Mensagens do Director Espiritual

ATÉ QUE JESUS SE MANIFESTE…

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – março 2020

Caros irmãos, legionários de Maria

Em pleno tempo de Quaresma, preparando-nos para receber e partilhar na Ressurreição de Jesus, celebrámos com alegria as solenidades de S. José e da Anunciação da Encarnação do Filho de Deus na Sagrada Família de Nazaré!

E digo “Encarnação na Sagrada Família” porque Jesus não foi gerado nem nasceu da Virgem Maria como homem já acabado. Durante os anos da sua infância e adolescência, foi na família de José e Maria que Ele foi aprendendo e se fazendo homem, ‘em tudo igual a nós exceto no pecado’, como nos diz a Carta aos Hebreus (4,15).

 Recordando, como ótimos exemplos mesmo em tempo de Quaresma, estas três pessoas, lembrei-me de que será proveitoso para nós meditar um pouco nos sobressaltos e provas de fé e amor que elas tiveram de passar, para que nelas e por elas se cumprisse todo o plano de Deus!

Sabemos, pelos evangelhos de Mateus e Lucas, que, quando Maria aceitou ser mãe de Jesus, ela já estava noiva de José. Ela aceitou para obedecer a Deus, mas sem entender bem como isso tudo iria acontecer. Poucos dias depois, as reações do seu corpo de mulher jovem convenceram-na de que estava mesmo grávida como qualquer outra mulher! – E como iria, agora, explicar isto ao noivo, sempre bom rapaz para com ela, e como iria ser o futuro que sonhara com ele?! – Tentou explicar-lho, certamente. Mas o sucedido era tão inesperado e comprometedor que José, sem querer julgá-la, estava tentado a desistir do casamento, embora tivesse por ela muito respeito e amor. … E Maria, se fosse abandonada e com um filho nos braços, que fama e que proteção teria, sobretudo nos costumes daquele tempo, para ela e para o filho de Deus que já tinha no seio?!…

… Para seguirmos e sermos fiéis à vontade de Deus, podemos às vezes encontrar-nos em situações que parecem mais um castigo do que um grande favor d’Ele! – Dar a vida a alguém ou por alguém é sempre uma grande responsabilidade e um risco também para nós!

Mas Deus vem em auxílio de Maria, convencendo José pelo seu anjo, que aquilo que está a acontecer, nem e infidelidade de Maria para com ele, nem vergonha para ele, se casar com ela, mas ele próprio irá ser considerado o pai oficial do Messias Salvador! – E o casamento celebra-se rapidamente, antes que se possa perceber que a noiva já estava grávida! No entanto, por certo, quantas noites mal dormidas pelos noivos, antes do esclarecimento do anjo a José  e da celebração do casamento!… Todavia, acreditarem e estarem dispostos a servir a Vontade de Deus para a encarnação de seu Filho não era só uma grande honra e alegria, era também uma enorme responsabilidade.

Vem o decreto imperial do Censo da população, que obriga José a ir a Belém. Maria estava já bastante adiantada no seu tempo de gravidez; para ir com ele a Belém, a viagem, naquele tempo e no seu estado, era muito longa e penosa; e, com as demoras, arriscava-se a chegar a hora do parto muito longe de casa: – ficar em Nazaré? – partir com José? – Imaginemo-nos tanto no lugar dele como no de Maria!… Sabemos que foram os dois. Mas também sabemos em que condições Maria deu à luz quem ela sabia ser o filho de Deus e imaginemos o que José terá sofrido, como marido amoroso.

E depois, para salvar o Menino das invejas assassinas de Herodes, a fuga para o Egipto, naqueles tempos e com a idade da criança (poucos meses depois e nascer) e as condições da mãe!

Verdadeiramente, quando cantamos entusiasmados as graças e louvores devidos a Nossa Senhora, Mãe de Jesus, muitas vezes não nos damos conta de quanto a sua vida também foi posta à prova, em sacrifícios, dúvidas e contrariedades, para se manter sempre fiel ao que Deus lhe pedia. É nisso, como José e o próprio Menino, que ela é o verdadeiro exemplo ao nosso alcance, em que podemos e devemos imitá-la com a força do Espírito Santo, que nela e em nós é ‘o Senhor que dá a Vida’! É assim com Ela que preparamos e ajudamos a construir o Reino de Deus. É nunca desanimando, por mais complicadas que pareçam as situações, (como agora as da ameaça da epidemia do coronavírus) que havemos de manifestar a nossa fé e Deus há-de provar também o seu Amor por nós!

… Apesar das perturbações anunciadas e das novas formas que tenhamos de dar às celebrações desta Páscoa … nada de medos, nem desânimos, pois também nós, como Maria e José, trabalhamos para o Reino de Jesus!

Santa e Feliz Ressurreição m Cristo Jesus!

Pe. J. Pires, C.S.Sp.

QUARESMA: OS APELOS PARA A VIDA!

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – fevereiro 2020

Caros irmãos legionários,

A Liturgia – expressão do sacerdócio de Cristo em nosso favor! – convidou-nos a entrar na Quaresma com sinais e palavras que nos devem fazer parar e pensar sempre, todos os anos, senão mesmo todos os dias: – as “Cinzas”, onde irão parar todos os nossos corpos e suas vaidades, é o primeiro apelo e convite de Jesus aos que querem seriamente garantir a vida com Ele (“convertei-vos e acreditai no Evangelho”!).

Mas, levados por tanta publicidade, barulho e tradições, até nós, legionários de Maria, corremos o risco de dar ou ter dado mais atenção aos desfiles e brincadeiras do Carnaval e aos petiscos tradicionais do Dia de Cinzas, do que à Mensagem do Senhor!

Agora que tudo isso já passou (felicidades de plástico…) temos diante de nós este “tempo sagrado” para renovarmos e, antecipando-a, reforçarmos a Nova Aliança que o Pai do Céu fez connosco, por seu Filho Jesus e o Espírito Santo, na Última Ceia … e que as suas Palavras continuam a lembrar-nos, na consagração de cada Missa: – Dou-vos o meu Corpo… Dou-vos o meu Sangue… para prova e sinal da Nova e Eterna Aliança e memória do nosso Amor! (sentido final de todas as palavras da Consagração…)

– Onde vou pôr a maior atenção da minha fé traduzida na vida, ao longo deste ‘Tempo Sagrado’, até ao Mistério Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor?…

– na escrupulosa fidelidade às leis da Igreja e aos exercícios de piedade, mais próprios da Quaresma? (terços, vias-sacras, abstinências, reconciliações, etc…)

– numa mais frequente, atenta e generosa participação nas celebrações litúrgicas, para além dos domingos?

– numa (muito?) maior atenção aos apelos que o Senhor me continua a fazer através da sua Palavra (proclamada… lida… escutada…) para ir intensificando a sua Aliança Eterna comigo?…

Reparemos num ponto importante:

– Deus, embora nos tenha criado e escolhido a todos, para fazermos e vivermos com Ele para sempre, por seu Filho Jesus, numa Aliança de Vida  em comunhão, não estabeleceu para isso um calendário, um tempo certo, mais ou menos igual para todos! Porque o seu Amor quer respeitar a liberdade que nos deu e avaliar também o modo como o nosso amor vence as dificuldades, com a sua ajuda.

Assim procedeu com os galileus e judeus, desde o princípio da sua pregação: Está próximo o Reino de Deus; Acreditai no Evangelho (as Novidades desse Reino) Convertei-vos. Arrependei-vos. (cf. Mc.1,15). Assim foi fazendo com os Apóstolos e discípulos, até com Tomé e os de Emaús, já depois da Ressurreição!

E é certamente do mesmo modo que está a proceder com cada um de nós, meus caros irmãos!

Mas temos de entender o que é para nós, para mim, o Reino de Deus que Ele me propõe e decidir se estou ou não interessado nele a valer:

– tenho de ver se acredito e tomo a sério, para mim e para os outros, as Boas Novas que Jesus me anuncia hoje, pela Igreja, e o Espírito Santo me faz ver na consciência…

– tenho de me manter sempre disposto a melhorar a minha compreensão e a minha resposta ao anúncio de Cristo, através duma prova suave e constante com o seu Amor: – Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida; Só Ele nos leva seguros ao Pai!

Deus criou os seres vivos em níveis e capacidades extremamente diferentes, desde os vegetais ao ser humano! Mas a nenhum entregou a vida como realidade autónoma, segura por si.

Nas plantas, a vida depende da humidade, do terreno, da temperatura ambiente e da sua adaptação a essas condições,

Nos animais, depende do alimento (que devem procurar…), do clima (de que se devem acautelar e defender) e dos inimigos (que tem de evitar…),

Nos humanos, apesar de várias limitações semelhantes às dos animais, a vida é sobretudo oportunidade e instrumento de superação, de progresso, de descoberta de novas formas e metas, nas árias dimensões para que foi criada desde o princípio: – para ser semelhança e imagem de Deus!

– E exatamente isto que podemos pressentir e aprofundar no ”Sagrado Tempo” da Quaresma:

– Sabemos que Jesus nos convida para a eterna e Nova Aliança de Vida e Amor com o Pai, à sua imagem e semelhança… (cf. os apelos vistos antes…)

– Sabemos como Ele viveu, entre os homens e com o Pai, essa Aliança permanente, apesar das incompreensões e limitações dos homens e dos tempos…

– Sabemos que, por isto mesmo, Ele se declarou para nós o Caminho único para a libertação dos nossos limites e a superação das nossas capacidades de vida, de amor e de felicidade…

– E sabemos que neste tempo de Quaresma nos é oferecida, pela Igreja guiada pelo Espírito Santo, a seleção das melhores Mensagens de Jesus para vencermos os nossos defeitos e fraquezas, para confiarmos sempre na vitória sobre os obstáculos e para esperarmos na Misericórdia e Poder do nosso Pai do céu, onde não conseguimos uma correspondência perfeita ao ideal que nos foi proposto.

É esta a seiva divina que a Quaresma pode e deve fazer circular em nós, para celebramos cada ano com maior fervor e alegria o fortalecimento da Vida Nova com que fazemos memória atual da Vida Nova de Cristo Ressuscitado!

“Fazei isto em memória de Mim”!

Pe. J. Pires, C.S.Sp.

SEMEAR A VERDADE E A VIDA DE JESUS

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – janeiro 2020

Caros irmãos legionários,

Volto ao assunto do “nosso trabalho legionário”, pois é ele o espaço e o caminho onde mais propriamente provamos se somos ou não a força avançada do exército salvador de Cristo e da Virgem Maria! E somos e queremos sê-lo, não tanto para criar ou vencer guerras, mesmo legionárias, mas  para semear a Verdade e a Vida de Jesus,

Ele próprio Se declarou, como todos sabemos: o Caminho, a Verdade e a Vida, que leva ao encontro, à comunhão e à felicidade com o Pai. (cf. Jo. 14,6).

Pela graça do Senhor e apesar das nossas faltas e defeitos, nós já entramos nesse Caminho da Verdade e da Vida, com a Virgem Maria, Mãe de Jesus. Agora é ela que nos manda, como aos serventes das bodas de Caná, «fazei tudo o que Ele vos mandar!»

