Se igual a Deus» (João 5,18). E ainda: «Não é por alguma obra que Te apedrejamos, é por blasfémia, porque, sendo Tu homem, Te fazes Deus a Ti mesmo» (João 10,33).
Os Judeus bem compreendiam a verdade das palavras de Jesus. Faltava-lhes a fé!
Dizem os que negam a divindade de Cristo, como as Testemunhas de Jeová: Cristo é o Filho Único de Deus, porque é o único criado directamente por Deus.
Resposta: Adão foi directamente criado por Deus e não consta na Bíblia que seja o «Filho Único de Deus». Adão foi criado; não gerado. Cristo foi gerado; não criado. Jesus é Filho de Deus, no sentido verdadeiro e próprio, e não no sentido moral, como acontece connosco.
Dizem ainda: O Filho é inferior ao Pai; o Pai é superior ao Filho.
Resposta: Vejamos o que se passa entre os pais e os filhos da terra: o pai é pessoa, o filho é pessoa; o pai tem inteligência, o filho também; o pai tem vontade, o filho também tem vontade. Qualquer pai, se pensar bem, pode dizer: O meu filho é igual a mim. E muitos até poderão dizer: O meu filho é superior a mim! A relação que existe entre pai e filho não é uma relação de superioridade, mas de amor.
B – Jesus é igual ao Pai
Afirmou Jesus: «Eu e o Pai somos um» (João 10,30). Não se trata de uma união moral como pretendem alguns. Esta união indica igualdade. Os Judeus bem compreenderam que Jesus se fazia igual a Deus (João 10,33; 5,18). No diálogo com Filipe, Jesus disse: «Quem Me vê, vê o Pai. Não acreditas que Eu estou no Pai e que o Pai está em Mim?… Acreditai que estou no Pai, e o Pai está em Mim» (João 14,9-11). E noutras passagens: «… crede nas Minhas obras, para que conheçais e acreditais que o Pai está em Mim e Eu n’Ele» (João 10,38). «Tudo quanto o Pai tem é Meu» (João 16,15). E dirigindo-se directamente ao Pai: «Tudo o que é Meu é Teu, e tudo o que é Teu é Meu» (João 17,10); «Que todos sejam um só; como Tu, ó Pai, está em Mim e Eu em Ti, que também eles estejam em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste» (João 17,21). Etc. Para acreditar que na verdade é igual ao Pai, Jesus só pede a fé: «Não acreditas …?«, «acreditai».
C – Jesus é Deus
Assim começa o Evangelho de S. João: «No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus» (João 1,1).
O Apóstolo S. Tomé, quando viu Jesus ressuscitado, só pôde dizer: «Meu Senhor e Meu Deus» (João 20,28)
E S. Paulo afirma: «N’Ele (Cristo>)> habita corporalmente toda a plenitude da divindade» (Colossenses 2,9). E ainda: – «… dos quais (refere-se aos Patriarcas) nasceu Cristo. Segundo a carne, o Qual está sobre todas as coisas, Deus bendito por todos os séculos! Amén» (Romanos 9,5). E noutra passagem: A graça de Deus ensina-nos a viver «aguardando a bem-aventurada esperança e a vinda gloriosa do grande Deus e Salvador Nosso, Jesus Cristo» (Tiago 2,13).
Disse o profeta Isaías: «O mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a Virgem concebeu e dá à luz um filho, e o chama Emanuel» (Isaías 7,14). «Emanuel quer dizer: «Deus connosco» (Mateus 1,23). Disse mais: «Um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado, que tem a soberania sobre os seus membros, o qual se chamará Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da Paz» (Isaías 9,6).
D – A Jesus pertencem os atributos divinos
1.º – Deus é o Criador – Todos os seres criados devem a sua existência a Cristo: «Tudo começou a existir por meio d’Ele, e, sem Ele, nada foi criado» (João 1,3), mas o mundo não O conheceu» (João 1,10). «N’Ele foram criadas todas as coisas nos Céus e na Terra, as visíveis e as invisíveis … Tudo foi criado por Ele e para Ele» (Colossenses 1, 16-17). «Ele sustenta todas as coisas pela Sua palavra poderosa» (Hebreus 1,3; 2,10).
2.º – Deus é Todo Poderoso – Cristo também é todo poderoso: «Foi-Me dado todo o poder no Céu e na Terra» (Mateus 28,18).
3.º – Só Deus é o Senhor da vida – Cristo é o Senhor da vida: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida» (João 14,6). «Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá a vida, assim também o Filho dá a vida àqueles que quer» (João 5,21), «Eu sou a ressurreição e a vida» (João 11,25). Cristo é que nos ressuscitará no último dia (João 6,39-55.
4.º – Só Deus é Salvador. Diz Deus: «Não há outro Salvador a não ser Eu» (Isaías 43,11). – Cristo é o «Grande Deus e Salvador» (Tito 2,13). «Nós somos cidadãos do Céu e de lá esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo» (Filipenses 3,20).
5.º – Só Deus é Senhor. Diz Deus: «Sou Eu , sou Eu, o Senhor» (Isaías 43,11). «Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo» (Joel 3,5). – Cristo também é Senhor: «Se confessares com a tua boca o Senhor Jesus e creres no teu coração que Deus O ressuscitou dentre os mortos, serás salvo» (Romanos 10,9). «E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai» (Filipenses 2,11). Etc.
6.º – Só Deus pode perdoar os pecados: «Quem pode perdoar pecados senão só Deus»? (Lucas 5,21). – Cristo também perdoa os pecados: «Homem, os teus pecados estão perdoados» (Lucas 5,20). «Disse, depois, à mulher (pecadora arrependida): Os teus pecados estão perdoados. Começaram então os convivas a dizer entre si: Quem é este que até perdoa os pecados?» (Lucas 7,48-49).
7.º – Só a Deus se deve adorar: «Está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele prestarás culto» (Lucas 4,8). – Cristo também deve ser adorado: «Ao nome de Jesus, todo o joelho se dobre, nos Céus, na Terra e nos Infernos» (2Filipenses 2,10-11). E aos anjos foi dito: «Adorem-No todos os anjos de Deus» (Hebreus 1,6). Os Apóstolos «prostraram-se diante de Jesus, dizendo: «És realmente o Filho de Deus!» (Mateus 14,33).
8.º – Deus é Senhor do Sábado (Êxodo 31,12-17). – Cristo é também Senhor do Sábado: – «O Filho do Homem é Senhor até do Sábado» (Lucas 6,5).
É esta a fé dos verdadeiros cristãos: JESUS É VERDADEIRO DEUS E VERDADEIRO HOMEM. Assim foi a fé dos Apóstolos, a fé dos cristãos que viveram com os Apóstolos e a fé dos verdadeiros cristãos de todos os tempos.
Eis alguns testemunhos dos primeiros cristãos: S. Clemente de Roma, 3.º sucessor de Pedro, escreveu aos cristãos de Corínto, pelo ano 95: «Irmãos, este é o conceito que devemos fazer de Jesus Cristo: Considerá-l’O Deus». S.to Inácio, também do tempo dos Apóstolos e martirizado em Roma, fazia este pedido aos cristãos Romanos: «Deixai que eu imite a paixão do meu Deus». Etc.
«Nós sabemos que o Filho de Deus já veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro. E nós estamos no Verdadeiro, nós os que estamos em Seu Filho, Jesus Cristo. Este é o Verdadeiro Deus e a Vida Eterna» (1João 5,20)
JESUS É A SEGUNDA PESSOA DA SANTÍSSIMA TRINDADE.
Alguns (Testemunhas de Jeová, por exemplo), querendo defender a doutrina de que Jesus não é Deus, procuram apoiar-se nas afirmações bíblicas que apresentam Jesus como verdadeiro Homem, na fragilidade da natureza humana do Filho do Homem. Por sua vez, procuram guardar silêncio quanto às passagens que afirmam a divindade de Cristo. É assim que criam a confusão nos que estão pouco esclarecidos na fé!
Para dizer que Jesus é Deus, é preciso ter fé. Qualquer ateu concorda com a afirmação de que Jesus não é Deus. Depois: «Quem acredita no Filho tema vida eterna. Quem se recusa a crer no Filho não verá a vida, e a ira de Deus permanece sobre ele». (João 3,36; 3,18). «Todo aquele que nega o Filho, também nega o Pai» (1João 2,23).
5. A REVELAÇÃO DE DEUS ESPÍRITO SANTO
O Apóstolo Paulo atravessou as províncias superiores e «chegou a Éfeso, onde achou alguns discípulos e perguntaram-lhes: Recebestes o Espírito Santo, quando abraçastes a fé?
Responderam-lhe: Mas, nós nem sequer ouvimos dizer que existe o Espírito Santo (Actos 19,1-2).
QUE NOS REVELOU JESUS ACERCA DO ESPÍRITO SANTO?
A – O Espírito Santo é a «Força Divina». – Escreve S. Mateus: «Então, o Espírito conduziu Jesus ao deserto, a fim de ser tentado pelo demónio» (Mateus 4,1). E S. Lucas: «Impelido pelo Espírito, Jesus voltou para a Galileia…» (Lucas 4,14). Jesus disse aos Apóstolos: «Mas ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis Minhas testemunhas…» (Actos 1,8). Etc.
B – O Espírito Santo é «Pessoa». – Afirmou Cristo: «A todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do Homem perdoar-se-á; mas, a quem tiver blasfemado contra o Espírito Santo, jamais se perdoará» (Lucas 12,10). Encontramos aqui duas pessoas contra as quais de pode pecar: O Filho e o Espírito Santo. Não se trata de simples forças.
Disse mais: «Quando vos levarem às sinagogas, aos magistrados e às autoridades, não vos preocupeis com o que haveis de dizer em vossa defesa, pois o Espírito Santo ensinar-vos-á, no momento próprio, o que deveis dizer» (Lucas 12,11-12; João 14,26).
Ao Espírito Santo é atribuída a faculdade de ensinar. Quem ensina é pessoa.
Jesus confortou os Apóstolos dizendo: «E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para estar convosco para sempre, o Espírito da Verdade que o mundo não pode receber porque não O vê nem conhece» (João 14,16-17). «Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu nome, Esse ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito» (João 14,16). Encontramos, nestas passagens, três Pessoas bem distintas: O Pai, Jesus e o Espírito Santo. – «Quando vier o Consolador, que vos hei-de enviar, da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, Ele testificará de Mim» (João 15,26). «Quando vier o Espírito da Verdade, Ele guiar-vos-á para a Verdade total, porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e anunciar-vos-á o que há-de vir. Ele glorificar-Me-á, porque há-de receber do que é Meu, para vo-lo anunciar» (João 16,13-14). Só uma Pessoa pode dar testemunho, ensinar, falar, ouvir, anunciar, receber.