E o que nos diz o Senhor Jesus?…

– Eu sou a luz do mundo para os vossos caminhos; quem me segue não anda enganado, não se perde no escuro! (Jo.8,12).

– Comigo, vós sois o sal da terra e sois também a luz do mundo! (Mt.5, 13 e 17)

– Todo aquele que crê em Mim viverá eternamente comigo. (Jo.6,40)

– Para isso, é necessário nascer para uma vida nova, pela purificação da vida prática e ela força do Espírito Santo (cf.Jo. 3,5ss.)

– Eu vim ao mundo para que tenhais esta vida e todos a tenham em abundância! (Jo.10,10).

E o que nos manda?…

Vós, Ide e ensinai… Fazei discípulos… Ensinai-os a cumprir tudo o que vos dei a conhecer!

–  Vede quantos recados: – Mt.29, 19-20; Mc.16,15; Act.1,8 !

É bem lembrados da excelência e da urgência desta missão e confiados na ajuda permanente, que Jesus e Maria sempre nos oferecem, que se determina o trabalho legionário, que deve ser aceite, encarado e realizado do princípio ao fim, com o coração aberto às palavras da Mãe e à presença de Jesus! (“Fazei tudo o que Ele vos mandar…”).

– Até que ponto, esse trabalho, que me é preparado e confiado no praesidium, é Sementeira da Verdade (luz) e da Vida eterna de Jesus?!

– E como entendo e preparo eu a execução desse trabalho, de modo a que ele deixe nas pessoas luz, fermento e semente de Vida nova?…

– Até que ponto me preparo eu (nos preparamos nós, pois o trabalho deve ser feito, dois a dois…) para o fazer em união com Jesus, pois só Ele é o verdadeiro Caminho da Verdade e da Vida?…

Meus caros irmãos, talvez vos pareçam interrogações demais, que até podem desacreditar alguns dos trabalhos que aparecem nos relatórios dos praesidia e das curiae… Mas creio que é necessário que todos no-las façamos para mantemos o verdadeiro sentido apostólico do nosso trabalho legionário e o espírito generoso, destemido e confiante em Jesus e sua Mãe, da nossa Legião. Penso mesmo que o esquema de trabalhos nas diversas “pastorais” apresentado aos praesidia, merece uma oportuna reflexão e revisão, para não deslizarmos para um “movimento apostólico” de devoções e costumes tradicionais, mais do que de “semeador da Verdade e da Vida de Jesus”…

É certo que o Manual da Legião nos diz, nas páginas. 11 e 12, que a Legião assume qualquer tarefa, de que natureza for… Mas uma coisa é saber que o legionário, em tudo o que faz (comer, trabalhar, estudar, lavar, cozinhar…) pode e deve fazê-lo com alegria e o empenho de quem cumpre  a vontade de Deus naquela tarefa, outra, bem diferente, é dizer ou pensar que, enquanto legionário, bastaria cumprir bem essa obrigação doméstica ou profissional para fazer o seu trabalho apostólico de “ensinar”, “ser testemunha (exemplo)“, “fazer discípulos” da Verdade e da Vida que levem ao Pai do céu! Mas, pensará alguém, as Obras de Misericórdia indicadas por Jesus (cf. Mt.25, 24-46) não são trabalho digno, obrigatório, dum legionário de Maria?! – Propriamente, repito propriamente, não! – São trabalho e dever de todo o cristão  que queira seguir a Jesus. O legionário, quando faz essas obras de misericórdia, deve ensinar, não satisfazer apenas uma necessidade mais ou menos passageira do seu semelhante, mas procurar semear nele o sal e o fermento para que ele descubra, cresça ou retome a vida nova da salvação.

Nos Evangelhos não nos é apresentado um Jesus Salvador a visitar prisões ou hospitais, a distribuir roupas ou alimentos a todos os pobres, nem mesmo a curar todos os doentes! Ele mostrava a sua Misericórdia ensinando a todos o caminho da Verdade e da Vida e visitando e curando aqueles e aquelas que mostravam ter fé nele, escutando os seus ensinamentos, mesmo sem os entender completamente.

É nesta mesma linha que a Legião de Maria evitou desde o princípio que o trabalho legionário se confundisse com dar esmola, com fazer simplesmente o bem.

Procuremos refletir bastante sobre isto. Peçamos ao Senhor e à Virgem Mãe que nos ensinem sempre  a Semear a Verdade e a Vida de Jesus, em nós mesmo e nos nossos irmãos!

Pe. J. Pires, C.S.Sp.

 VIDA NOVA… PARA O CENTENÁRIO!

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia para o Ano Novo – dezembro 2019

Caros irmãos, Legionários de Maria!

Entramos num novo ano: – 2020. Todos conhecemos o apelo estimulante que costumamos trocar entre amigos: Ano novo – Vida nova!

Pareceu-me que, para nós – “Legionários de Maria”! esta saudação festiva viria muito a propósito, atendendo em especial ao seguinte:

1 – Daqui a poucos meses (já em Setembro) vamos começar o Ano Centenário da Fundação do nosso “Movimento Apostólico”, como bem nos identificou S. João Paulo II, em 1982. (ver Manual Oficial, pg.5). E essa jubilosa e agradecida celebração não deixará, certamente, de nos convidar * renovação do ‘espírito’ (“carisma”) inicial e à atualização, ou mesmo correção, de algumas rotinas, isto é, de alguns hábitos ou desvios que se possam ter infiltrado nas nossas atividades, tanto pelos muitos anos decorridos, como pela expansão da Legião em terras, povos e situações muito diversas.

2 – Do tempo que vou estando convosco e do conjunto dos relatórios que vou ouvindo, tem crescido em mim a convicção de que precisaremos, a curto prazo, de refletir, serena mas seriamente, sobre a verdadeira natureza do (nosso) “trabalho legionário”, olhando para a inspiração do nosso Fundador e fortalecendo-a com as recomendações e ensino do Concílio Vaticano II, especialmente no referente ao «Apostolado dos Leigos». Esta reflexão não poderá limitar-se apenas à leitura e explicação do Manual da Legião (nem a poderá dispensar…), mas além do Concílio, já indicado, terá de ter em conta as sugestões e orientações dos Papas mais recentes e, como tantas vezes é recomendado pelo próprio Manual, as necessidades pastorais das dioceses e paróquias onde trabalhamos, através de uma íntima colaboração com os seus animadores e responsáveis: bispos e equipas paroquiais.

Daqui, me parece, nascem duas urgências que, pouco ou mal atendidas, podem continuar a limitar quase indefinidamente o esforço e os frutos apostólicos do nosso “trabalho legionário”:

2.1 – a formação, o sentido apostólico dos Presidentes (e Oficiais…) de cada Praesidium, para escolherem e orientarem convenientemente, no acordo possível com o programa a pastoral da paróquia, o trabalho legionário, pedido dada semana aos seus membros… (mas não é o pároco, nem o assistente espiritual que determina o ‘trabalho’…)

2.2 – a participação, senão constante ao menos quanto possível e …programada, de algum dos responsáveis sacerdotes da paróquia nas reuniões dos praesidia, curiae, comitia! Se as ‘Equipas de Casais de Nossa Senhora’ conseguem sempre ou quase sempre essa presença semanal, porque é que os Legionários a não hão de conseguir?…

Ano Novo… Vida Nova!

Talvez pareça a alguns que exagero nas propostas que apresento para reflexão e trabalho neste ano que começa; ou, por outro lado, que suspeito ou imagino reparos demasiados na vida corrente da nossa Legião! – Não vos iludais!

Não há nada perfeito, inteiramente acabado, neste mundo, que não possa e não deva melhorar… Nem os maiores Santos, nem a Igreja fundada por Jesus e sustentada, guiada pelo Espírito Santo! Por isto mesmo é que Jesus veio e continua a vir e trabalhar em nós, membros da sua família, pelo seu Espírito.

Por isto mesmo, continuaremos sempre a pedir, com toda a razão e sinceridade: – Vem, Senhor Jesus! – Vinde, Espírito Santo! – Pai, venha a nós o vosso Reino!

Mas, também por isso mesmo, sabemos que Ele(s) está connosco e, consoante a fé, a esperança e o amor de cada um, vai levando a maior perfeição o seu Reino, para nossa Alegria e para Glória do seu Nome!

– Procuremos ser cada vez mais e melhores Legionários, confiantes em Maria, sua e nossa Mãe, e corajosos como Jesus, como João Baptista, como Paulo, como… Francisco, e… a Vida deste ano será mais “Nova” para nós, para a Legião, para a Igreja na nossa paróquia e… para o mundo!

                      – Corações ao alto! – Felizes todo o Ano!

Pe. J. Pires, C.S.Sp.

 “VINDE! ACLAMEMOS O SENHOR QUE VEM SALVAR O MUNDO!…”

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia para o Advento – novembro 2019

Caros irmãos legionários!

Chega Dezembro! Termina o ano civil, o comercial, o das colheitas, até o “tempo dazáguas”!… Tudo morre!

Mas, para a nossa vida de filhos de Deus, … tudo recomeça: pelo Advento, pela renovação do nosso Encontro com Cristo Jesus, que vem partilhar connosco a sua Vida divina dum modo sempre mais acessível e mais profundo!

– “Chegou a hora de nos levantarmos do sono, porque a salvação está agora mais perto de nós”! Desperta-nos S. Paulo (Rom. 13,11).

“Vinde! Aclamemos o Senhor que vem salvar o mundo!…”. Convida-nos a Igreja em oração.

“Está perto o reino dos Céus: arrependei-vos; preparai o caminho do Senhor; endireitai as suas veredas!” (Mt.3,2 ss.) – Anuncia e recomenda o precursor, João Baptista!

São ‘cartas-mensagens’ que recebo todos os anos para me abrir à renovada e presente Vinda da Graça do Senhor e reforçar com segurança a sua Vida em mim, cada um em si, em todos nós!

  • Tenho coragem de mostrar ou dizer ao Senhor:

– que isso não me interessa?!…

– que ainda é cedo para me preocupar com isso?!…

– que valem mais para mim as Festas  e prendas do Natal, do que a Vida que Ele me quer comunicar?!…

Entretanto…

– Há cerca de 2.000 anos, Deus fez-se homem como nós, para vir ao meu encontro, falar comigo, mostrar-me o seu amor, até dar a Vida por mim!

– Comunicou aos seus Amigos e a todos os que n’Ele crerem o seu Espírito de Vida e de Amor!

– Combinou com eles uns sinais especiais em que, mediante a fé sincera, nos garante a participação especial, mas verdadeira, na sua Vida e Missão (os Sacramentos)!

– Põe-Se à nossa disposição para nos atender e socorrer, em todo o momento que o procuremos com humildade, verdade e confiança, para nunca bloquearmos a sua Vida, o Seu Amor em nós! (a Oração)!

Caros irmãos legionários! – Que mais podemos exigir ou esperar?…

– “Chegou a Hora…”

– “Vinde! Aclamemos o Senhor, que vem salvar-nos….”