C – O Espírito Santo é «Deus».
O Espírito Santo «tudo penetra, até as profundezas de Deus. Pois, quem dentre os homens conhece as coisas do homem, a não ser o espírito do homem que nele reside? Assim também as coisas que são de Deus ninguém as conhece, a não ser o Espírito de Deus» (1Críntios 2,10-11). Por estas palavras de S. Paulo, vemos que só o homem se conhece a si mesmo, e, de igual modo, só Deus se conhece a si mesmo, Se o Espírito Santo conhece totalmente a Deus é porque Ele próprio é Deus.
– «Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?» (1Coríntios 3,16). Se somos templo de Deus e se o Espírito Santo é quem habita em nós, é porque o Espírito Santo é Deus.
– «Mas há um mesmo Espírito… um mesmo Senhor… um mesmo Deus…» (1Coríntios 12,4-11). O Espírito Santo faz parte da Trindade, como dominador da Igreja e livre distribuidor dos Seus dons.
Conta-nos o livro dos Actos dos Apóstolos que «um certo homem, chamado Ananias, com sua mulher, Safira, vendeu uma propriedade. Desviou parte do preço, de conivência com a mulher e, trazendo o restante, depositou-o aos pés dos Apóstolos. Pedro perguntou-lhe: «Ananias, por que é que Satanás invadiu o teu coração, a ponto de te levar a mentir ao Espírito Santo e a subtraíres uma parte do preço do terreno?… Não foi aos homens que tu mentiste, mas a Deus» (Actos 5,1-4). Mentir ao Espírito Santo é mentir a Deus.
O Espírito Santo é Pessoa. O Espírito Santo é Deus.
O ESPÍRITO SANTO É A TERCEIRA PESSOA DA SANTÍSSIMA TRINDADE
Todo o verdadeiro cristão é baptizado em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo (Mateus 28,19). Todo o verdadeiro cristão acredita que em Deus há Três Pessoas: Pai, Filho, Espírito Santo.
Este capítulo é a resposta à pergunta que os cristãos, muito naturalmente, fazem: – Que havemos de pensar e dizer, quando as Testemunhas de Jeová tentam convencer-nos de que o Espírito Santo «é um poder e não uma pessoa; é a santa força activa de Deus»?
Com efeito, com a Bíblia na mão, ficamos a saber que o Espírito Santo é não só «força de Deus», mas também «Pessoa» e «Deus».

3 – O SÁBADO, O DOMINGO E AS FESTAS – DIAS SANTIFICADOS
1. QUAIS ERAM AS PRINCIPAIS FESTAS DO POVO JUDEU
O povo judeu tinha a festa da Páscoa, para recordar os benefícios dispensados por Deus e a sua libertação do Egipto (Êxodo 23,14ss); a festa do Pentecostes (sete semanas – cinquenta dias – depois da Páscoa), para oferecer a Deus os novos pães da última colheita (Deuteronómio 16,9-12); a festa dos Tabernáculos (seis meses depois da Páscoa), para lembrar a permanência dos antigos Hebreus no deserto (Deuteronómio 16,13-17); a solenidade da Expiação (Kippur), em que o Sumo Sacerdote entrava no «Santo dos Santos», para executar a simbólica liturgia do «bode expiatório» (Levítico, cap. 16); etc.
2. JESUS PARTICIPOU NAS FESTAS DO SEU POVO?
Jesus não quis ser diferente dos outros. Diz S. Lucas: «Seus pais iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. Quando (Jesus) chegou aos doze anos, subiram até lá, segundo o costume dos dias de festa» (Lucas 2,41-42). E diz S. João: «Estava perto a festa judaica dos Tabernáculos … Depois de os Seus irmãos terem subido para irem à festa, Ele (Jesus) também foi, não manifestamente, mas em segredo …» (João 7,2 e 10).
Jesus até participou em festas familiares: «Houve um casamento em Caná da Galileia, e a mãe de Jesus estava presente. Jesus e os seus discípulos também foram convidados para a boda» (João 2,1-2). Foi neste casamento que Jesus fez o seu primeiro milagre, transformando a água em vinho (João 2,2-11).
3. PORQUE É QUE OS CRISTÃOS CELEBRAM A FESTA DA PÁSCOA?
Porque na festa da Páscoa lembramos a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Cristo morreu e ressuscitou, por ocasião da Páscoa dos Judeus (João 18,39; 19,31). Escreveu S. Paulo: «Cristo, nosso cordeiro pascal, foi imolado. Celebramos, pois, a festa, não com o fermento velho da malícia e da corrupção, mas com os ázimos da pureza e da verdade» (1Coríntios 5,7-8).
4. PORQUE CELEBRAM OS CRISTÃOS A FESTA DO PENTECOSTES?
Porque foi no dia do Pentecostes que o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos: «Quando chegou o dia de Pentecostes, encontravam-se todos reunidos no mesmo lugar… Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas…» (Actos 2,1-4).
5. PORQUE CELEBRAMOS A FESTA DO NATAL?
Porque o nascimento de Jesus é motivo de alegria para todos os homens. Disse o Anjo aos pastores: «Não temais, pois vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor» (Lucas 2,10-11). E os Anjos cantaram, dizendo: – «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do seu agrado» (Lucas 2,14), Até de longe vieram uns magos, conduzidos por uma estrela, para adorar o Deus Menino (Mateus 2,1-12).
6. JESUS NASCEU EM 25 DE DEZEMBRO?
Ninguém sabe o dia nem o mês em que Jesus nasceu. A Bíblia não diz e a Tradição também não confirma qualquer data. O ano também não é certo. Só quinhentos anos depois de Cristo nascer, se lembraram de fazer a contagem do tempo, a partir do seu nascimento. Foi o monge Dionísio Exíguo que fez os cálculos em 526. Hoje, estudando melhor o problema, verificamos que ele errou em 3 ou 4 anos.
7. PORQUE ESCOLHERAM OS CRISTÃOS O 25 DE DEZEMBRO PARA FESTEJAR O NASCIMENTO DE JESUS?
Não sabemos ao certo os motivos que levaram os cristãos a escolher o dia 25 de Dezembro, nem quando começaram a celebrar o Natal de Jesus, neste dia. A primeira referência da celebração do Natal, em 25 de Dezembro, é do ano 336. Em 354, no tempo do Papa Libério (352-366), verifica-se já a sua existência real.
Sabemos, por outro lado, que o Imperador Aureliano, pelo ano 274, estabeleceu o dia 25 de Dezembro para a festa do «Sol Invicto». E Juliano Apóstata, num discurso sobre o «Rei Sol», em 362 refere-se ao 25 de Dezembro e fala sobre o «Sol-Real e Intelectual».
Não sabemos se os cristãos terão escolhido este mesmo dia, para fazer frente à festa pagã dos Romanos. Sabemos, porém, que, para os cristãos, só há um «SOL» que se deve adorar: é CRISTO. Cristo é o «Sol da Justiça» (Malaquias 4,2), Cristo é a «Luz Verdadeira que, vindo ao mundo, a todo o homem ilumina» (João 1,9).
O Papa Leão Magno (440-461) chegou a prevenir os cristãos para não confundirem a festa do «Sol» com o «Natal» de Jesus.
8. PORQUE É QUE OS CRISTÃOS TÊM O DOMINGO COMO O DIA DO SENHOR?
O Domingo é o «primeiro dia da semana». E foi na manhã do «primeiro dia da semana» (Mateus 28,1; Marcos 16,9; Lucas 24,1; João 20,1) que o Senhor ressuscitou e se manifestou aos Seus. «Nesse mesmo dia» (Lucas 24,13), manifestou-se aos discípulos de Emaús que «O reconheceram ao partir do pão» (Lucas 24,31,). Foi «na tarde desse dia, o primeiro da semana» (João 29.19), que Jesus deu aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados (João 20,22-23). «Oito dias depois» – primeiro dia da semana – Jesus voltou a aparecer aos Seus, estando Tomé presente (João 20,26-29).
Era no «primeiro dia da semana» que os cristãos se reuniam com os Apóstolos para celebrar a Eucaristia: – «No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para partir o pão…» (Actos 20,7). Escreve S. Paulo aos cristãos de Coríntios: – «No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em sua casa, o que tiver podido poupar…» (1Coríntios 16,2).
O Domingo é o dia para comemorar a Nova Aliança realizada em Cristo; é o dia em que os cristãos se devem reunir para que, ouvindo a Palavra de Deus e participando da Eucaristia, rememorem a Paixão, a Ressurreição e a Glória do Senhor. O Domingo é dia de Festa, de alegria e de descanso.
9. PORQUE É QUE CERTAS RELIGIÕES AINDA TÊM O SÁBADO COMO DIA SAGRADO?
Porque ainda vivem sujeitos à Lei de Moisés e às suas prescrições. De facto, pela Lei moisaica, o sábado era dia de descanso para todos: animais, escravos e homens livres (Êxodo 23,12). Era o «sinal perpétuo» entre Deus e o povo hebreu (Êxodo 31,13), o «sinal» da sua libertação do Egipto (Deoteronómio 5,12-15); e, pelo sábado, os hebreus «imitavam» o descanso sagrado de Deus Criador (Génesis 2,2-3). Segundo a mesma Lei, o descanso sabático tinha de ser rigorosamente cumprido: não se podia acender o fogo (Êxodo 35,3), cozinhar os alimentos (Êxodo 16,25), apanhar lenha (Números 15,32), etc. Quem transgredisse seria duramente castigado (Números 15,33-36).
Quem se sujeita a estas leis e prescrições esquece-se que a Lei de Moisés e os profetas duraram até João Baptista (Lucas 16,16; Mateus 11,13); que nós já não estamos sujeitos à Antiga Lei que serviu para conduzir o povo hebreu até Cristo (Gálatas 3,24-25; 4,3); que não são as obras da Antiga Lei que justificam, mas a fé em Jesus Cristo, morte e ressuscitado (Gálatas 2,16-21; 3,10-13, etc); que Cristo anulou, pela Sua carne, a Lei de Moisés, os preceitos e as prescrições (Efésios 2,15; Colossenses 2,14); que Cristo é o Senhor do sábado (Marcos 2,28).
O verdadeiro cristão sabe, pela Tradição Apostólica, que o sábado não é mais o «dia da Nova Aliança». O «dia da Nova Aliança» é o Domingo, o «Dia do Senhor» (Apocalipse 1,10), o «Primeiro dia da semana» (pergunta anterior). Foi neste dia que o Senhor Jesus, ressuscitando, entrou no Seu «descanso», que é também o nosso (Hebreus 4,7-11).