– Está ao nosso alcance a entrada no Reino de Deus!…

Celebrar, festejar o Natal a 25 de Dezembro não é o importante! Poderia ser a 21, ou 23, ou 26 e era a mesma coisa! Tal como a data do nosso nascimento: se tivéssemos nascido 1 ou 2 dias antes, ou depois, o que era realmente importante para a nossa mãe e família era a nossa vida, o nosso nascimento saudável: o resto, a data, vinha depois!

Também assim com o Natal!

O mais importante não é a data (dia 25), nem a beleza do presépio comemorativo, nem os cânticos ovos que conseguimos aprender e apresentar. Tudo isso tem o seu valor, mas como “vestido”, como enfeite daquela Alegre Comunhão de Vida e Ação de graças, com o Senhor que vem ao nosso e meu Encontro para que eu viva sempre uma Vida nova com Ele!

Por isso, antes de ser “Tempo de Natal”, Dezembro é “Tempo de Advento”, isto é, Tempo de encontro e novo arranque, para uma Vida mais íntima com Jesus!

 ————- “Vamos ao Encontro!” …………….. Boas Festas! ————-

Pe. J. Pires, C.S.Sp.

PARA UM FUTURO, SEMPRE PRESENTE!

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – setembro 2019

Caros irmãos Legionários,

Estamos a começar mais um ano…: – de escolas a todos os níveis, de trabalhos onde a saúde e a pouca chuva no lo permitem, mas também – e sobretudo!.. – de ação verdadeiramente apostólica, como Jesus nos ordena ao acolher-nos na sua Família divina e a sua e nossa Mãe sempre nos recomenda nas suas aparições dos últimos tempos e o Concílio Vaticano II e os Papas que se lhe seguiram foram relembrando e insistindo até hoje!

Sabeis, certamente, que o nosso Papa Francisco, para celebrar o centenário da publicação e para reavivar o fervor da 1.ª Encíclica dos tempos modernos (publicada em 30/11/1919), “proclamou o mês de Outubro missionária de 2019 como Mês Missionário Extraordinário, com o objetivo de despertar em medida maior a consciência da Missão ad gentes e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral.” (palavras do Papa Francisco…)

Depois, no dia da Vinda do Espírito Santo (Pentecostes) passado, dirigiu-se de novo a todos nós, com a Mensagem para o Dia Mundial das Missões (20 do próximo mês de Outubro!) lembrando-nos que somos nós a Igreja de Cristo que hoje está enviada ao mundo: – Somos seus membros, batizados e, por isso mesmo, enviados ao mundo para o transformar, como fermento, e o salvar sob a Luz do Espírito Santo!

É uma enorme e exaltante tarefa, uma MISSÃO que nunca estará concluída até ao fim dos tempos, mas que não dispensa ninguém, Ninguém!, de dar a sua colaboração!

De facto, Jesus, ao subir ao céu, disse para todos os que então o acompanhavam e criam n’Ele: “Ide, por todo o mundo, ensinai (proclamai a boa Nova da salvação), batizai e ensinai-lhes a cumprir tudo o que vos tenho mandado” .

E, se muitos milhares até hoje já partiram; se já muitos milhões foram ensinados e batizados… hoje, ao longe ao perto, há ainda mais gente à espera/com necessidade da “Boa Nova da Salvação”!

– Não tenhamos pressa, como se tudo dependesse de cada um de nós; nem medo ou desinteresse, por nos julgarmos incapazes ou inúteis neste trabalho/missão da vida do Reino de Deus no mundo! Reparemos nas palavras da Mensagem do Papa para este Mês Missionário:

1 – “Batizados”… Tomemos, ainda e sempre, mais consciência da graça, da dignidade e da alegre responsabilidade de sermos, pela bondade do Pai, seus filhos para sempre! – Confirmado pelo Batismo, em Igreja!

2 – Enviados… – Ser batizado não é apenas um título de glória: é a integração num projeto de vida (…e Vida divina), pois é pelo Espírito Santo que a recebemos! O projeto é a formação da família com o Pai celeste, que iremos construindo com os irmãos que encontrarmos no caminho.

3 – É esta Família, que chamamos Igreja e de que somos elementos vivos e corresponsáveis, que serve de fermento para a transformação do mundo e dos homens e mulheres, talvez perdidos e afastados pelo pecado, em Reino/Família de Deus!

4 – “Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da Sua Verdade e do Seu Amor” (S. Paulo).

E somos nós, cada um com sua idade, suas capacidades, sua família, sua paróquia, nação, raça ou cor, que somos enviados pela força espiritual do Espírito Santo, para o serviço missionário mais atual e necessário que nos for pedido, em Igreja

  – (para nós, legionários, especialmente no trabalho legionário de cada dia. Mas não só!)    

Pe. J. Pires, C.S.Sp.

VIVER O DIA-A-DIA, NA FÉ QUE NOS ILUMINA!

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – agosto 2019

Caros irmãos Legionários, Deus e sua Mãe com todos nós!

Ainda ausente e distante, mas não me tenho esquecido de vós e das alegrias e preocupações que vos enchem a vida neste tempo, chamado “das águas”, mas ainda de seca tão preocupante! Por outro lado, também é tempo de alegrias, no encontro com familiares em férias, na renovação da vossa comunhão com Deus e com a sua e nossa Mãe, nas Festas de Nossa Senhora da Graça, da Luz e de outros Santos que alimentam a nossa esperança em dias melhores e, pelo seu exemplo e pelo prémio da sua fidelidade, nos abrem o Caminho seguro para chegarmos à Vida verdadeira e definitiva com o Pai do céu!

E é pensando no exemplo da Virgem Maria, dos grandes Santos que comemoramos neste tempo e na Palavra que o Senhor continua a dirigir-nos que vos dirijo também esta Mensagem (desde ao pé da Senhora do Sameiro, em Braga – Portugal).

O apóstolo S. João diz-nos, em nome do Senhor (e de sua Mãe, com quem ele então vivia…), que só por amor é que temos, desde agora e para sempre, a Vida com o Pai! E quem O não ama … está morto; e, sem amor, morto ficará. (ler 1ª Carta de S. João, cp. 4).

Por seu lado, Jesus já nos tinha dito que a natureza e a qualidade do nosso amor (da nossa vida…) se mede pela firmeza e valor daquilo a que o nosso coração se apega com mais interesse e cuidado: – “aonde está o teu tesouro aí está o teu coração”, ou seja, o teu amor, o sentido da tua vida!

Confesso-vos que me preocupam sinceramente, tanto os sérios problemas que vos afligem ao nível material (a falta de águas, de trabalho e de outras alegrias da vida), como o modo como alguns (ou todos nós!) às vezes os encaramos. De facto, diante das dificuldades que não podemos resolver de um dia para o outro, deixamo-nos cair facilmente em queixumes, no desânimo e até na revolta mais ou menos declarada contra alguém e até contra o nosso Pai do Céu!

Onde está ou fica situado, então, o nosso tesouro?! – a nossa segurança? – o nosso porto de abrigo?… – No nosso interesse talhado à medida do nosso desejo, ou na Bondade misteriosa do Senhor que nos disse e repetiu: “batei e abrir-se-vos-á; procurai e achareis; pedi e recebereis; – Até agora, ainda não pedistes nada em meu Nome, isto é, como eu peço ao Pai, para que se cumpra sempre em Mim a sua vontade! (lembrar a sua oração no Jardim das Oliveiras…).

Mas, mesmo e sobretudo nessas situações, há uma outra recomendação de Jesus que não podemos esquecer: “Amai-vos sempre uns aos outros como Eu vos amei! – E mais tarde, pelas chamadas “Obras de misericórdia” (ler S. Mateus, cp. 25, vrs.36 e seguintes), disse-nos o que nós mesmos podemos e devemos fazer para nos aliviarmos e ajudarmos uns aos outros, enquanto Deus espera os sinais do nosso amor, à semelhança do seu…

Um verdadeiro Legionário de Maria conhece tudo isto. Mas não o deve limitar às horas do seu trabalho legionário semanal, nem calcular o seu efeito pelos frutos que parece colher com esse “trabalho”. Como o Senhor dá a entender, é necessário pôr nesse esforço o nosso amor em comunhão com o de Jesus para que ali vá aparecendo “o tesouro do nosso coração”, da nossa comunhão de Vida com a Santíssima Trindade!

Caros irmãos Legionários; este tempo, para uns de férias, para outros de maiores preocupações e para outros mesmo de angústia, seja vivido e mesmo aprofundado na fé e no amor: – com Jesus, com Maria, em Belém e Nazaré, com os nossos Santos padroeiros, com os Santos a quem fomos confiados desde o nascimento, se os nossos pais tiveram essa caridade…

Viver o dia-a-dia, na fé que nos ilumina e nos ensina a amar, a gerar a Vida e a felicidade!

Pe. J. Pires, C.S.Sp.

‘COM MARIA, INCARNAR DIA A DIA A NOSSA FÉ NO SENHOR!’

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – julho 2019

Com o mês de Junho terminaram as grandes Festas das Pessoas da Santíssima Trindade (Espírito Santo, Santíssima Trindade, Santíssimo Corpo de Deus, Sagrado Coração de Jesus) e as dos Santos populares mais das nossas devoções (S. António, S. João Baptista, S. Pedro e S. Paulo). Pudemos assim meditar e louvar a Deus pelo seu infinito e maravilhoso Amor para connosco e alegrar-nos pelos frutos extraordinários que produziu naqueles Santos admiráveis!

Agora, nestes meses a seguir, que para uns poderão ser de férias e para outros de intensos trabalhos mesmo agrícolas, se o Senhor conceder a graça da chuva necessária, continuaremos a festejar mais alguns Santos e Nossa Senhora de vários títulos, por vezes mais para alívio e desforra das nossas canseiras, do que para reavivar e incarnar a nossa Fé no Senhor: – criador; – ressuscitado; – presente e ativo no meio de nós!

Proponho-vos, para estes meses, uma Mensagem-tarefa que me parece muito útil a todos nós e muito agradável ao Modelo que acolhemos: – Com Maria, incarnar no dia a dia a nossa fé no Senhor!

  • “a nossa fé!”… todos temos “a nossa”! Alguns acabam por ter “a sua”, mais neles próprios do que no Senhor!
  • Mas a nossa é no Senhor (em Jesus e Maria)! – Em que é que ela nos transforma e faz crescer, em cada situação “à imagem e semelhança” de Jesus e de Maria?!

A Virgem Maria também tinha a sua fé, em Deus, que a não impedia de estar para casar com José e levar uma vida como as outras jovens raparigas! Mas, em face da revelação e da proposta do anjo Gabriel, aceita trocar os seus projetos pela fidelidade ao convite da vontade de Deus! Com tudo o que isso possa e vá implicar de aflições, trabalhos, mudanças na sua vida!… – É que a fé não é principalmente um conjunto de verdades, mais ou menos distantes e inofensivas, que se aprendem de cor e em que se acredita, por segurança… A nossa fé tem que ser capaz de se traduzir em decisões e em obras que nos unam cada vez mais à vontade de Deus.

Mas a fé que o Espírito Santo nos infunde no coração também não é nenhuma Lei de impostos (Mandamentos) que todos temos de pagar, em horas e dias certos, sem qualquer proveito imediato à vista!

Com a sua fé… Maria, delicadamente, teve autoridade para repreender Jesus, ‘perdido’ no Templo (Lc.2,12)…; em Caná, achou que tinha razão e direito para recorrer ao poder divino de seu filho, para Ele transformar a água em bom vinho; e Ele obedeceu-lhe!…(Jo.2,3-10) Mais tarde, será Ele próprio como que a repreender os seus amigos (apóstolos) por não recorrerem à sua intercessão: ‘Até agora ainda não pedistes nada (de bom) para vós… Pedi e recebereis, batei e abrir-se-vos-á… Tudo o que pedirdes ao Pai em meu Nome, Ele vo-lo concederá! (Jo14…16)

– A fé, incarnada nas situações da vida, é isto…! – Só na Missa, só nas procissões ou nos andores, muito menos nos arraiais ou festivais de qualquer santo…. não produz nada, está completamente adormecida ou até morta, como nos diz S. Tiago, menor, na sua Epístola (Tgo.2,14 e 26)…

Isto deve levar-nos a perguntar, seriamente!, o que fazemos, isto é, para que nos serve a fé que dizemos ter em Jesus ressuscitado e na sua e nossa Mãe Santíssima, diante duma necessidade tão grave, pública e urgente como é a falta de chuvas na nossa terra de Cabo Verde?!…

É claro que o Senhor conhece a situação tão bem e melhor do que nós…; que Ele nos ama e pode resolver o problema sem nós…; que a chuva, quando vem, não agrada a todos…; que a gente sempre se arranja, ainda que morram animais e plantas de que todos precisam!…

Mas não quererá o Senhor, como nas bodas de Caná, como com os apóstolos, mais tarde, que Lhe mostremos claramente o nosso interesse… que reconheçamos publicamente que é Ele o Benfeitor supremo… que também nós temos algum merecimento em que a Sua Bondade e Misericórdia sejam reconhecidas por todos?… (cf.Mt5, 16).

Caros irmãos e irmãs legionários!

Ainda que mais ninguém se lembre de pedir, com insistência, um “bom tempo das águas”, nós devemos fazê-lo, tanto nas nossas reuniões (p.ex. como intenção especial do Terço e da Catena), como em particular. Não para Lhes marcarmos um prazo, ou os desafiarmos… mas com a certeza de que Eles nos amam, nos escutam e nos hão-de responder da maneira mais proveitosa para nós. (Lede com atenção S. Mateus, cp.5, vers.7 até 11)

É o bem de todos que o pede; é a harmonia da criação que o espera; é a nossa fé que precisa de acordar!

Procuremos também, com este mesmo sentido, animar outras pessoas da nossa confiança a pedirem um bom ano de chuvas, tanto para as pessoas, como para os animais, como para o próprio clima do País! Algum de nós pensará que isso não interessa a Deus, nem à sua e nossa Mãe?!

Procuremos então… ‘’Com Maria, incarnar no dia a dia a nossa fé em Jesus” … certos de que o Espírito Santo estará sempre connosco!

Pe. J. Pires, C.S.Sp.

JUNHO! O MÊS DAS NOSSAS COLHEITAS!

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – junho 2019

O mês de Junho costuma marcar o princípio das sementeiras nos campos. Mas, para a nossa fé e vida de cristãos, a nossa ‘sementeira’ começa muito antes!

O mês de Abril, com a celebração da Paixão, Morte e Ressurreição do Filho de Deus encarnado, mas morto e ressuscitado para nos abrir o Caminho da Vida e da Alegria eternas, e o mês de Maio, com o Tempo pascal, para nos encher da esperança jubilosa na contemplação das promessas garantidas aos Apóstolos e no anseio pelo Grande Dom que nos ia enviar depois de subir para o Pai… estes meses foram os da grande ‘Sementeira’ que o Senhor lançou à terra das nossas vidas, para que d’Ele nos alimentemos e demos testemunho capaz de despertar e atrair os que vivem ao nosso lado! – Foi, como facilmente podemos notar, um tempo de sementeiras maravilhosas para o fervor, a fé e a coragem das nossas vidas de filhos de Deus e de Maria!

O mês de Junho, por sua vez, pode e deve ser o grande Mês das nossas ‘Colheitas’ e do testemunho que Jesus recomendou aos seus discípulos, com a promessa do Espírito Santo: “descerá sobre vós… e vos dará força e sereis minhas testemunhas… até aos confins do mundo” (Act.1,8).

Notemos, antes de mais, que o destaque dado ao Espírito Santo, para a compreensão, a fidelidade, comunhão e alegria dos Apóstolos e de todos os cristãos, é a grande Oferta que nos é dado acolher e usar como fruto de todos os mistérios da Páscoa! É n’Ele, por Ele e com Ele, que temos acesso:

– a toda a Verdade que nos ensinou(Jo,16,13: o Espírito da Verdade vos ensinará toda a Verdade)

– a toda a Vida que nos prometeu e confiou…(Jo.cps.6, 10, 14 e 15)

– à possível Comunhão de vida com A SS.ª Trindade… (Jo.14,22-26)

– à Alegria completa da intimidade com o Filho… (Jo.16, 22,24; 17,13)

– aos cuidados da Mãe de Deus… (Jo.19,26-27)

– à fraterna união, para sempre, com os anjos e os santos!

 Esta maravilhosa ‘Colheita’ floresce e frutifica neste mês de Junho, nas Celebrações mais ricas e variadas da nossa devoção popular:

– Nos Domingos, dias 9 e 16, procuramos viver intensamente a Vinda do Espírito Santo sobre os discípulos fiéis de Jesus, que os torna capazes de participarem, como filhos “movidos pelo Espírito Santo”, na intimidade da Santíssima Trindade;

– no dia 10, lembramos a Maternidade da Virgem Maria, Mãe da Igreja…

– no dia 13, fazemos memória e festa de S. António, doutor da Igreja, tão apreciado e invocado por grande parte do nosso povo, para as mais diversas necessidades…

– no dia 20, Quinta-Feira, na solenidade do Santíssimo Corpo de Deus, recordaremos de novo a Quinta-feira Santa, com Horas santas de adoração, Primeiras Comunhões, talvez Crismas e Procissões, onde a Fé e a Esperança no infinito Amor de Deus por nós deve ser a fonte e a medida da nossa Alegria.

– no dia 24, celebramos o nascimento de S. João Baptista, escolhido para preparar o Caminho à pregação de Jesus e dá-lO a conhecer, pessoalmente, aos que iriam ser o primeiros escolhidos por Ele!

E, nos três últimos dias deste mês, uma chuva de graças e de apelos para renovarmos a nossa vocação cristã e legionária!

– 28, Sexta – Solenidade do SS.º Coração de Jesus! > Caudal de Misericórdia divina; > Fonte e modelo de todo o Amor verdadeiro; > Caminho seguro para a Felicidade plena e definitiva, com Deus e com os irmãos!

– 29, Sábado – Dia dos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo escolhidos por Jesus, entre todos e cada um a seu modo, para lançarem as bases do seu reino entre os povos mais afastados; e assim nos servirem a todos de modelo, na sua fé, no seu amor e na sua coragem, quando procurarmos fazer o bem e dar glória ao Senhor, como eles!

– no mesmo Dia, se não fosse a Festa dos SS. Pedro e Paulo, se recordaria a importância do Imaculado Coração de Maria, associado ao de Jesus (no dia anterior)..

– 30, Domingo! – Este ano, Junho começa num Sábado e acaba num Domingo, para nos enriquecer com as melhores ‘Colheitas’ que Jesus semeou – preparou para nós!  – Como vamos acolhê-las, guardá-las e usá-las?!…

A melhor maneira de as agradecer será sempre aproveitá-las para servirmos melhor a Vontade do Senhor Jesus e as necessidades fundamentais dos nossos irmãos:  – Como fez a Virgem Mãe de Jesus…

– Como fizeram João Baptista, Pedro, Paulo, António e tantos outros…

– Como fez e continua a fazer, ainda hoje, o Sagrado Coração de Jesus, sobretudo na Eucaristia e em cada Domingo!…

– … pelos frutos se conhece a árvore!

Pe. J. Pires, C.S.Sp.

AS NOSSAS FESTAS PASCAIS

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – maio 2019

Mês de Maio – «Mês de Maria!», certamente e sobretudo na devoção popular. Mas a vinda de Deus ao mundo, como homem, enriquece enormemente este Mês de Maria com a celebração do mistério pascal da Ressurreição e Ascensão de Jesus aos céus e com a vinda do Espírito Santo, para continuar a transformação de todos nós em autênticos filhos de Deus, “à imagem e semelhança” de Jesus!

Animados e um pouco inebriados por esta explosão de alegrias e graças divinas, é ver como surgem por toda a parte “Festas” ao Senhor, à Senhora e, mais logo, aos Anjos e Santos, fazendo, às vezes, cair para um plano quase de esquecimento as Celebrações litúrgicas, para destacarmos sobretudo o arraial, o ‘Festival’, o encontro de amigos, a comida e bebida, as vaidades, etc.! – Em vez de nos alegrarmos e proclamarmos os benefícios recebidos de Deus e de sua Mãe, Nossa Senhora, vamo-nos alegrando e festejando a satisfação dos nossos apetites mundanos e passageiros! É a “páscoa” humana… a falsa libertação do ‘jugo suave’ do Amor do Senhor, para cairmos facilmente na escravidão dos nossos caprichos…

– Como é que Jesus viveu o seu ‘tempo pascal’, desde a Ressurreição até à Ascensão?!

– E como é que a Mãe de Jesus nos convida a viver o ‘tempo pascal’ da nossa vida, tanto nas aparições de Fátima, como nas outras reconhecidas como dignas de confiança?

– Apesar da surpresa, logo seguida de grande confiança e alegria, que as suas aparições provocam nos amigos a quem se manifestam, tanto Jesus ressuscitado, como a Virgem Maria, não vêm convidar para uma Festa barulhenta mas para o cuidado a prestar a situações urgentes e difíceis para o povo fiel e… para darmos mais lugar a Deus na nossa vida!

– Jesus, na própria manhã da Ressurreição, transmite logo aos Apóstolos a Sua Missão recebida do Pai, de levar todos os homens à nova e eterna Aliança com Ele. Para isso, os que, de qualquer maneira o negaram e se negaram, terão de emendar-se do seu erro: e eles, apóstolos, serão os seus representantes para lhes facilitar o perdão dos seus pecados!

No mesmo dia, à tarde, vai ao encontro dos discípulos de Emaús, para os esclarecer e confirmar na esperança já muito enfraquecida da sua ressurreição! E, alguns dias depois, na praia de Cafarnaúm, provoca de novo os apóstolos mais íntimos a confiarem n’Ele e confirma Pedro na chefia da sua Igreja, pedindo-lhe sobretudo a prova dum amor mais fiel!