10. QUE RESPONDER AOS QUE NOS QUEREM INCOMODAR POR CAUSA DAS FESTAS E DO DOMINGO?
Responder com as palavras de S. Paulo: «Que ninguém vos condene pela comida, ou pela bebida, pelas festas, luas novas ou sábados. Tudo isso não é mais que sombra do que devia vir. A realidade é Cristo» (Colossenses 2,16).

4 – A VIRGEM MARIA E OS IRMÃOS DE JESUS – A MÃE DE DEUS
1. QUEM É A VIRGEM MARIA?
A Virgem Maria é a Mãe de Jesus. Disse o Anjo a Maria: «Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus» (Lucas 1,31; 2; Mateus 1 e 2).
2. PORQUE DIZEMOS QUE A VIRGEM MARIA É MÃE DE DEUS?
A Virgem Maria é Mãe de Deus, porque Ela é a Mãe do Filho de Deus. Disse o Anjo a Maria: «O Santo que vai nascer, há-de chamar-se Filho de Deus» (Lucas 1,35). Santa Isabel chamou a Maria «Mãe do meu Senhor» (Lucas 1,43).
Se Maria é a Mãe de Jesus, se Jesus é Filho de Deus, e se Jesus é Deus (por exemplo: João 20,28; Romanos 9,5; 1João 5,20; Tito 2,13; João 1,1; Colossenses 2,9), Maria é Mãe de Deus.
O verdadeiro cristão diz que Maria é Mãe de Deus, não no sentido de que a divindade de Cristo dependa de Maria, mas no sentido em que Cristo, que é Deus, e que desde sempre vive com o Pai e o Espírito Santo, tomou carne e nasceu de Maria. E como Maria não gerou um simples homem, mas um verdadeiro Deus feito Homem, Ela é Mãe de Deus. Apesar de ser Mãe de Deus, Maria é uma criatura.
3. PORQUE É QUE MARIA É CHAMADA VIRGEM?
Maria é chamada «Virgem», porque Jesus formou-se no seu ventre sem intervenção de qualquer homem. Diz a Bíblia: «E sem que (José) a tivesse conhecido, ela deu à luz um filho, ao qual ele pôs o nome de Jesus» (Mateus 1,25). Já Isaías tinha profetizado: «Eis que a Virgem concebeu e dá à luz um filho e o chama Emanuel» (Isaías 7,14; Mateus 1,23).
4. MARIA FOI SEMPRE VIRGEM?
Desde sempre, os verdadeiros cristãos chamaram à Mãe de Jesus a «Virgem Maria». Se Maria tivesse mais filhos, teria perdido a virgindade e, portanto, não merecia o nome de «Virgem». E nós sabemos que já os primeiros cristãos a chamavam «Virgem Maria». Diz o Símbolo dos Apóstolos: «Nasceu da Virgem Maria». Maria é a Virgem por excelência!
5. COMO PODEMOS COMPREENDER QUE MARIA NÃO TEVE MAIS FILHOS, SE A BÍBLIA FALA NOS «IRMÃOS» E NAS «IRMÃS» DE JESUS? (Mt. 12,46; 13,55; Mc. 6,3; Lc. 8,19; Jo. 2,12; Act. 1,14; Gál 1,19).
1.º – Entre o Povo Judeu, a palavra «irmão» era usada para designar, também, os parentes próximos, como sobrinhos, primos, etc. já no Antigo Testamento, o tio e o sobrinho são chamados «irmãos» (Génesis 13,8; 14,16), o mesmo sucede com Jacob e Labão (Génesis 29,10; 29,15). Os primos também são chamados «irmãos» (1Crónicas ou Paralipómenos 23,22). Ainda hoje, em muitos povos, a palavra «irmão» é usada para designar os primos e qualquer parente.
2.º – Na Bíblia, são indicados como «irmãos» de Jesus, Tiago, José, Judas e Simão (Marcos 6,3). Mas nós sabemos, pelo Evangelho de S. João, que a Mãe de Jesus tinha uma irmã (ou prima) também chamada Maria e que era mulher de Cléofas (João 19,25). Sabemos, também, que Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, não é a Mãe de Jesus (Marcos 15,40; Mateus 27,56). A mãe de Tiago e de José é «outra Maria», irmã ou prima da Mãe de Jesus. Foi esta «outra Maria» (Mateus 27,61), que, no «primeiro dia da semana», logo de manhã cedo, foi visitar o sepulcro de Jesus (Mateus 28,1). S. Marcos confirma que esta «outra Maria» é, de facto, a mãe de Tiago (Marcos 16,1). S. Lucas diz o mesmo (Lucas 24.10). Portanto, S. Tiago, que foi Bispo de Jerusalém e é chamado o «irmão do Senhor» (Gálatas 1,19), não é realmente irmão de Jesus, mas primo. O outro Tiago, de que fala o Novo Testamento, é irmão de João e filho de Zebedeu (Mateus 4,21). Por seu lado, Judas (o santo) apresenta-se como irmão de Tiago (Judas 1,1).
Os «irmãos» e «irmãs» de Jesus, de que fala o Novo Testamento, não são irmãos no sentido verdadeiro, mas primos.
3.º – A Família de Nazaré aparece sempre com 3 pessoas: Jesus, Maria, José. Quando, aos 12 anos, Jesus vai a Jerusalém com Maria e José, para a festa da Páscoa, só aparece Jesus como único filho de Maria (Lucas 2,41-52).
4.º – Se Maria tivesse mais filhos, não se compreenderia como é que Jesus, ao morrer, deu o Apóstolo João, como filho, a Maria, para que cuidasse d’Ela (João 19,26-27). E o Apóstolo João era da família de Zebedeu (Mateus 4,21; 10,3; 27,56; etc), nem sequer era parente de Jesus. Por certo, Jesus não entregaria a sua Mãe a um estranho, se Ela tivesse outros filhos.
6. PORQUE AFIRMAMOS QUE MARIA FOI CONCEBIDA SEM PECADO ORIGINAL E NUNCA TEVE QUALQUER PECADO?
Porque Maria é a «Cheia de Graça» (Lucas 1,28). Ela é a Mãe de Jesus, que é Deus (pergunta n.º 2). O demónio nunca podia ter qualquer poder sobre Aquela que ia ser a Mãe do Salvador. A honra do Filho pede a honra da Mãe. Seria uma desonra para Jesus, vencedor do demónio, ser filho de uma mãe que tivesse estado sob o domínio do mesmo demónio.
Se Maria fosse concebida com o pecado original ou se tivesse cometido qualquer pecado, não seria a «Cheia de Graça».
Foi o Papa Pio IX que, em 1854, declarou como dogma católica a doutrina da Imaculada Conceição de Maria. Passados 4 anos, a Virgem Maria apareceu em Lourdes (França), a uma menina pobre, chamada Bernardette, e disse: «Eu sou a Imaculada Conceição»!
7. PORQUE É QUE OS VERDADEIROS CRISTÃOS AMAM MUITO A VIRGEM MARIA?
1.º – Maria é a Mãe do Filho de Deus (Lucas 1,34). Quem ama o Filho tem de amar a Mãe.
2.º – Maria é a «Cheia de Graça», é a criatura mais querida por Deus. Disse o Anjo Gabriel: «Salve, ó cheia de Graça, o Senhor está contigo» (Lucas 1,26-28). Disse ainda: «Não tenhas receio, Maria, pois achaste graça diante de Deus» (Lucas 1,30).
3.º – Por Maria, o Salvador veio até nós. Ela aceitou livremente e com fé ser Mãe do Salvador. Respondeu Maria ao Anjo: «Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lucas 1,38). Isabel exaltou assim Maria: – «Feliz daquela que acreditou que teriam cumprimento as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor» (Lucas 1, 43).
5.º – Maria deve ser proclamada «bem-aventurada por todas as gerações. Ela própria o afirmou: «De facto, desde agora, todas as gerações me chamarão bem-aventurada» (Lucas 1,48).
6.º – Ninguém, como Maria, escutou a palavra de Deus e a pôs em prática. Uma mulher do povo levanta a voz e disse para Jesus: «Felizes as entranhas que Te trouxeram e os seios que Te amamentaram? Ele, porém, retorquiu: Diz antes: Felizes os que escutam a palavra de Deus e a põem em prática» (Lucas 11,27-28; 8,20-21; Marcos 3,31-35; Mateus 12,46-50). Maria é Bem-aventurada, não só porque o Omnipotente fez n’Ela grandes coisas (Lucas 1,49), mas também porque Ela própria fez em tudo a vontade de Deus. N’Ela, não houve pecado.
7.º – Maria é nossa Mãe do Céu. Conta S. João o que se passou quando estava junto à Cruz de Jesus: «Ao ver Sua Mãe e, junto d’Ela, o discípulo que Ele amava, Jesus disse a Sua Mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí a tua Mãe. E, desde aquela hora, o discípulo recebeu-a em sua casa» (João 19,26-27). Os cristãos, desde sempre, viram, nestas palavras de Jesus, a proclamação de Maria como «Mãe de todos os homens» representados na pessoa do Apóstolo S. João. Maria é a Mãe da Igreja.
8. MARIA FOI LEVADA À GLÓRIA DO CÉU EM CORPO E ALMA?
Assim como o corpo de Jesus não se corrompeu, mas ressuscitou dos mortos, em estado glorioso, e está, com toda a glória e poder, junto do Pai, assim também o corpo de Maria não se corrompeu, mas foi levado ao Céu em estado glorioso. Os verdadeiros cristãos afirmam e acreditam que Maria está no céu em corpo e alma.
No livro do Génesis, Deus disse à Serpente: «Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a d’ela. Esta esmagar-te-á a cabeça, ao tentares mordê-la no calcanhar» (Génesis 3,15). Por aqui vemos que a vitória total da descendência de Eva, conta a Serpente, será realizada em Cristo e Sua Mãe. Maria está intimamente unida ao Seu Filho na luta e na vitória, contra o demónio. E nós sabemos que o pecado e a morte não tiveram poder sobre Cristo. Também sabemos que o pecado não teve poder sobre Maria. De igual modo, os cristãos sabem que a morte não podia dominar sobre Aquela que não conheceu o pecado. É por isso que a Igreja Católica afirma que Maria foi levada ao céu em corpo e alma. A honra do Filho pede a honra da Mãe.
Aquele que concebeu, que deu à luz, que amamentou, que viveu tão unida a seu Filho, que é Deus, tem de participar já totalmente, da glória do próprio Filho. O corpo de Maria não podia sofrer a corrupção!
9. COMO É COMPOSTA A ORAÇÃO DA «AVE MARIA» QUE OS CRISTÃOS COSTUMAM REZAR À MÃE DE JESUS?
A oração da «Ave Maria» é composta pela saudação do Anjo: «Salve, ó cheia de Graça, o Senhor está contigo» (Lucas 1,28) (Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco); e pela saudação de Isabel: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre» (Lucas 1,42) (Bendita sois Vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus).
A «Santa Maria» foi composta pela Igreja. Nela se pede à Mãe de Deus que rogue por nós.
A DEVOÇÃO DO ROSÁRIO
Há vários séculos que, entre o povo cristão, existe a devoção do rosário. Esta devoção Mariana compõe-se de 20 dezenas de «Ave Maria», intercaladas pelo «Pai Nosso» e «Glória». A oração vocal da «Ave Maria» junta-se a oração mental com a meditação dos mistérios Gozosos, Luminosos, Dolorosos e Gloriosos de Cristo e de sua Mãe.
Foi no seio do povo simples que teve origem esta devoção à Mãe de Deus. S. Domingos, que nasceu em 1170, deu-lhe grande vigor.
Sabemos pela História que o Papa Pio V (1566-1572) foi devotíssimo do Rosário e que tornou fixa e uniforme a fórmula da «Ave Maria».
Em 7 de Outubro de 1571, deu-se a grande batalha de Lepanto, em que a frota da Europa Cristã venceu os Turcos. Esta vitória impressionou imenso toda a cristandade que, pela oração do rosário, pedira aintercessão de Maria para esta batalha decisiva. O próprio Papa Pio V atribuiu esta vitória ao rosário.
Ainda hoje, a Igreja Católica tem o mês de Outubro como mês de Rosário e, em 7 de Outubro, a festa de Nossa Senhora do Rosário.
Desde Leão XIII, todos os Papas têm enaltecido esta devoção com encíclicas e outros documentos.
A própria Virgem Maria, em 1917, apareceu em Fátima (Portugal) a três pastorinhos e pediu-lhes muito que rezassem o rosário!

5 – A VERDADEIRA IGREJA DE CRISTO. OS SANTOS E AS IMAGENS – A IGREJA DE CRISTO E OS 12 APÓSTOLOS
1. CRISTO FUNDOU ALGUMA IGREJA?
Disse Jesus ao Apóstolo Pedro: – «Eu te digo: Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a MINHA IGREJA» (Mateus 16,18). Cristo fundou a Sua Igreja, e a Igreja de Cristo é só uma.
2. QUEM ESCOLHEU JESUS PARA SEREM OS PASTORES DA SUA IGREJA?
Jesus escolheu 12 Apóstolos. «São estes os nomes dos Apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão o Cananeu, e Judas Iscariotes, que O traiu» (Mateus 10,14; Marcos 3,16-16; Lucas 6,13-15; Actos 1,13). Matias veio a substituir Judas, o traidor (Actos 1,15-26). Paulo, poro chamamento especial (Actos 9,1ss; 26,16), juntou-se ao grupo dos doze, como verdadeiro Apóstolo (Gálatas 1,1; 1Timóteo 2,7; etc).
3. OS APÓSTOLOS, À MEDIDA QUE A IGREJA IA CRESCENDO, ESCOLHERAM OUTROS HOMENS QUE LHE SUCEDESSEM NO GOVERNO DA MESMA IGREJA?
Os Apóstolos sabiam que eles próprios não podiam, sozinhos, dar cumprimento às determinações de Cristo. De facto, Cristo disse-lhes: «Sereis Minhas Testemunhas … até aos confins do mundo» (Actos 1,8); «anunciai a Boa Nova a toda a criatura» (Marcos 16,15); «Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo» (Mateus 28,18-20). Os Apóstolos eram só doze e sabiam que iam morrer (João 21,19). Por isso, constituíram Bispos e Presbíteros, para lhes sucederem, como Pastores, no governo da Igreja, com todos os poderes que Cristo lhes dera.
4. COMO SABEMOS QUE OS APÓSTOLOS ESCOLHERAM SUCESSORES?
Assim aparece nos Actos dos Apóstolos. Recomendou S. Paulo aos Anciãos da Igreja: «Tomai cuidado convosco e com todo o rebanho, de que o Espírito Santo vos constitui administradores (Bispos), para apascentardes a Igreja de Deus» (Actos 20,28). Lendo as cartas do mesmo Apóstolo a Timóteo e a Tito, vemos que Timóteo era Bispo da Igreja de Éfeso (1Timóteo 1,3) e Tipo, da Igreja de Creta (Tito 1,5-9).
– «Digna de fé é esta palavra: Quem deseja o episcopado (ser Bispo), deseja uma função sublime (1Timóteo 3,1). S. Paulo indica as qualidades que os Bispos devem ter (1Timóteo 3,2-7).
5. QUE PODERES DEU CRISTO AOS APÓSTOLOS?
Cristo deu aos Apóstolos todos os poderes que Ele próprio tinha, como enviado do Pai: «Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós» (João 20,21).
São estes os poderes dos Apóstolos:
1.º – O Poder de ensinar ou de pregar o Evangelho – Disse Jesus: «Ide pelo mundo inteiro e pregai o Evangelho a toda a criatura» (Marcos 16,15; Mateus 28,19; Lucas 24,47). Os Apóstolos compreenderam bem que a sua maior obrigação era pregar o Evangelho: «Não convém deixarmos a palavra de Deus para servirmos à mesa … Quanto a nós, entregar-nos-emos, assiduamente, à oração e ao serviço da Palavra» (Actos 6,2-4; 1Coríntios 1,17; 1Timóteo 2,7; 2Timóteo 1,11).
2.º – O Poder de santificar – Pelo Baptismo: «Ide, pois, ensinai todas as nações, baptizando-as em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo» (Mateus 28,19; João 3,5). – Pela Eucaristia: «Fazei isto em memória de Mim» disse Jesus, quando instituiu a Eucaristia e o Sacerdócio (Lucas 22,19; João 6,52-54). – Pela Confirmação ou Crisma: dizem os Actos dos Apóstolos que «Pedro e João iam então impondo as mãos sobre eles (os baptizados), e eles recebiam o Espírito Santo» (Actos 8,17-19; 19,5-6). – Pela Penitência: depois de ressuscitar, Jesus soprou sobre os Apóstolos e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos» (João 20,22-23). – Pela Unção dos doentes: disse S. Tiago: Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da Igreja e que estes orem sobre ele, ungindo-o como óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor restabelecê-lo-á; e, se cometeu pecados, ser-lhes-ão perdoados» (Tiago 5,14-15).
3.º – O Poder de governar com autoridade a Sua Igreja – Disse Jesus aos Apóstolos: «Em verdade vos digo: Tudo o que ligares na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu (Mateus 18,18)
6. COMO É QUE OS APÓSTOLOS TRANSMITIRAM O PODER AOS SEUS SUCESSORES?
Foi pela imposição das mãos (Sacramento da Ordem). Escreve S. Paulo a Timóteo: «Exorto-te a que reanimes o Dom que Deus te fez pela imposição das minhas mãos» (2Timóteo 1,6; 1Timóteo4,14).
7. COMO SABEMOS QUE OS BISPOS, ORDENADOS PELOS APÓSTOLOS, TINHAM PODER PARA ORDENAR OUTROS BISPOS?
Recomenda S. Paulo a Timóteo: «A ninguém imponhas as mãos inconsideradamente: não te faças cúmplice dos pecados alheios» (1Timóteo 5,22; Tito 1,5). Como os Apóstolos, os Bispos ordenavam colaboradores e sucessores pela imposição das mãos.
8. HÁ TESTEMUNHOS DOS PRIMEIROS CRISTÃOS SOBRE AS FUNÇÕES DOS BISPOS E PRESBÍTEROS (PADRES)?
S. Clemente, 3.º Bispo de Roma, que viveu no tempo dos Apóstolos, escreveu aos Cristãos de Corínto: «Os Apóstolos… deram ordens que quando tivessem morrido, outros homens experimentados lhes sucedessem em seu ministério». E Sto. Inácio, também do tempo dos Apóstolos, escreveu: «Nada façais sem o Bispo. O Bispo representa Deus na Comunidade, e os Presbíteros e os Diáconos estão-lhe ao lado». Etc.
A palavra «Bispo» quer dizer «Vigilante» e «Presbítero» quer dizer «Ancião», «Velho». Por vezes, no Novo Testamento, os Bispos também são chamados Presbítero (Anciãos, Velhos). É o que sucede, por exemplo, na 1.ª Carta de S. Pedro: «Aos Presbíteros que estão entre vós, rogo eu, presbítero como eles… apascentai o rebanho que Deus vos confiou, velando por ele, não constrangidos, mas de boa vontade …» (1Pedro 5,1-4). S. Pedro chama «Presbítero» aos Bispos que, juntamente com ele, governam a Igreja.
Por tudo isto se vê o erro e a blasfémia das Testemunhas de Jeová contra a verdade, quando afirmam, à porta das nossas casas e em ajuntamentos de pessoas (feiras, etc.) que a «Igreja Católica é uma «invenção de Satanás», para apresentarem a Sociedade Torre de Vigia como a verdadeira «consagração de Deus».
O PRIMADO DE PEDRO
1. QUEM É QUE CRISTO ESCOLHEU PARA SER O PRÍNCIPE DOS APÓSTOLOS E O CHEFE DA IGREJA?
Cristo escolheu Pedro para ser o primeiro, o Príncipe dos Apóstolos e o chefe de toda a Igreja: «Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno nada poderão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus, e tudo quanto ligares, na terra, ficará ligado, nos céus, e tudo quanto desligares na terra será desligado, nos céus» (Mateus 16,18-19). Cristo prometeu a Pedro todo o poder sobre a Igreja.
«Eu roguei por ti, a fim de que a tua fé não desfaleça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos» (Lucas 22,32). Pedro é o fundamento visível da unidade de fé da Igreja de Cristo.
Depois de ressuscitar, perguntou Jesus a Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-Me mais do que estes? Ele respondeu: Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta os Meus cordeiros. Voltou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de João, tu amas-Me? Ele respondeu: Sim Senhor, Tu sabes que Te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as Minhas ovelhas. Perguntou-lhe, terceira vez: Simão, filho de João, tu amas-Me? Pedro entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Tu amas-Me? E respondeu-Lhe: Senhor, Tu sabes tudo, Tu bem sabes que Te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as Minhas ovelhas» (João 21,15-17). Pedro é o Pastor de toda a Igreja.
Pedro é chamado o «Primeiro» (Mateus 10,2) e, nas listas dos Apóstolos, aparece sempre em primeiro lugar (Mateus 10,2; Marcos 3,16; Lucas 6,14; Actos 1,13). Pedro é o único, a quem Cristo pôs o nome (ele tinha o nome de Simão, Mateus 3,16). Foi Pedro que se levantou e presidiu à escolha de Matias, para ocupar o lugar de Judas (Actos 1,15-26). Foi Pedro que, «de pé, com os onze», fez a primeira pregação ao povo, no dia de Pentecostes (Actos 2,14ss).