Por sua vez, Nossa Senhora, em Fátima como noutras aparições, vem indicar o caminho mais seguro e mais ao alcance de todos (por isso as suas aparições começam muitas vezes por se dirigir a crianças…) para apressar a solução de problemas que são mais dos grandes do que delas: – o fim da 1.ª Grande Guerra; a conversão da Rússia ateia e tirânica; a vitória sobre as ideias maçónicas em Portugal… Para isso… o Caminho seguido por Jesus: – muita atenção a Deus (conversão), oração, sacrifício, ao alcance de todos e em que todos devem participar!

É num conjunto de problemas e situações semelhantes que Jesus envia todos os seus discípulos em Missão, no momento de subir aos céus! Aos apóstolos tinha dito e repetido, muito claramente, em diversas circunstâncias, o seu Testamento, a sua Mensagem final, o Programa da salvação e da felicidade para todos:

 – Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; só por mim podereis chegar ao Pai! (Jo.14,6)

E, agora, vai-o recordando para que entre no conhecimento e no coração de todos nós:

Como o Pai me enviou, assim Eu vos envio a vós: recebei o Espírito Santo! (Jo.20, 21-22)

– Ide, pois; ensinai a todos…, baptizai-os…, ensinai-os a observar tudo o que vos mandei!     (Mt.28,19-20).  … e promete a próxima vinda desse Guia e Protector para todos:

 – Descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas até aos confins, até onde houver gente, do mundo!” (Act.1,8).

É este o Caminho do nosso verdadeiro “tempo pascal”, continuando a Nova Aliança da Comunhão com o Pai, com Jesus, com o Espírito Santo, com a filha-esposa-mãe de Deus! Despertar, conhecer, saborear, alegrar-se, celebrar, em clima de fé, de esperança e de comunhão com todos, as Promessas garantidas e os Bens já conseguidos neste Caminho que Jesus nos abriu!

 Só com Ele e com tudo o que Lhe consagrarmos, a “Festa” nos trará a verdadeira Alegria e Felicidade! Porque Jesus estará sempre connosco e o Espírito Santo nos ensinará e dará a força para sermos suas testemunhas. Maria, Mãe de Deus, também se não cansa de no-lo lembrar, em Fátima e em todas as suas visitas, como nossa Mãe!  Alegremo-nos! Demos graças! Aleluia!

Pe. J. Pires, C.S.Sp.

O TEMPO PASCAL DA MÃE DE JESUS

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – abril 2019

Estamos a celebrar a Ressurreição de Jesus, desde o “Dia da Páscoa”, e vamos continuar a celebrá-la, embora de modos diferentes, sempre que a nossa fé, esperança e amor nos levem à comunhão com Jesus, vencedor da morte, para vencermos também os nossos medos, contrariedades, injustiças e sofrimentos! Na verdade, todos os dias da nossa vida, cada um a seu modo, são dias de ‘páscoa=passagem’ deste “vale de lágrimas” (como se diz na ‘Salve Rainha’ para a Vida Nova de libertação, de amor e de felicidade, com Jesus ressuscitado.

Sabemos, pelo testemunho absolutamente seguro daquelas e daqueles que se encontraram com Jesus, entre a sua Ressurreição e Ascensão, a alegria, a incerteza e a confiança com que viveram aqueles “40 dias” que nós hoje celebramos como “tempo pascal”.

Por um lado, Jesus não os quis todos juntos, parados, quer fosse por medo dos judeus que não acreditavam na sua ressurreição, quer fosse para festejar, com banquetes e com danças aquele Acontecimento. Manda-os seguir para a Galileia, donde eram naturais, quase todos, e retomar a sua vida normal, como vemos Pedro e João, na pesca milagrosa!

Como terá sido, então, para a santíssima Mãe de Jesus, este ‘tempo pascal’?! – Os evangelistas parece não terem achado nada de importante, nem de extraordinário, tanto no seu comportamento como nas relações públicas do Filho ressuscitado para com Ela, que merecesse referência para nosso proveito! – Só lhes interessavam as intervenções, os gestos e palavras que Jesus dirigisse aos discípulos, em grupo mais ou menos significativo, em vista do futuro.

Mas, hoje e para nós, é quase inaceitável que Jesus não se tenha manifestado a sua Mãe, em particular, durante aquele mês e meio; que não a tenha reconfortado na sua fé; agradecido a sua presença e possível companhia até à morte na cruz; lhe tenha recomendado para ajudar os discípulos fiéis a não desanimarem na fé para com Ele, ressuscitado mas tão pouco interessado em se mostrar vitorioso para com os inimigos e … tão pouco proveitoso para as ambições de alguns amigos…!

No entanto, fora desses momentos mais íntimos e pessoais com o seu filho, agora já na Vida nova e eterna com o Pai, como terá vivido esse ‘tempo’ a Virgem Mãe?! – Certamente, não voltou a morar em Nazaré, pois fora confiada pelo próprio filho aos cuidados de João: e este encontramo-lo em Cafarnaum, na pesca com Pedro… E, na idade dela, viúva e sem mais família que a de João e Tiago,… era, seguramente, uma forte ocasião para renovar a sua completa entrega à Vontade do Senhor, agora mais sofrida do que no dia da Anunciação! Com certeza, muitas outras pessoas, sobretudo mulheres e mães como ela, a visitavam e lhe pediam notícias e pormenores sobre Jesus, tanto em Nazaré como nos terríveis dias daquela “Páscoa”!

E, ainda… a incerteza do futuro tão diferente, com João!

– Jesus prometera o Espírito Consolador… Mas, quando? Como? Onde?…

– Reforçara a ideia de que os Apóstolos iriam continuar a Missão que Ele recebera do Pai… E João, a quem estava confiada, o que iria fazer com ela?…

As dores e preocupações da Mãe de Jesus não acabaram com a Ressurreição maravilhosa do Filho, como as nossas também não acabam e até podem aumentar com a celebração da mesma Ressurreição na Páscoa, que procuramos viver com toda a fé e alegria!

Isto lembra-nos que nem a Páscoa, nem a Ressurreição que celebramos são um Prémio que ganhamos, ou um ‘presente’ que nos é oferecido para nosso gozo! É a Luz, para vermos melhor o que o Senhor nos reserva se seguirmos os Seu Caminho; é a Garantia da Vida Nova em comunhão com Ele; é o Apelo e estímulo à nossa Fé confiante nas suas Promessas… para continuarmos a entregar-nos à sua Vontade, em todas as circunstâncias ou incertezas, como a Virgem Mãe, no seu “Tempo pascal”!

Além de que o Tempo pascal de Maria, Mãe de Jesus, é, na realidade dura muito mais do que até à Ascensão do seu Filho aos céus!… Ela vai ficar à espera da sua própria morte, para ir então reencontrá-lO para sempre na comunhão feliz com o Pai! Não é, não deve ser assim, também, o nosso?!…

Pe. J. Pires, C.S.Sp.

ABRIR-SE À CONTÍNUA INCARNAÇÃO DO FILHO DE DEUS

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – março 2019

Este tempo quaresmal, meus irmãos Legionários, encontra sempre um verdadeiro apelo e desafio na Solenidade da Incarnação de Jesus, filho primogénito de Deus, celebrada a 25 de março, recordando a Anunciação da Vontade do Senhor a respeito da Virgem Maria, feita pelo arcanjo Gabriel. Apelo à valorização da vinda de Deus ao nosso encontro, desta forma tão decisiva; desafio a acolhermos a sua presença como o caminho e modelo para a nossa transfiguração em filhos de Deus!

Começamos a Quaresma ouvindo, na imposição das Cinzas, o apelo de Jesus quando começou a anunciar o Reino amoroso do Pai: “Convertei-vos e acreditai no Evangelho!” – “Convertei-vos”, isto é, voltai-vos, entregai-vos a Deus. Recomendação bem necessária para nós…

Maria de Nazaré já estava totalmente ‘convertida’, entregue ao Senhor, pois o anjo a reconhece e declara “cheia de graça”! Mas, como nós, precisou de acreditar nas Novidades (‘boas novas’ > Evangelho!) que o anjo lhe anunciava e de que ela não fazia a mínima ideia: – tornar-se a mãe do Altíssimo…; – aparecer grávida ao noivo que tanto a amava e confiava nela…; depois, – ter o filho (o filho de Deus!) tão longe de casa e naquelas condições de solidão e pobreza, em Belém…!

Verdadeiramente, o Senhor é surpreendente para todos; mas sobretudo para aqueles e aquelas que mais confiam n’Ele e que Ele mais ama! Assim começou com Jesus, Maria e José, em Belém e depois em Nazaré; assim vai ser, ainda mais, na Paixão e Morte, em Quinta e Sexta-feira Santas, para nos mostrar que a nossa comunhão com Ele, o seu Reino, não se constrói à medida dos nossos cálculos e desejos, mas às medidas imensas do seu Amor! Por isso é que nem a felicidade a que aspiramos e procuramos construir, nem a vida que queremos gozar antes da morte cabem neste tempo e nestes moldes feitos á medida da nossa capacidade e sabedoria naturais! – E veio, então, a Ressurreição para Jesus, ao 3º dia; e virá também para todos aqueles que procurarem aceitar e acertar a sua vida pela Luz, pela Novidade, pela Vida de que Jesus nos dá o exemplo e a explicação no Evangelho: – “Eu sou o Caminho…!”

Fundamental e misericordiosamente, Ele veio e quer continuar, agora, a sua Incarnação em nós, servindo-se do nosso ser humano, sob a ação e graça do mesmo Espírito Santo, com a ajuda do exemplo e intercessão de sua Mãe! Mas agora não lhe pede a geração dum filho…, chama-nos, já crescidos, e, pela nossa fé, confiança e entrega a Ele, mesmo sem compreendermos bem todas as consequências do que nos é pedido, conduz-nos à Festa da sua Ressurreição, à plena comunhão como Pai!

É este o nosso “Caminho para a Verdade e para a Vida” como nos diz S. João no Cp 14 do seu Evangelho, e como foi o de Jesus, de Maria, de José, dos Apóstolos, etc.

E se, como bons Legionários de Maria e verdadeiros irmãos de Jesus, queremos que a alegria da Ressurreição se estenda a todos à nossa volta, procuremos dar-lhes o exemplo e convidá-los, com carinho e respeito, a “voltar-se para o Senhor e acolher a luz e a força das suas Promessas”(a nossa tradução da recomendação das Cinzas!). Experimenta-o em ti mesmo e serás também mensageiro de novas Incarnações de novos filhos de Deus!

CONSAGRADOS E SEQUIOSOS DA VERDADE E DA VIDA

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – fevereiro 2019

Caros Irmãos Legionários,

Com a Festa dos Reis Magos acabamos, mais uma vez, de celebrar a manifestação de Jesus, ainda menino, como o Messias anunciado para o novo Reino que Deus preparou, desde sempre, para as pessoas que O escutam, conhecem e querem viver da sua Vida divina. E nós somos desses escolhidos, não pela nossa esperteza ou merecimento, mas pela sua misericórdia e pela aceitação da sua Vontade (Verdade)!