2. PORQUE DIZEMOS QUE PEDRO É O VIGÁRIO DE CRISTO NA TERRA?
Pedro é o Vigário de Cristo na terra, quer dizer, faz as vezes de Cristo, porque:
1.º – Cristo continua sendo no Céu o «Bom Pastor» (João 10,11), «o Príncipe dos Pastores» (1Pedro 5,4), o «Grande Pastor das ovelhas» (Hebreus 13,20). – Na terra Pedro é Vigário (faz as vezes) de Cristo, como Pastor da Sua Igreja. Disse Jesus a Pedro: «Apascenta as Minhas ovelhas» (João 21,15-17).
2.º – Cristo continua sendo, no Céu, a «Pedra» principal e angular, sobre a qual está edificada a Igreja Universal (Mateus 21,42-44; 1Pedro 2,4-8; Actos 4,11; Efésios 2,20-22; 1Coríntios 10,4; 3,1). – Na terra, Pedro é o Vigário de Cristo, como «Pedra» visível, sobre a qual se levanta a mesma Igreja visível e universal. Disse Jesus: «Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a Minha Igreja» (Mateus 16,18).
3.º – Cristo continua sendo, no Céu, «aquele que tem a chave de David, que abre e ninguém fecha, e fecha e ninguém abre» (Apocalipse 3,7), quer dizer, a Cristo pertence todo o poder. – Na terra, Pedro é o Vigário de Cristo, possuindo, em ordem à cura de almas, poder supremo, pleno, imediato e universal. Disse Jesus: «Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus, e tudo quanto ligares na terra ficará ligado nos Céus, e tudo quanto desligares na terra será desligado nos Céus» (Mateus 16,19).
3. O APÓSTOLO PEDRO ESTEVE E MORREU EM ROMA?
Embora a Bíblia não o diga de modo claro, sabemos que Pedro esteve e morreu em Roma.
1.º – É de Roma que Pedro escreve a sua primeira Carta. Diz Pedro: «A Igreja que está em Babilónia, eleita como vós, saúda-vos» (1Pedro 5,13) Roma era designada por «Babilónia», por causa da corrupção que lá reinava e da perseguição feita aos cristãos (Apocalipse 17,5).
2.º – Eis alguns testemunhos dos primeiros cristãos: S. Clemente de Roma, escrevendo aos cristão de Corinto, pelo ano 96, coloca o martírio de Pedro em relação com a perseguição do Imperador Nero. Pelo ano 170, o Bispo Dionísio de Corinto escreve aos Romanos, dizendo que Pedro e Paulo foram martirizados, ao mesmo tempo. Ireneu de Lião, pelo ano 180-190, atribuiu a fundação da Igreja Romana aos gloriosos Apóstolos Pedro e Paulo, e apresenta a lista dos Bispos de Roma, desde Pedro até ao seu tempo. O Presbítero romano Gaio, pelo ano 200, declara que, ainda no seu tempo, se podiam mostrar, em Roma, as sepulturas dos dois Apóstolos: a de Pedro, na colina do Vaticano e a de Paulo, na via Ostiense.
4. QUEM É O SUCESSOR DE PEDRO NO GOVERNO DA IGREJA UNIVERSAL?
O sucessor de Pedro é o BISPO DE ROMA, a quem os cristãos costumam chamar: Papa, Santo Padre, Sumo Pontífice, Vigário de Cristo.
Desde sempre, os verdadeiros cristãos aceitaram o Bispo de Roma como sucessor de Pedro. Dão testemunho disso os escritos de S. Clemente, S.to Inácio, S.to Ireneu, etc.
A IGREJA CATÓLICA E AS IGREJAS CRISTÃS SEPARADAS
1. PORQUE DIZEMOS QUE A IGREJA CATÓLICA É A ÚNICA IGREJA FUNDADA POR CRISTO?
Porque é a única Igreja que vem dos Apóstolos e tem como Chefe o sucessor de Pedro.
2. QUE QUER DIZER «IGREJA CATÓLICA»?
«Igreja Católica» quer dizer «IGREJA UNIVERSAL». «Católica» é uma palavra que vem do grego e quer dizer «Universal». «Igreja», da mesma origem, quer dizer «Assembleia».
Foi S.to Inácio, do tempo dos Apóstolos, que, pela primeira vez, deu à Igreja de Cristo o nome de «Católica». Disse ele: – «Onde está a Igreja de Cristo aí está a Igreja Católica».
A Igreja Católica é a Assembleia dos Cristãos de todo o mundo, em união com os Bispos e com o Papa.
3. COMO SE EXPLICA QUE HAJA NO MUNDO TANTAS IGREJAS CRISTÃS SEPARADAS?
Explica-se porque, desde sempre, muitos não quiseram nem querem sujeitar-se às autoridades da Única Igreja fundada por Cristo. Dizem-se enviados por Deus, interpretam a Bíblia à sua maneira e fundam, então, as «suas» igrejas ou seitas.
4. O QUE DIZ A HISTÓRIA?
– Já no tempo dos Apóstolos, apareceu um homem chamado Simão Mago que dizia ser a «Grande Força de Deus». Todos acreditavam nele. Baptizou-se e quis comprar com dinheiro a faculdade de comunicar o Espírito Santo. S. Pedro repeliu-o com as palavras mais indignadas (Actos 8,9ss).
– Pelo século II, surgiu a seita dos Ebionitas. Diziam que Cristo não era Deus e viviam na expectativa da 2.ª vinda de Cristo, para a implantação do Reino de 1.000 anos!
– Pelo ano 155, Marcião, chamado «mestre santíssimo» pelos seus seguidores, fundou a «Igreja Separada»! Afirmava que o Antigo Testamento estava em total contradição com o Novo e defendia uma moral muito rigorosa. Segundo ele, o casamento era proibido, assim como comer carne e beber vinho.
– Por 1520, Martinho Lutero, padre da Igreja Católica, rejeitou a autoridade do Papa e convenceu-se que tinha uma missão divina a cumprir. Assim começaram os Protestantes.
– Em 1531, Henrique VIII de Inglaterra, querendo divorciar-se de Catarina de Aragão, com quem casara, e não conseguindo autorização de divórcio, não aceitou mais a autoridade do Papa e declarou-se chefe supremo da Igreja de Inglaterra. Assim surgiu a Igreja Anglicana.
– Por 1566, por acção de Tomás Cartwright, surgiram em Inglaterra os Presbiterianos. Proclamavm uma igreja absolutamente pura e conforme à Escritura. Também eram conhecidos pelo nome de «Puritanos».
– Entre 1630-1640, na América e na Inglaterra, formou-se a Igreja Baptista. Foi da Igreja Presbiteriana que saiu a Igreja Baptista.
– Em 1648, o inglês Jorge Fox, convencido de que era iluminado por Deus, percorreu a Inglaterra vestido de profeta e fundou a «Sociedade de Amigos» e de «Filhos da Luz».
– Por 1740, João wesley e seu irmão Charles separaram-se da igreja Anglicana e formaram a «Sociedade dos Renovados» (Igreja Metodista).
– Wesley é considerado o «pai» das «Comunidades Pentecostais» e dos «Grupos de Santidade». As igrejas «de santidade» são muitas: a «Igreja do Nazareno», a «Igreja de Deus», a «União das Assembleias de Deus», as Igrejas Pentecostais dos Negros da América, etc.
– Por 1745, o sueco Manuel Swedemborg, numa «visão» tida em Londres, julgou-se chamado por Cristo para fundar a «Igreja da Nova Jerusalém»!
– Em 1830, Eduardo Irving, da Igreja Presbiteriana, fundou em Londres a Igreja Católica Apostólica. Anunciou a renovação dos carismas do Espírito Santo e a vinda de Cristo, para a instauração do Reino milenário.
– em 1831, o americano William Miller anunciou o fim do mundo, para 22 de Outubro de 1844. Muitos seguiram-no. Assim surgiram os Adventistas. Estes dividiram-se em 6 denominações, sendo os «Adventistas do Sétimo Dia» os mais conhecidos.
– Em 1865, o inglês William Booth fundou o «Exército da Salvação». É uma forma de Metodismo militarmente organizado.
– Em 1872, o comerciante americano Carlos Russel abandonou a Igreja Adventista e fundou a «Sociedade Internacional dos Estudiosos da Bíblia, que em 1931, passou a chamar-se «Testemunhas de Jeová». Já esperavam pela 2.ª vinda de Cristo, em 1874, para a implantação do Reino Milenário. Carlos Russel declarou-se enviado por Deus!
Hoje, as seitas e igrejas protestantes são mais de 300. No geral, todos os fundadores se consideraram enviados por Deus! Todas se dizem «Igreja de Cristo»! Todas pretendem defender-se com a Bíblia, que interpretam livremente. Coisa impossível, pois Deus não pode estar dividido…
5. A QUEM PERTENCE O PODER DE ENSINAR E INTERPRETAR A BÍBLIA SAGRADA?
O poder de ensinar e de interpretar a Bíblia Sagrada pertence ao PAPA, que é o sucessor de Pedro, e aos BISPOS, que são os sucessores dos Apóstolos, em união com o PAPA.
6. COMO SABEMOS QUE É ASSIM?
Disse Jesus a Pedro: «E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos» (Lucas 22,32), quer dizer, confirma-os na fé. E disse aos Apóstolos: – «Ide, pois, ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o quanto vos tenho mandado. E Eu estarei convosco sempre até ao fim do mundo» (Mateus 28,18-20; Marcos 16,15-16); «Quem vos ouve é a Mim que ouve, e quem vos rejeita é a Mim que rejeita» (Lucas 10,16; Mateus 10,40). Foi aos Apóstolos e àqueles que lhes haviam de suceder até ao fim do mundo, que Cristo deu o poder de ensinar. Quem tem o poder de ensinar, tem o poder de interpretar a Bíblia com autoridade.
Recomenda S. Paulo: «Sede submissos e obedecei aos que vos guiam, pois eles velam pelas vossas almas, das quais terão de dar contas» (Hebreus 13,17). E escreve a Timóteo: «Ó Timóteo, guarda o depósito (da fé) que te foi confiado, evita as palavras vãs e profanas, bem como as contradições da falsa ciências, que alguns professam, desviando-se da fé» (1Timóteo 6,20-21). E ainda: «A Igreja de Deus vivo é coluna e sustentáculo da verdade (1Timóteo 3,15).
A Igreja Católica pertence guardar o «Depósito da Fé», e, como «Coluna e Sustentáculo da Verdade», ensinar e interpretar a Bíblia, com verdade.