Mas a manifestação daquilo que Jesus é, em Si e para nós, não ficou por ali… E por isso, celebramos, logo a seguir, a apresentação da sua filiação divina, no seu batismo no Jordão, e o seu Amor e Poder, em favor das necessidades das pessoas, nas bodas de Caná: – o seu primeiro milagre! E ali, entre alguns lembrados das palavras do batismo e outros surpreendidos pelo milagre, aparecem os primeiros crentes, donde Jesus vai escolher mais tarde alguns dos seus Apóstolos e melhores amigos!

– E o papel, a importância da Virgem Mãe, Nossa Senhora, em tudo isto? – O seu papel é, em certo modo, insubstituível; mas sempre discreto e eficaz! – Como o de uma mãe, na família, …como o de uma cozinheira, numa festa!

Depois da infância de Jesus e do que é fácil adivinhar no seu crescimento e educação, em Nazaré, os Evangelistas apenas destacam a presença de Maria, no primeiro milagre, em Caná, uma vez, durante as pregações de seu filho e, junto à cruz com Jesus moribundo, para nos ser dada como Mãe para sempre.

– Mas a Igreja, através da Liturgia – a maneira comunitária de vivermos e manifestarmos a nossa fé – vai-nos instruindo sobre os modos como Nossa Senhora participou ativamente, generosamente, na vida e Missão de Seu Filho, Jesus. – Convida-nos a celebrar a disponibilidade, a confiança e a coragem dela, na Anunciação (25 de março); a sua ternura, vigilância e dedicação maternais, na oitava do Natal, a 1 de janeiro; a sua fidelidade e obediência às santas tradições do seu tempo, na Apresentação e Consagração do Menino ao Pai do Céu, no Templo, 40 dias depois do nascimento, a 2 de fevereiro, sem se desculpar com os mistérios que a envolviam, tanto na geração como no parto do seu filho!…

Todos os acontecimentos, à volta da vida humana de Jesus e da revelação progressiva da sua natureza divina, que se foram desenrolando pouco a pouco e que nós vamos celebrando também separadamente, encerram lições importantes para qualquer cristão, mas, de um modo especial, para nós Legionários:

  1. O processo da transformação duma criatura humana, às vezes ignorante ou pecadora, em alguém, que se descobre, se alegra e se compromete a ser filho de Deus à semelhança de Jesus, só se realiza através duma comunicação de Vida divina, que é obra do Espírito Santo.
  2. Mas o Espírito Santo só faz nascer essa Vida nova, naqueles que estão dispostos a acolher a Palavra de Jesus, por meio da caridade fraterna, sustentada pela paciência, pela dedicação e pelo exemplo, de alguém que, com Ele e por Ele, procura semear e desenvolver nesses corações essa nova Vida!

Ora o nosso trabalho legionário é principalmente este mesmo: – Ajudar as pessoas a receber a Palavra (os ensinamentos) de Jesus e dar-lhes a entender, pelo nosso exemplo e palavras, quanto é bom e consolador viver dessa Palavra divina! Para isso, temos de estar, nós mesmos, alegres e ativos na imitação de Nossa Senhora, que se oferece com Seu Filho no Templo e no Calvário, que o invoca e provoca em Caná, que nunca esquece nem dá por terminada a sua Missão de “mãe e irmã” de Jesus, como Ele a classificou, quando ela o procurou, em cuidados pela sua vida!

No dia 2, e em todo o mês de fevereiro, apresentemo-nos e ofereçamo-nos no templo do nosso coração, com Maria, José e o Menino, para lhes renovar e fortalecer a nossa pertença à Legião de Maria!

Pe. J. Pires, C.S.Sp.

FRESCURAS DUM NOVO ANO…

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – janeiro 2019

Como naquele “censo”, que afastou José e Maria de Nazaré, para que Jesus nascesse onde fora anunciado, em Belém, e eles o vissem nascer e o mostrassem aos pastores e aos Magos, as necessidades da Diocese de Santiago, menor, enviaram o anterior Diretor Espiritual da Regia para as suas terras de origem, impossibilitando-o de continuar a prestar esse serviço, de que todos tiravam tão grande proveito. Que a Virgem Maria, com Jesus e José, o premeiem pelo trabalho feito e lhe fortaleçam sempre o fervor legionário, para enriquecer os Irmãos que lá o esperam!

Pediram-me, então, a mim, velho Espiritano e meio desempregado por força da idade, para ajudar a Regia e, por ela, a Legião, em Cabo Verde e Guiné-Bissau, na continuação da sua missão legionária.

Conhecendo a indisponibilidade de tempo de outros sacerdotes, que poderiam substituir o Sr. Pe. Lourenço Faria Rosa, com muito mais proveito legionário que eu, aceitei dar o meu contributo possível, confiando também na ajuda daqueles que mais diretamente me propuseram. E aqui estou, pronto para servir o melhor que me for possível, pelo tempo que… me for dado, pois já sou “emérito” há mais de 10 anos…

– Começamos todos, por graça de Deus, um Ano Novo, ano que o nosso Papa Francisco e, a seu modo, também a Igreja em Cabo Verde, querem ainda mais fortemente fervoroso no espírito missionário. A Legião de Maria, em todos os seus Quadros e atividades, está sempre convidada para essa missão.

– Mas, mesmo assim, não precisaremos de invocar e de nos abrirmos, mais uma vez, a este Espírito de Pentecostes, de que Maria, nossa Mãe, se deixou inundar, apesar de ser, desde há muito tempo, a “cheia de graça”?… – Cada um de nós não se pode contentar com “ser missionário” para cumprir simplesmente os Estatutos ou um “trabalho legionário” que lhe é dado…

O Senhor e Sua Mãe querem que, nas nossas vidas, transbordemos Verdade e Amor cristão, ‘à sua imagem’…; e muitas pessoas e situações esperam de nós (até sem o saberem!) a Luz e o Calor para a sua paz e alegria! – O nosso método legionário presta-nos, também neste campo, um precioso serviço. Mas será sempre necessário, e mesmo insubstituível, que nos deixemos despertar e entusiasmar, como Maria, pelo Espírito apostólico de Jesus!

Costuma-se dizer que “Ano Novo – Vida Nova”! – Pois que as Bênçãos e flores de Natal não murchem, nem o passar dos dias e semanas resfrie o nosso entusiasmo:

– Vamos, com Maria e José, apresentar-nos ao Senhor, a 2 de fevereiro, para nos entregarmos ao serviço do seu Reino, onde Ele nos enviar… – Vida Nova!!!

Pe. J. Pires, C.S.Sp.

O MÍSTICO LAR DE NAZARÉ

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – dezembro 2018

A Reunião da Regia de Nossa Senhora da Graça se realizará no dia 29 de dezembro de 2018, nas vésperas da Festa da Sagrada Família. A minha reflexão partilhada com os estimados irmãos legionários é tirada do Manual Cap. 20, n.º 21 cujo tema é O MÍSTICO LAR DE NAZARÉ. A Família é célula vital da sociedade. Os Padres do Concílio Vaticano II definiram-na como Igreja Doméstica. A Igreja apresenta a família de Jesus, Maria e José – SAGRADA FAMÍLIA DE NAZARÉ – como escola modelar da família humana. Esta há muito que se encontra em grave crise. Hoje é comum a ideia de que a família cabo-verdiana está cada vez mais desestruturada. Com efeito, são muitas a chamada família monoparental sendo em maior dos casos a figura do pai e chefe de família não existe, porque o pai é ausente. Uma ausência que não é fruto da emigração, mas sim, de irresponsabilidade ou então de outros fatores… Sabendo da importância da família enquanto célula vital de uma sociedade e sendo ela também chamada “Igreja doméstica”, temos o dever de tudo fazer para salvar a família. O “deixar a casa de seus pais” para constituir a sua família insere-se na lógica vocacional do ser humano. O homem sente-se chamado por Deus para se unir à sua mulher para ambos constituir a “família, comunidade de vida e de amor”. Esta é a vontade de Deus que exige uma responsabilidade. Sendo assim, cada família, fundamentada e estruturada segundo a vontade de Deus, terá de aprender a arte de viver o quotidiano familiar na escola da Sagrada Família de Nazaré. Dirigindo-me agora, a todos os legionários, faço apelo a que cada legionário considere a importância de seu praesidium para a sua vida pessoal e familiar. O praesidium é a base da Legião. Todos os membros, ativos e auxiliares, estão vinculados nele. Constitui a unidade orgânica na qual as principais funções se realizam. É a reunião semanal do praesidium que faz a “Legião”. Com efeito, é indiscutível que a reunião do praesidium seja primeira obrigação do membro ativo. O capítulo Místico Lar de Nazaré chama-nos a familiarizar segundo o modelo da Sagrada Família. “O praesidium pode considerar-se como uma projeção do Lar de Nazaré, não apenas por um simples sentimento de devoção, mas com base na realidade. Nas orações finais rezamos: “Á Vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus…” Então, os legionários, podem entender e rezar mais ou menos assim: Ao Vosso Praesidium recorremos, Santa Mães de Deus… Sim, Praesidium é o lar no qual Nossa Senhora nos abriga, nos forma para o seu Reino, nos envia à batalha. Haveremos de tudo pedir, de tudo fazer, com zelo entusiasta e perseverante, para que nosso Praesidium evolua na graça, santifique de facto. O tempo de santificação é hoje e, é agora, mas o lugar, é o Praesidium. Deve ser claro para os legionários que cada um, oficial ou não, tem a sua cota a dar para o sucesso do Praesidium: é um compromisso com Nossa Senhora. Ela, a Rainha do Céu, a mais agradecida das criaturas nos dará em abundância até as pequenas coisas da vida.

Estamos a terminar o Ano Civil e, possivelmente, a minha missão de Diretor Espiritual da Regia. Agradeço a Deus e a Nossa Senhora da Graça, na Pessoa de Sua Eminência o Senhor Cardeal D. Arlindo e nos Oficiais da Regia, a graça de estar ao serviço dos legionários. Sei da grandeza, humildade e amplitude desse Movimento Católico totalmente dedicado ao apostolado. A minha oração e gratidão a todos. Desejo a todos um Próspero Ano Novo, cheio das Bênçãos de Deus!

O LEGIONÁRIO E A VOCAÇÃO CRISTÃ

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – novembro 2018

Este é o tema da nossa reflexão partilhada com os meus irmãos Legionários e é tirada do Manual Cap. 33, Nº 14. Antes de tudo convém dizer ainda que sinteticamente, que os cristãos são todos os homens e mulheres que pelo batismo aderem a Jesus Cristo. E para ser de Cristo nós devemos ser seus discípulos e missionários no mundo. Devemos testemunhar o “Deus vivo” (Cf. Dt 5,2¨) que liberta o seu povo eleito dos opressores e da opressão (Cf. Ex 3,7-10), que perdoa todos os pecados, indistintamente (Cf. Ex. 34,6; Eclo 2,11), e que restitui a salvação perdida quando o povo, envolvido na cultura quotidiana da morte (Cf. Sl 116,3), a Ele se dirige (Cf. Is 38,16). Escutar o chamado de Jesus de Nazaré e dar um sim autêntico ao seu Evangelho, é aceitar o doce convite de Jesus para que a Ele nos estreitemos vinculando nossa vida à sua vida. Na escola de Jesus, convivendo com Ele, iremos descobrir dois aspetos fundamentais na vida cristã: Primeiro, que foi Cristo que nos escolheu. Em segundo lugar, Jesus nos escolheu para que estivéssemos com Ele e para nos enviar a pregar o seu Evangelho a todos os povos, gentes e nações, para que o mundo creia que Ele é o Senhor, Redentor e está no meio de nós (Cf. Mc 3,14). Jesus não nos quer como servos porque “o servo não conhece o que o seu senhor faz” (Cf. Jo 15,15).  O servo não tem a entrada franca e desimpedida na casa de seu amo, muito menos em sua vida. Jesus quer que cada um de nós, que somos batizados, sejamos seus amigos. Porque sermos amigos de Jesus? Porque o amigo ingressa na vida de Jesus, fazendo-a própria. O amigo escuta a Jesus, conhece ao Pai e faz fluir sua Vida (Jesus Cristo) na sua própria existência (Cf. Jo 15,14) marcando todos os nossos relacionamentos, marcando todas as nossas atitudes e marcando, sobretudo, o nosso agir no mundo atual. Ser irmão de Jesus é participar da vida de Jesus, Sacerdote, Profeta e Rei. A nossa incorporação em Cristo, como se diz atrás, é feita pelo batismo que mais do que um simples ritual é participação na Vida de Jesus. Participamos na sua missão sacerdotal através do culto privado ou culto, oferecendo a nossa própria vida como sacrifício agradável a Deus. Como nos diz o Concílio Vaticano II: “Todos os nossos trabalhos, orações e empreendimentos apostólicos, a própria vida conjugal e familiar, o trabalho quotidiano, o descanso do espírito e do corpo, se forem feitos no Espírito, e as próprias incomodidades da vida, suportadas com paciência, se tornam outros tantos sacrifícios agradáveis a Deus por meio de Jesus Cristo (1 Ped 2, 5). Sacrifícios esses que são oferecidos juntamente com o Corpo do Senhor (Pão e o Vinho) na celebração da Eucaristia. Assim, continua o Concilio, “Os leigos agindo santamente em toda a parte consagram a Deus o próprio mundo” (LG 34). Participando na Missão profética de Jesus comprometemo-nos a proclamar, em toda a parte, através do Testemunho de Vida e da Palavra, o reino de Deus. O maior serviço que os legionários podem prestar às pessoas, sobretudo neste Ano da Fé, é apresentar-lhes as verdades da fé. Dizer-lhes o que é a alma humana (?); qual é a finalidade da vida e o que se segue depois da morte (?). Falar de Jesus Cristo enquanto objeto da nossa fé independentemente de saber ou não argumentar ou apresentar provas daquilo que dissemos. Pois o importante é conhecer e viver as verdades da fé. A nossa pertença à Legião ajuda-nos a melhor conhecer e a viver a fé e motiva-nos fortemente a falar da nossa Religião aos estranhos, vivendo na caridade com todos quantos nos encontramos habitualmente na casa, na escola, no exercício da profissão, nas atividades sociais e nos tempos livres. A nossa participação na missão Real de Cristo, leva-nos a fazer bem o nosso trabalho dentro da lógica de serviço e do bom samaritano (Lc 10, 29-37), contribuindo assim para a construção de um mundo cada vez melhor, aperfeiçoando-o. Ora, a Legião de Maria mais do que a execução de um trabalho apostólico, propõe uma forma de viver a Vida Cristã, cujo objetivo é ajudar a todos os seus membros bem como àqueles com quem eles estão em contato, a viver a sua vocação cristã “.

No dia 8 de dezembro celebraremos a Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria! Que. Ela continue a derramar a suma bênção materna sobre a Sua Igreja e cada um de nós! Ámen!

DOS LEGIONÁRIOS, ESPERA-SE UM APOSTOLADO MAIS ALEGRE, SEDUTORA E FASCINANTE

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – outubro 2018

O mês de outubro é o mês do Rosário e das Missões. De facto, depois de um certo abrandamento da dinâmica pastoral tipicamente na época das férias, todos os agentes da pastoral diocesana e paroquial, (sacerdotes, religiosos e leigos), organizam-se para iniciarem com energia renovada, o novo ano pastoral. Neste contexto, sugiro aos Irmãos Legionários a Leitura do Capítulo 10, n.ºs 1, 2 e 3 do Manual da Legião, que nos falam do APOSTOLADO DOS LEIGOS. O n.º 1 é sobre a DIGNIDADE DO APOSTOLADO. Tratando do apostolado dos leigos, a Legião de Maria recorda a todos os seus membros que “o direito e o dever de todos participarem ativamente no apostolado, tem o seu fundamento na união com Cristo Cabeça.” Pelo Batismo somos todos inseridos no Corpo Místico de Cristo que é a Igreja e pela Confirmação – Crisma -, somos fortalecidos com a força do Espírito Santo e enviados para o apostolado. É necessário perceber que os leigos têm o seu lugar próprio na Igreja e a sua participação ativa na missão insere-se na natureza da própria vocação cristã. O apostolado dos leigos é uma necessidade e a sua promoção torna-se imperativo pois que devemos trabalhar na prosperidade da Igreja e na sua obra. A Legião de Maria enquanto movimento Católico está vocacionada para o apostolado. Dos legionários, espera-se um apostolado mais alegre, sedutora e fascinante. Na sua mensagem para o dia Mundial das Missões (21/10/2018), sob o lema ‘Juntamente com os Jovens, levemos o Evangelho a todos’, diz o Santo Padre, o Papa Francisco, que A vida é uma missão. Todo o homem e mulher é uma missão, e esta é a razão pela qual se encontra a viver na terra. Ser atraídos e ser enviados são os dois movimentos que o nosso coração, sobretudo quando é jovem em idade, sente como forças interiores do amor que prometem futuro e impelem a nossa existência para a frente. Ninguém, como os jovens, sente quanto irrompe a vida e atrai. Viver com alegria a própria responsabilidade pelo mundo é um grande desafio. Conheço bem as luzes e as sombras de ser jovem e, se penso na minha juventude e na minha família, recordo a intensidade da esperança por um futuro melhor. O facto de nos encontrarmos neste mundo sem ser por nossa decisão faz-nos intuir que há uma iniciativa que nos antecede e faz existir. Cada um de nós é chamado a refletir sobre esta realidade: «Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo» (Papa Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 273). Todos os batizados são missionários da Boa Nova. Isto é, são chamados a irem levar Jesus aos outros através da palavra e do bom testemunha de vida. A Juventude legionária, igualmente a todos os outros jovens, respondendo ao apelo do Santo Padre, à semelhança da Jovem Maria de Nazaré, estão convidados a levar Jesus ao mundo juvenil bastante fustigado pelas drogas e pelo álcool para se sentirem tocados e libertados. Pois, Jesus é o nosso libertador e o Evangelho é uma proposta de libertação. Daí que é uma feliz de notícia da libertação.

No próximo dia 1 de novembro celebramos a Solenidade de todos os Santos. Ser Santo não é privilégio de alguns, está ao alcance de todos. É fruto da graça de Deus. Basta abrir o coração e receber esta graça. No fundo, é ser amigo de Deus! No dia 2 de novembro, comemoramos os fiéis defuntos. Lembramos os nossos irmãos falecidos e somos exortados a rezar por eles. Recordo a todos os legionários a obrigação de mandarem rezar uma missa para sufrágios dos irmãos falecidos. Que Maria Mãe de Deus e nossa Mãe, a primeira mulher missionária nos inspire e nos estimule para a missão.

‘COM SÃO TIAGO MENOR, ESCUTAI A PALAVRA, CONVERTEI-VOS E ALEGRAI-VOS’

Lema da Pastoral na nossa Diocese de Santiago de Cabo Verde em 2018-2019

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – setembro 2018

‘Com São Tiago Menor, escutai a Palavra, convertei-vos e alegrai-vos’, é o lema da Pastoral na nossa Diocese neste novo Ano Pastoral 2018-2019. Jesus Cristo é a Palavra viva de Deus Pai. Ele é o Evangelho vivo anunciado pela Igreja. A Sua mensagem é sempre nova e transformadora da vida de cada homem desde que este O escute e se deixe orientar pelos ideais do Evangelho. Somos convidados permanentemente à conversão, isto é mudança de vida, de atitudes a fim de vivermos em comunhão uns com os outros, na Paz e na Amizade fraterna.

Estou a escrever esta mensagem, se calhar a última, na qualidade de diretor espiritual da Regia de Nossa Senhora da Graça, a todos os estimados irmãos legionários que tive o prazer de servir ao longo destes anos através do Boletim. Anos de muita riqueza espiritual partilhada. Dou graças a Deus por tudo! No mês de outubro iniciaremos o novo ano Pastoral com energias e alegrias renovadas na esperança de conhecermos melhor o Padroeiro da nossa Diocese. Tenho a certeza que os legionários darão seu contributo. Daí para atualizar a memória de todos, segue esta reflexão do Capítulo 10 do Manual da Legião de Maria sobre o APOSTOLADO DA LEGIÃO. Trata-se da DIGNIDADE DO APOSTOLADO e a ABSOLUTA NECESSIDADE DO APOSTOLADO DOS LEIGOS nos 1 e 2 respetivamente. Jesus Cristo é O enviado do Pai, cuja missão foi a de revelar o Seu Amor, doando-se a Si próprio pela salvação da Humanidade. Consciente da sua missão e da necessidade da continuidade da mesma, chamou os que Ele queria para estarem com Ele e para os enviar a pregar (Mc 3,13-15). Depois da ressurreição, aparece aos seus discípulos dando-lhes a PAZ, e enviou-os em Missão dizendo: “A Paz esteja convosco. Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós” (Jo 20, 21). Os Apóstolos receberam de Jesus ressuscitado a Missão de anunciar o Evangelho a todas as nações. “IDE, FAZEI DISCÍPULOS DE TODOS OS POVOS, BAPTIZANDO-AS EM NOME DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO… E ESTAREI SEMPRE CONVOSCO ATÉ AO FIM DOS TEMPOS (Mt 28, 19-20). A Igreja do Novo Testamento é fruto do Espírito Santo e da Missão dos Apóstolos. Povo de Deus, a Igreja na sua essência é uma realidade cefálica, isto é “ela tem uma Cabeça que é o próprio Cristo”. Ela é o Corpo Místico de Cristo. É Povo Sacerdotal, Nação Santa (cf.1 Ped.2,4-10). Na sua estrutura orgânica, a Igreja está hierarquicamente organizada e por isso mesmo ela é capaz de cumprir a sua missão, garantindo a Unidade e Comunhão na diversidade. A Hierarquia na Igreja está em função da Evangelização. Esta que no dizer do Santo Padre terá que ser nova na linguagem, no ardor e no método. Na verdade, é missão de todos os batizados. Evidentemente que a consciência da participação dos leigos na missão da Igreja aconteceu tardiamente, mas graças a Deus, hoje, vai-se apurando cada vez mais de que “a participação dos leigos na missão não é um favor que se faz, mas sim um direito adquirido pelo Batismo através do qual o batizado é inserido no Corpo Místico de Cristo – a Igreja – e é robustecido pela Confirmação com a força do Espírito Santo e enviado para a missão. Pelo batismo, somos todos consagrados e pela Confirmação enviados para o apostolado! O Papa Pio XII, afirma que é necessário que “os leigos tenham a consciência clara de não só pertencerem à Igreja mas de serem a Igreja’. Esta é na realidade, comunidade dos fiéis sobre a terra, sob a orientação do Chefe Comum, o Papa, e dos Bispos em comunhão com ele. A dignidade do Apostolado resulta, precisamente, pelo facto de que somos todos participantes da missão de Jesus Cristo deixada aos Apóstolos. O apostolado implica essencialmente ardoroso interesse pela prosperidade da Igreja e pela sua obra. Tal interesse dificilmente existirá sem o desejo de trabalhar pessoalmente na extensão do Reino de Deus. Trabalho realizado sempre em comunhão com a hierarquia da Igreja na proximidade das pessoas. O Legionário sabe bem isto e na sua formação terá que saber que o seu apostolado é feito em perfeita comunhão com o seu Pároco. Enquanto “soldado de Maria” é defensor e promotor da santidade da Igreja. Hoje, mais do que nunca, a nossa Igreja é vítima de casos isolados de escândalos publicitados pela Comunicação Social com o único objectivo de destruir a hierarquia da Igreja. Esquecem que a Igreja, embora assistida pelo Espírito Santo, ela é “constituída e conduzida” por homens pecadores conscientes da sua fragilidade e da sua Missão. A Igreja é chamada à santidade e todo empenho pastoral de evangelização visa atingir a santidade. Esta será sempre a proposta feita a todos “sede santos como o vosso Pai Celeste é Santo! Sede perfeitos como o vosso Pai Celeste é Perfeito.” Por outras palavras, um apelo feito à “Conversão permanente”! “Quem não tem pecado atire a primeira pedra ” (Jo 8,1-11).