7. NAS RELIGIÕES QUE ESTÃO SEPARADAS DA IGREJA CATÓLICA TUDO ESTÁ ERRADO?
Não. Os cristãos das outras religiões são «NOSSOS IRMÃOS SEPARADOS». Muitos professam o mesmo baptismo; aceitam a Sagrada Escritura, como norma de Fé e de Vida; crêem em Deus Pai Omnipotente e em Cristo, Filho de Deus Salvador; etc. Embora não praticam totalmente da fé nem estejam em comunhão com os Sucessores dos Apóstolos, a Igreja Católica ama e respeita os «Irmãos Separados» que, de coração sincero procuram a verdade.
8. PODEMOS ACEITAR A AFIRMAÇÃO «QUALQUER RELIGIÃO É BOA», «QUALQUER RELIGIÃO SERVE»?
Não. A Igreja de Cristo é uma só, e é da vontade do próprio Cristo que haja «um só Rebanho e um só Pastor» (João 10,16), Cristo rezou ao Pai, dizendo: «Pai Santo, guarda em Teu nome aqueles que Me deste, para que sejam um, assim como Nós» (João 17,11). E ainda: «Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão-de crer em Mim, para que todos sejam um só; como Tu, ó Pai, estás em Mim, e Eu em Ti, que também eles estejam em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste» (João 17,20-23).
Todo o verdadeiro cristão deve sentir a tristeza da desunião, deve amar os «Irmãos Separados» e deve rezar como Cristo pediu, para que, em breve, haja um só rebanho e um só Pastor».
9. COMO PODEMOS DIZER QUE A IGREJA CATÓLICA É SANTA, SE MUITOS DOS SEUS CRISTÃOS DÃO ESCÂNDALO?
A Igreja Católica é santa no Seu Fundador, que é Cristo; é santa na Palavra que ensina; é santa nos Sacramentos que administra e é santa nos seus membros que sinceramente procuram a santidade. Mas a Igreja de Cristo contém pecadores no seu seio. E, se é verdade que, através dos tempos, muitos cristãos deram testemunho de fé e de santidade, mesmo até ao martírio, também é verdade que muitos, até padres, bispos e papas, deram escândalos.
10. PORQUE É QUE A IGREJA CATÓLICA NÃO PÕE DE LADO E NÃO DESPREZA OS PECADORES?
A caridade cristã não o permite. Disse Jesus: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Não vim chamar os justos, mas os pecadores» (Mateus 9,12-13). O pai do «filho pródigo» não desprezou o filho que ingratamente o abandonou (Lucas 15,11-32. Judas foi escolhido por Jesus, e Judas foi o maior traidor e o que cometeu o maior escândalo. Jesus sabia que Judas tinha demónio (João 6,70; Lucas 22,3) e sabia que era ele que O ia entregar (João 13,11). Apesar disso, nunca o desprezou.
«É inevitável que haja escândalos, mas ai daquele que os causa» (Lucas 17,1; Mateus 18,7). Já assim foi entre os primeiros cristãos (1Coríntios 5,1-2; 11,18-22) e entre os colaboradores dos Apóstolos (1Timóteo 1,20; 2Timóteo 4,9; etc).
Para evitar injustiças, recomenda S. Paulo a Timóteo: «Não recebas acusação contra um presbítero, se não for confirmada por duas ou três testemunhas» (1Timóteo 5,19).
O CULTO DAS IMAGENS
1. NO ANTIGO TESTAMENTO DEUS PROÍBE FAZER IMAGENS?
Diz o Livro do Êxodo: «Não farás para ti imagens esculpidas, nem qualquer imagem do que existe no alto dos céus, ou do que existe em baixo, na terra, ou do que existe nas águas, por debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto…» (Êxodo 20,4-5; Deuteronómio 5,7-9).
2. SEGUNDO ESTE MANDAMENTO É ABSOLUTAMENTE PROIBIDO FAZER QUALQUER IMAGEM?
Deus não proíbe, absolutamente, fazer qualquer imagem. Por este mandamento, Deus proibiu fazer ídolos, para que o povo judeu não caísse no pecado de idolatria, como os povos vizinhos.
3. COMO SABEMOS QUE É ASSIM?
Sabemos que é assim, porque o próprio Deus também mandou fazer imagens. Ordenou Deus a Moisés: «Farás dois querubins de ouro fabricá-los-ás de uma só peça… Estes querubins terão as asas estendidas para diante, cobrindo o propiciatório, com os rostos voltados um para o outro, inclinados para o propiciatório sobre a arca» (Êxodo 25,18-20). Salomão, por seu lado, mandou fazer imagens, no templo que construiu por ordem de Deus: «Mandou esculpir querubins nas paredes» (2Crónicas ou Paralipómenos 3,7); e «mandou esculpir dos querubins, revestidos de ouro, para o interior do Santo dos Santos… Estavam de pé, com o rosto voltado para o Templo» (2Crónicas ou Paralipómenos 3,10-13; 1Reis 6,23-35).
4. O POVO HEBREU TAMBÉM SE SERVIU DE IMAGENS PARA RECEBER GRAÇAS DE DEUS?
Diz a Bíblia que «Moisés fez uma serpente de bronze e fixou-a sobre um poste. Se alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, vivia» (Números 21,9; João 3,14). A imagem da serpente serviu para Deus dar a vida a muita gente.
5. O POVO HEBREU PRESTAVA CULTO A DEUS DIANTE DE SINAIS SENSÍVEIS OU DE IMAGENS?
Diz a Bíblia que «o Rei Salomão e todo o Israel e quantos se haviam reunido diante da Arca imolaram ovelhas e bois, cujo número não se pôde avaliar» (2Crónicas ou Paralipómenos 5,6). E ainda: «Foi pois, David e transportou-a (a Arca), da casa de Obededom para a cidade de David com grandes regozijos. E a cada seis passos que davam os que transportavam a Arca do Senhor, sacrificavam um boi e um carneiro» (2Samunel 6,12-15). Portanto, os Hebreus veneravam a Arca da Aliança e ofereciam sacrifícios a Deus diante dela. E a Arca da Aliança era uma caixa contendo «as duas tábuas postas por Moisés» (2Crónicas ou Paralipómenos 5,10). Por cima da tampa, tinha duas imagens de querubins e o propiciatório (Êxodo 25,10-21).
6. OS HEBREUS, AO FAZEREM SACRIFÍCIOS DIANTE DA ARCA, ERAM IDÓLATRAS?
Os Hebreus sabiam que era a Deus que ofereciam os sacrifícios, e não à Arca. Idolatria seria se pensassem que a Arca era o próprio Deus. O livro do Êxodo (32,8) ensina-nos o que é a idolatria, ao apresentar o «bezerro de ouro» feito «deus» pelo povo judeu. Ler também Isaías 44,14-17 e Salmo 113-B (115).
7. QUE DIZ O NOVO TESTAMENTO SOBRE AS IMAGENS?
O Novo Testamento nada diz sobre as imagens. O próprio Cristo, quando lembrou os Mandamentos da Lei, dados por Deus a Moisés, nunca se referiu às imagens (Mateus 19,17-19; 22,36-39).
8. PORQUE É QUE A IGREJA CATÓLICA USA IMAGENS NO SEU CULTO?
A Igreja Católica usa imagens no seu culto, porque a Bíblia não proíbe o seu uso correcto. Além disso, as imagens são sinais sensíveis que nos ajudam a compreender e a lembrar mais facilmente os mistérios de Deus e os seus Santos.
9. OS CRISTÃOS DA IGREJA CATÓLICA SÃO IDÓLATRAS, QUER DIZER, ADORAM AS IMAGENS?
Os cristãos da Igreja Católica não adoram as imagens. Eles sabem que só devem adorar a Deus em «espírito e verdade» (João 4,24) e que devem guardar-se dos ídolos (1João 5,21). A prova disto está em que, desde sempre muitos cristãos foram mortos por recusar a idolatria.
10. QUE ENSINA A IGREJA CATÓLICA SOBRE AS IMAGENS?
A Igreja Católica ensina o seguinte: «Devemos pôr e conservar, sobretudo nas igrejas, as imagens de Cristo, da Virgem Mãe de Deus e dos outros Santos e dar-lhes a honra e a veneração que lhes são devidas. Não que se creia haver nelas algo de divino, ou uma força em virtude da qual se devam honrar, ou que se lhes deva pedir alguma coisa ou que se deva pôr a própria confiança nas imagens, como faziam outrora os pagãos, os quais punham a sua esperança nos ídolos; a honra que lhes prestamos refere-se aos protótipos que elas representam». Ensina ainda: «Nas imagens que beijamos, diante das quais nos descobrimos e nos ajoelhamos, nós adoramos a Cristo e honramos os santos por elas representados» (Concílio de Trento).
E recomenda, a mesma Igreja: «Mantenham-se o uso de expor imagens nas igrejas à veneração dos fiéis. Sejam, no entanto, em número comedido e na ordem devida, para não causar estranheza aos fiéis nem contemporizar com uma devoção menos ortodoxa» (Vaticano II, SC 125).
As imagens são um auxiliar para adorar a Cristo e honrar os santos. As imagens nada podem! Deus pode conceder as Suas graças. Os santos, representados pelas imagens, só podem interceder a Deus por nós.
Se os homens usam imagens e figuras para o mal, porque não hão-de usar-se imagens que nos lembrem Deus e nos conduzam ao bem?

6 – O ALIMENTO IMPURO. A ALMA NÃO E O SANGUE. A SUPERSTIÇÃO E A MAGIA
LIMITAÇÃO NOS ALIMENTOS
1. PORQUE É QUE ALGUMAS RELIGIÕES PROIBEM CERTAS COMIDAS E BEBIDAS?
Porque continuam sujeitas à Antiga Lei. Na realidade, segundo a Lei de Moisés, era proibido, por exemplo, comer carne de coelho, de lebre, de porco, de peixe sem barbatanas e escamas, etc. (Levítico cap.11; Deuteronómio 14,1-21), pois os Hebreus, devido aos costumes superisticiosos, à mentalidade popular e aos costumes idolátricos dos povos vizinhos, faziam uma grande distinção entre animais puros e impuros. Proibiam beber vinho (e qualquer bebida fermentada), certamente porque, já no Antigo Testamento o vinho parece como causa de grandes males (ver, por exemplo, o caso de Noé – Génesis 9,20-27); havia, até, quem vendesse a filha por vinho, para beberem (Joel 4,3); e, no livro do Eclesiástico, lemos que «o vinho e as mulheres fazem sucumbir os próprios sábios e tornam culpáveis os homens sensatos» (Eclesiástico 19,2).
2. SEGUNDO A NOVA LEI HAVERÁ ALGUMA COMIDA OU BEBIDA QUE SE NÃO DEVA TOMAR?
Segundo a Nova Lei, de tudo se pode comer e beber, desde que seja com moderação e sem prejudicar a saúde. Nós sabemos que tudo o que deus criou é bom (Génesis 1,20-25). S. Paulo afirma que «tudo é puro para os que são puros» (Tito 1,15). Jesus diz que «não é aquilo que entra pela boca é que torna o homem impuro, mas o que sai da boca é que torna o homem impuro» (Mateus 15,11). «Não percebeis que tudo quanto, de fora, entra no homem não pode torná-lo impuro, porque não penetra no seu coração mas no seu ventre, e depois é expelido em lugar próprio? Assim declarava puros todos os alimentos» (Marcos 7,18-19). «O alimento não é que nos faz agradáveis a Deus. Porque nem ganhamos se comermos nem perdemos se não comermos» (1Coríntios 8,8).
S. Pedro, quando se encontrava em Jope, teve a seguinte visão: «Viu o céu aberto e um objecto, como uma grande toalha, atada pelas quatro pontas, a descer para a terra. Estava cheia de todos os quadrúpedes e répteis da terra e de todas as aves do céu. E uma voz dizia-lhe: Vamos, Pedro, mata e come. Mas Pedro retorquiu: de modo algum, Senhor! Nunca comi nada de profano, nem de impuro. E a voz falou-lhe novamente, pela segunda vez: o que foi purificado por Deus não o consideres tu impuro…» (Actos 10,11-15).
Jesus, quando foi convidado para um casamento em Caná da Galileia, como o vinho viesse a faltar, fez o Seu primeiro milagre, transformando a água em vinho (João 2,2-11). E, por certo, Jesus também bebeu vinho. Assim censurou os Judeus: «Veio João, que não come nem bebe, e dizem dele: Está possesso! Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: Aí está um glutão e bebedor, amigo de publicanos e pecadores!».
Quando instituiu a Eucaristia, escolheu pão e vinho por serem o alimento e a bebida mais comuns do povo Hebreu (Lucas 22,14-20).
3. É CERTO QUE OS CRISTÃOS DE TUDO PODEM COMER?
É certo. Reparemos nestas palavras de S. Paulo: – «Não tomes, não proves, não toques… – proibições estas que se tornam perniciosas pelo uso que delas se faz e que não passam de preceitos e doutrinas dos homens. Têm, na verdade, uma aparência de sabedoria, pela sua afectada piedade, humildade e severidade para com o corpo, mas não têm nenhum valor real e só servem para satisfazer a carne» (Colossenses 2,21-23).
«O Espírito diz claramente que nos últimos tempos, alguns apostataram da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas diabólicas. Induzidos pela hipocrisia, alguns impostores, que têm a consciência cauterizada, proíbem o casamento e o uso de alimentos que o Senhor criou para que, com acções de graças, participem deles todos os fiéis e aqueles que conhecem a Deus. Porque tudo o que Deus criou é bom, e não é para desprezar, contando que se tome em acção de graças» (1Timóteo 4,1-4).
«Que ninguém vos condene pela comida ou pela bebida, pelas festas, luas novas ou sábados. Tudo isso não é mais que sombra do que devia vir. A realidade é Cristo». (Colossenses 2,16-17).
O cristão deve ter cuidado para não escandalizar os fracos (Romanos 14-21) e não deve abusar das comidas e das bebidas. Os «bêbados» não entrarão no Reino de Deus (1Coríntios 6,10) e aqueles para quem o seu «deus» é o ventre terão como fim a perdição (Filipenses 3,19).
A ALMA NÃO É O SANGUE
Diz o Livro de Génesis: «Não comereis a carne com a sua ALMA, o SANGUE» (Génesis 9,4)
1. SEGUNDO ESTA PASSAGEM, O SANGUE É O MESMO QUE A ALMA?
Para os Hebreus, a palavra «néfes» (alma) tem muitos sentidos e é usada para significar muitas coisas. Por exemplo: – «… a habitação dos mortos alargará o seu seio (néfes, no hebraico)» Isaías 5,14); … «que a espada venha tirar a vida (néfes)» (Ezequiel 33,6); «as águas me cercaram até ao pescoço (néfes) (Jónas 2,6); «… a sua esperança será exalar o último suspiro (néfes)» (Job 11,20); «Deus tem nas mãos a alma (néfes) de todo o ser vivente» (Job 12-10); «não fareis incisões na vossa carne por um porto (néfes)» (Levítico 19,28); 21,11); etc. A mesma palavra «néfes» serve para designar «garganta», «sopro», «vida», «animal», «homem», «corpo morto», «sangue», «alma», etc. Além disso, atribui-se à «néfes» não só a vida física, mas também os fenómenos fisiológicos, psíquicos e psicológicos. Por ex.: «O Senhor não deixará a alma «néfes» do justo passar fome» (Provérbios 10,3). «Para vós Senhor, meu Deus, elevo a minha alma «néfes» (Salmo 24,1), etc., etc.
Os Hebreus diziam que o sangue é a «néfes» (alma), porque a palavra «néfes» era usada para designar qualquer elemento vital.
2. PORQUE É QUE O POVO HEBREU ESTAVA PROIBIDO DE TOMAR O SANGUE DOS ANIMAIS?
1.º – Segundo os Hebreus, o sangue continha a vida de toda a carne, tanto do homem como do animal (Génesis 9,5; Levítico 17,11; etc.).
2.º – O sangue estava ligado à prática da adivinhação e da magia: «Não comereis nada que contenha sangue. Não praticareis a adivinhação nem a magia» (Levítico 19,26). Além disso, os povos vizinhos tinham por costume tomar sangue como rito de união com a divindade, em determinados actos de idolatria.
3.º – O sangue era um sinal sagrado: o sangue dos sacrifícios era derramado junto do altar (Êxodo 29,16-20); com o sangue dos sacrifícios eram aspergidos os ministros sagrados do povo Hebreu e as suas vestes (Êxodo 29,21; Levítico 8,23-30); foi o sangue do Cordeiro Pascal que livrou os Hebreus do castigo do anjo exterminador (Êxodo 12,7-29), foi com o sangue que Moisés aspergiu o Povo e disse: – «Este é o sangue da aliança que o Senhor concluiu convosco, mediante todas estas palavras» (Êxodo 24,8); os leprosos eram purificados com sangue (Levítico 14,7); etc.
Por tudo isto, o povo hebreu considerava rigorosamente proibido tomar sangue.
3. NO NOVO TESTAMENTO, TAMBÉM FOI PROIBIDO TOMAR O SANGUE DOS ANIMAIS?
Os Apóstolos determinaram, no Concílio de Jerusalém, que se dissesse aos pagãos convertidos «para se absterem de tudo quando foi conspurcado pelos ídolos, da impudicícia, das carnes sufocadas e do sangue» (Actos 15,19-20. 29).
4. PORQUE É QUE OS APÓSTOLOS DETERMINARAM ISTO?
Foi para não criar escândalos entre os Judeus que continuavam a seguir a Lei de Moisés. Os Apóstolos viram a necessidade de condescender com certos costumes judaicos, para evitar conflitos com os seus pregadores. É por isso que S. Tiago justificou a determinação de os cristãos se absterem das carnes sufocadas e do sangue, dizendo: «Desde os tempos antigos, Moisés tem em cada cidade os seus pregadores, e é lido todos os sábados nas sinagogas» (Actos 15,21)
5. NÃO HAVENDO ESCÂNDALO, OS CRISTÃOS PODEIAM COMER DE TUDO?
Diz S. Paulo: – «Se algum infiel vos convidar, e vós quiserdes ir, comei e tudo o que vos for servido, sem nada perguntar, por motivo de consciência. Mas, se alguém vos disser: Isto foi sacrificado aos ídolos, não comais por causa desses que vos advertiu e da consciência. E, quando digo consciência, refiro-me à do outro, e não à tua… Portai-vos de modo a não dar escândalo, nem aos Judeus, nem aos gentios, nem à Igreja de Deus» (1Coríntios 10,27-32; 8,8-9).
O sangue nunca pode ser identificado com a alma espiritual que faz com que o homem seja pessoa. O homem é pessoa não por ter sangue, mas por ter uma alma espiritual, distinta do sangue.
Não é o corpo e o sangue que fazem a pessoa, senão vejamos:
Os animais têm corpo e sangue e não são pessoas. Os homens têm corpo e sangue e são pessoas.
Os anjos não têm corpo nem sangue e são pessoas.
Deus não tem corpo nem sangue, e em Deus há Três pessoas.
Os animais não têm inteligência nem vontade e não são pessoas. Os homens têm inteligência e vontade e são pessoas.
Os anjos têm inteligência e vontade e são pessoas.
Deus tem inteligência e em Deus há Três pessoas.
É a inteligência e a vontade que fazem os homens pessoas, e a inteligência e a vontade não vêm do corpo nem do sangue, mas da alma espiritual que nos faz à «imagem e semelhança de Deus» (Génesis 1,26). Se eu perder um litro de sangue, não perco um litro de inteligência.
O homem é um ser que possui um corpo animal informado por uma alma espiritual.
Alguns, querendo justificar que a «alma» é o «sangue», chegam a dizer que o homem é igual ao animal! Até afirmam que os animais têm inteligência! Confundem inteligência com instinto!
Quem já conseguiu pôr um animal a raciocinar, a fazer contas, por exemplo?
Quem pode afirmar que o animal é responsável pelo que faz?
Quem é capaz de levar um cão a tribunal, para ser julgado pela mal que fez?…
6. O POVO HEBREU SABIA QUE O HOMEM É SUPERIOR AOS ANIMAIS?
O povo hebreu sabia que só o homem foi criado à «imagem e semelhança de Deus» Génesis 1,26); sabia que só ao homem pertence dominar sobre os animais e sobre toda a criação (Génesis 1,26-30); sabia que os animais foram criados para o homem, até para lhe servir de alimento (Génesis 9,3).
A ALMA DO HOMEM NÃO MORRE
1. A ALMA DO HOMEM NÃO MORRE?
A Alma do homem não morre, porque é espiritual. Disse Jesus: – «Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma» (Mateus 10,28; Apocalipse 6,9; 20,4).
2. DEPOIS DE MORRER, O HOMEM É JULGADO?
Afirma S. Paulo: – «Está determinado que os homens morram uma só vez, depois do que, vem o juízo» (Hebreus 9,27). «Todos havemos de comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba o que mereceu, conforme o bem ou mal que tiver feito, enquanto estava no corpo» (2Coríntios 5,10).
3. QUE VEM DEPOIS DO JULGAMENTO?
Depois do julgamento vem o prémio ou o castigo, conforme o bem ou mal que cada um tiver feito, enquanto estava no corpo (Parábola do «rico avarento» – Lucas 16,19-31).
4. QUAL É O PRÉMIO QUE DEUS DÁ ÀS ALMAS DOS JUSTOS, LOGO DEPOIS DA MORTE?
Os justos terão a felicidade do céu. Disse Jesus ao bom ladrão: «Hoje estarás comigo no paraíso» (Lucas 23,43).
5. QUAL É O CASTIGO DOS MAUS?
Os maus terão o sofrimento do inferno. Jesus, ao contar a parábola do rico avarento, disse: – «… Morreu também o rico e foi sepultado. No inferno, achando-se em tormentos, ergueu os olhos e viu, de longe, Abraão e Lázaro no seu seio …» (Lucas 16,19-26).
6. PORQUE É QUE SÃO PAULO DESEJAVA MORRER?
Diz ele: – «Cheios de confiança, desejamos sair deste corpo (morrer), para habitar com o Senhor» (2Coríntios 5,8). Diz ainda: – «Para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro. Mas, se o viver na carne é útil para o meu trabalho, não sei então o que escolher. Vejo-me apertado por duas partes: desejo partir (morrer) para estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor». (Filipenses 1,21-23).
S. Paulo sabia que a vida não acaba com a morte. O justo, quando morrer, vai para Deus.
7. NO ANTIGO TESTAMENTO, JÁ HAVIA UMA REVELAÇÃO PERFEITA SOBRE O QUE ACONTECE AO HOMEM DEPOIS DA MORTE?
No Antigo Testamento, a revelação ainda não era perfeita nem completa. Alguns sábios, preocupados com o problema do bem e do mal e atormentados com o mistério do além-túmulo, indagavam-se a sorte do homem seria igual à do animal: «Todos vão para um mesmo lugar. Todos saíram do pó e ao pó voltam todos. Quem sabe se o sopro de vida dos filhos dos homens subirá às alturas da terra?» (Eclesiastes 3,20-21). E lamentavam que a sorte dos bons fosse igual à dos maus: «Tudo acontece igualmente a todos: a mesma sorte para o justo e para o ímpio, para aquele que é bom e para aquele que é impuro…» (Eclesiastes 9,2-3).
Apesar de todo o mistério sobre a vida do além, os sábios hebreus estavam convencidos que a resposta aos problemas que os afligiam só podia vir de Deus. Só Deus pode fazer justiça e recompensar a cada um, conforme o bem ou mal que fez, enquanto viveu na terra: «Posto que o pecador cometa cem vezes o mal e veja a sua vida prolongada, sei, no entanto, que a felicidade é para os que temem a Deus e se enchem de respeito na Sua presença. Não haverá nenhuma felicidade para o ímpio que, como a sombra, não prolongará a sua vida, porque não teme a Deus» (Eclesiastes, 8,12-13). «Deus fará dar contas, no dia do juízo, de tudo o que está oculto, quer seja bom quer seja mau» (Eclesiastes 12,14). Diz o livro da Sabedoria: «As almas dos justos estão na mão de Deus e nenhum tormento os tocará. Aparentemente, estão mortos aos olhos dos insensatos, a sua saída deste mundo é considerada uma desgraça e a sua morte como uma destruição, mas eles estão em paz»! (Sabedoria 3,1-3).
Só com Cristo temos a revelação perfeita sobre a alma e sobre o destino do homem depois da morte.
Os Hebreus acreditavam que as almas continuavam a existir depois da morte do corpo e que até podiam aparecer e falar (1Samuel 28,11-15). Que a vida não acaba com a morte, prova-o também a passagem do Evangelho sobre a Transfiguração de Jesus. Se Moisés e Elias apareceram a falar com Jesus, é porque as suas almas não estão reduzidas ao nada (Lucas 9,30-33).
SUPERSTIÇÃO E MAGIA – Os Sonhos
1. NO ANTIGO TESTAMENTO JÁ HAVIA O PROBLEMA DA MAGIA?
Os homens sempre viveram preocupados com o sobrenatural e, quando falta a fé em Deus Verdadeiro, valem-se da superstição. Narra o 1.º livro de Samuel: «Saul tinha expulsado do país os feiticeiros e os adivinhos. Os Filisteus mobilizados foram acampar em Sunam. Saul, reunindo as tropas de Israel, foi acampar em Gelboé.
«Ao ver o exército dos Filisteus, Saul inquietou-se e teve grande medo. Consultou o Senhor, o Qual não lhe respondeu nem pelos sonhos, nem pelos sacerdotes, nem pelos profetas.
«Saul disse aos seus servos: Buscai-me uma necromante (adivinha), para que eu a consulte. Responderam-lhe eles: Há uma em Endor. Saul disfarçou-se, mudou de roupa e pôs-se a caminho com dois homens. Chegaram de noite a casa da mulher. Saul disse-lhe: Prediz-me o futuro, evocando um morto, e faz-me aparecer quem eu te designar. Respondeu-lhe a mulher: Bem sabes o que fez Saul, ao expulsar os magos e os adivinhos. Porque me armas ciladas para me matar? Mas Saul jurou-lhe pelo Senhor, dizendo: Por Deus, não te acontecerá mal algum. Disse-lhe então a mulher: A quem invocar? Respondeu-lhe Saul: Faz com que me apareça Samuel…» (1Samuel 28,3-11).
2. QUAL É A VONTADE DE DEUS A ESTE RESPEITO?
Diz Deus: «Não praticareis a adivinhação nem magia» (Levítico 19,26). «Não recorrais às invocações e aos sortilégios, não vos contamineis com isso. Eu sou o Senhor vosso Deus» (Levítico 19,31). «Não deixarás viver a feiticeira» (Êxodo 22,18).
3. COMO DEVIAM SER CASTIGADOS, NO ANTIGO TESTAMENTO, OS QUE SE ENTREGASSEM À SUPERSTIÇÃO?
Deviam ser suprimidos do meio do povo. Disse Deus: «Se alguém recorrer às evocações e aos sortilégios, entregando-se a essas práticas, voltarei o Meu rosto contra ele e suprimi-lo-ei do meio do povo» (Levítico 20,6). «O homem ou a mulher que se entregar a evocações ou sortilégios será condenada à morte, apedrejá-la-ão; merece o suplício» (Levítico 20,27).
E ainda: «Não haja ninguém, no meio de ti, que faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha ou se dê à prática de encantamentos, ou se entregue a augúrios, à adivinhação ou à magia, ao feiticismo, ao espiritismo, aos sortilégios ou à evocação dos mortos. Porque o Senhor abomina aqueles que se entregam a semelhantes práticas… Porque as nações que vi despojar dão crédito a agoureiros e a adivinhos; mas a ti o Senhor, teu Deus, não permite tais prática» (Deuteronómio 18,10-14).
4. NO NOVO TESTAMENTO TAMBÉM APARECIA O PROBLEMA DA SUPERSTIÇÃO E MAGIA?
Narra o livro dos Actos dos Apóstolos: – «Encontrava-se já antes na cidade um homem chamado Simão, que praticava a magia e assombrava o povo da Samaria, dizendo ser ele próprio algo de grande. Do mais pequeno ao maior, todos acreditavam nele. «Este homem, diziam, é a força de Deus, chamada a grande». Acreditavam nele, porque, havia bastante tempo, se tinha deixado entusiasmar pelas suas habilidades mágicas» (Actos 8,9-11). E ainda: «Percorreram toda a ilha até Pafos e encontraram lá um mago, falso profeta judeu, chamado Barjesus, que estava ao serviço do procônsul Sérgio Paulo, homem ponderado. Este mandou chamar Barnabé e Saulo, desejoso de ouvir a palavra de Deus. Mas o mago Élimas,- que assim se traduz o seu nome – opôs-se-lhe, procurando desviar o procônsul da fé» (Actos 13,6-8). «E muitos dos que se tinham dedicado à magia trouxeram os seus livros e queimaram-nos, diante de todos» (Actos 19,19).
5. QUEM SE DEDICA ÀS ARTES MÁGICAS E SE SERVE DELAS POR QUE «ESPÍRITO» É CONDUZIDO?
Quem se serve das artes mágicas ou se dedica a elas é conduzido pelo «espírito do mal», é «filho do diabo». Disse Paulo ao Mago Élimas: «Ó criatura cheia de todas as astúcias e de toda a iniquidade, filho do diabo, inimigo de toda a justiça, quando é que cessarás de perverter os rectos caminhos do Senhor? Mas agora a mão do Senhor, está sobre ti; vais ficar cego, e, durante algum tempo, não hás-de ver o sol» (Actos 13,10-11).
Eis o que sucedeu com Paulo: «Um dia, quando íamos à oração, encontrámos uma serva que tinha um espírito pitónico (adivinhador) e dava muito lucro aos seus senhores, exercendo a adivinhação. Começou a seguir Paulo e a nós, bradando: «Estes homens são servos de Deus Altíssimo e anunciam-vos o caminho da salvação. Isto repetiu-se durante vários dias seguidos. Por fim, já agastado, Paulo voltou-se e disse ao espírito: Ordeno-te, em nome de Jesus Cristo, que saias desta mulher. E o espírito saiu imediatamente (Actos 16,16-18).

6. SEGUNDO O NOVO TESTAMENTO, A QUEM PERTENCE FAZER JUSTIÇA CONTRA OS QUE SE DEDICAM ÀS PRÁTICAS SUPERSTICIOSAS?
A Deus pertence fazer justiça: «Quanto aos tíbios, aos infiéis, aos depravados, aos assassinos, aos impudicos, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, o seu quinhão está no lago de fogo e de enxofre ardente: É a segunda morte» (Apocalipse 21,8).
Em certos povos pouco esclarecidos e mais inclinados à superstição, a autoridade pública deve procurar defender os cidadãos, da opressão exercida pelos chamados «feiticeiros». Ao mesmo tempo, deve velar para que não se cometam injustiças motivadas por falsas acusações, por desejos de vingança, ou por deficiente interpretação dos factos …
7. QUE IMPORTÂNCIA DEVEMOS DAR AOS SONHOS?
Por vezes, Deus serve-se dos sonhos para manifestar a sua vontade. Assim aparece na Bíblia (1Reis 3,5; Mateus 1,20; 2,12).
Mas, já nos tempos antigos, muitas pessoas eram levadas a considerar os sonhos como avisos ou conselhos dos deuses ou dos espíritos… Usavam-nos como meio para a prática da adivinhação e ligavam-lhes mais importância que à Palavra de Deus. Ainda hoje se dá o mesmo, por vezes. É por isso que já diz o livro do Eclesiástico: «Os sonhos exaltam os imprudentes… A adivinhação do erro, os augúrios mentirosos e os sonhos dos maus são apenas vaidade… não faças caso dos sonhos, porque os sonhos extraviaram muita gente, que pecou por ter posto neles a sua confiança» (Eclesiástico 34,1-7).
Os sonhos, de si mesmo, obedecem a uma causa natural, e, no geral, revelam o que existe no subconsciente e, até, no inconsciente do homem. Precisamos de muito cuidado para não atribuir aos sonhos valores que não têm.