Termino desejando a todos, fecundo apostolado. Contai com as minhas orações por que conto com as vossas!

MILHARES DE ALMAS PERECEM PORQUE MARIA É LHES RECUSADA

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – agosto 2018

Esta Mensagem está a ser escrita nas Vésperas da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora ou então da Solenidade de Nossa Senhora da Graça, Padroeira da nossa Regia. Tomo a iniciativa de partilhar essa reflexão, tomando o Cap. 5º, n ºs 6 e 7, do Manual «Legio Mariae», tendo os títulos «Oh! Se Maria fosse Conhecida» e «Levar Maria ao Mundo» respetivamente. Convém recordar a todos os legionários de que todo o Capítulo 6 trata do SERVIÇO LEGIONÁRIO. Todos sabemos da existência da indiferença religiosa e isto já é um facto nalgumas das nossas localidades devido à frequência sistemáticas das seitas que com as suas doutrinas semeiam confusão na cabeça de muitos dos nossos irmãos incautos. E estes dizem já não vou nem a uma nem a outra! E paulatinamente vão caindo no verdadeiro sentido da indiferença religiosa e se calhar até no ateísmo. Temos o dever de encontrar um caminho para este mal. Segundo o Padre Faber citando o Prefácio de «A Verdadeira Devoção a Maria» da autoria de S. Luís de Maria de Monfort, isto acontece porque «Maria não é suficientemente conhecida e amada». Este desconhecimento traz grave prejuízo para as almas porque a devoção que se consagra é escassa, magra e pobre. Consequente Jesus não é amado, não haverá conversão dos hereges e a Igreja é exaltada! Jesus é pouco conhecido porque Maria não é colocada no segundo plano. Milhares de almas perecem porque Maria é lhes recusada. Dar Maria a conhecer, isto é levá-la ao Mundo terá que ser o primeiro dever de cada irmão Legionário. Voltando ao assunto da devoção devo dizer se devoção a Maria realiza tais prodígios de conversão, conhecimento de Maria e de Jesus, a nossa preocupação deve consistir em tornar fecundo, semelhante instrumento; numa palavra, deve consistir em levar Maria ao mundo. Como conseguir isto com mais eficiência, senão por uma organização de apostolado? Uma organização leiga e, portanto, ilimitada, quanto ao número dos seus membros; uma organização ativa, podendo por isso penetrar em toda parte, uma organização que ama Maria, com todas as suas forças e que se compromete a infundir esse amor em todos os corações, utilizando para isso todos os meios de ação. Assim, usando o nome de Maria, com valor indizível, baseada numa confiança ilimitada e filial na sua Rainha, tornada mais sólida e firme pelo enraizamento profundo no coração de cada um, constituída por membros que trabalham em perfeita harmonia de lealdade e disciplina – a Legião de Maria não considera presunção, antes confiança legítima, o pensar que o seu sistema forma um poderoso mecanismo que, para envolver o mundo, exige apenas ser acionado pela mão da Autoridade. Maria se dignará então empregá-la como instrumento, para realizar nas almas, a sua obra material e levar avante a sua perpétua missão de esmagar a cabeça da serpente.

Os Irmãos Legionários Membros da Regia já sabem que a partir de 09 de setembro assumirei a responsabilidade Pastoral da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição no Concelho de S. Filipe na ilha do Fogo. Com esta mudança tornará difícil a minha continuidade como Diretor Espiritual da Regia, porém até houver possível nova nomeação continuarei a fazer aquilo que me for possível. Peço a todos os Legionários que continuem a rezar pelos seus diretores espirituais e mantenham sempre disponíveis para o apostolado.

A todos os meus votos de Festas felizes de Nossa Senhora Mãe e Medianeira de todas as Graças!

A CARIDADE TORNA PERFEITAS TODAS AS OUTRAS VIRTUDES

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – julho 2018

A Leitura Espiritual da Reunião da Regia para o mês de julho é tirada do Manual Cap. 41. Este é muito importante e chamo atenção para a sua leitura e aplicação para o bem da nossa Legião. A minha reflexão para todos quantos leem este boletim se incide sobre a CARIDADE. A Legião de Maria coloca, entre os seus patronos celestiais, o apóstolo S. João. Foi ele, «o discípulo que Jesus amava», que ficou ao pé da cruz e, depois, levou Maria para sua casa. É o evangelista de caridade e o sacerdote de Maria. A Santíssima Virgem estava de tal modo repleta de caridade, que foi digna de dar à luz Aquele que é a Caridade personificada. A sua Legião deve distinguir-se também por uma caridade intensa; só então, poderá espalhá-la pelo mundo. Temos já refletido sobejamente no ardor generoso que o legionário deve colocar no seu trabalho; no amor fraterno que deve ter para com os seus colegas; na paciência e bondade infinitas que o amor lhe deve suscitar para com todos, mesmo aqueles que aparentemente parecem ser menos merecedores. Tudo isto provém da caridade. Esta deve ser sincera. Vagos sentimentos de piedade humana, ou de simples filantropia, não são duradoiros. É preciso que essa caridade brote do amor para com Deus. O legionário vê e ama a Deus no seu próximo por causa de Deus e para Deus. Esta caridade será pessoal. Para Deus não há dois homens iguais. Para as mães, do mesmo modo, não existem dois filhos idênticos. O legionário não há-de lidar com os homens em série. Ele, o legionário, esforçar-se-á por estabelecer relações amigáveis com cada pessoa visitada. E a prova de que será verdadeira essa amizade estará no fato de repetir as visitas, mesmo depois de alcançar o fim em vista. Finalmente, tal caridade será marial. Será, portanto, respeitadora e delicada, não ferindo nunca as almas, mas abrindo-as. O legionário abordará a todos com o coração de Maria e para com todos terá delicadezas de caridade que só Maria poderia descobrir. O Segredo da influência é o amor. Só ele pode verdadeiramente conquistar os corações. Termino com o dito de S. Paulo: «Acima de tudo, a caridade que é o vínculo da perfeição» (Col. 3,14).

COERÊNCIA E FIDELIDADE LEGIONÁRIA

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – junho 2018

O Manual da Legião de Maria Cap.18, n.º 7 nos fala da Ordem Permanente que deverá ser lida pelo presidente em voz alta, na primeira reunião de cada mês. São quatro pontos fundamentais que cada legionário deve saber de cor e esforçar-se por cumprir rigorosamente: 1) Assiduidade e pontualidade na reunião semanal; 2) Reza diária da Catena; 3) Execução de um trabalho legionário; 4) Guardar em segredo absoluto os assuntos tratados na reunião. À luz do exposto, a nossa reflexão se incidirá sobre o n.º 10 do Cap. 19, do Manual que nos fala da “Chegada ou partida fora de hora” e do n.º 11 do mesmo Cap. a cerca de “boa ordem, raiz da disciplina”.

Gostaria de começar essa reflexão sobre a necessidade da assiduidade e pontualidade do legionário nas reuniões. Em que casos o legionário deve faltar a sua reunião semanal e que tipo de faltas são justificáveis? Se são justificáveis deve-se aceitar o pedido de justificação, caso contrário, não! O verdadeiro legionário, tal como o soldado, deve ser cumpridor do seu dever! Cumpri-lo-á como homem livre e não como um escravo. Ninguém está obrigado a ser legionário, mas uma vez feita a opção de o ser, deverá esforçar-se por viver de tal modo que a sua vida seja cristãmente atraída. Tenho notado que muitos chegam atrasados à reunião e não cumprem o prescrito no Manual. A esses serem-lhes ditos o seguinte: “deverão ajoelhar e rezar a sós as orações que precedem o Terço e as invocações que se lhe seguem”. Mas atenção que “faltar o Terço constitui uma perda irreparável”. O Legionário de Maria é um soldado na luta permanente contra o mal, cuja arma é a oração e quando estão reunidos em oração ganham aquela força espiritual sem a qual é impossível cumprir qualquer missão. Por conseguinte, deixo aqui um apelo a todos que se esforcem pela pontualidade nas reuniões a fim de numa só voz e num só coração, comecem a reunião com a reza do Terço. Do mesmo modo, acontece que às vezes, alguém tenha necessidade de se ausentar antes do fim da reunião. A esse também é lhe dito que deverá pedir licença ao presidente e, concedida esta, deverá ajoelhar e rezar a oração “a Vós recorremos” e as outras orações finais da Tessera. Pese embora o Manual tenha dado essa possibilidade, deve-se primar pela plena participação na reunião. Tenho notado que depois da chamada, alguns ausentam da reunião pelo que chamo atenção a todos pela “coerência e fidelidade legionária”. Finalmente, gostaria de chamar atenção aos oficiais para implementarem, primeiro em si mesmos e depois nos membros o espírito de disciplina. Não se trata de uma imposição, mas sim, de uma disciplina voluntariamente aceite e consagrada às causas de Deus. No mês de junho temos a alegria de celebrar solenemente a Festa de S. João Baptista, S. Paulo e S. Pedro, Padroeiros da nossa Legião. São santos do coração do Povo de Deus. Santos populares. Que intercedam a Deus por todos para que vivamos na santidade a nossa vida. Amén!

MARIA INTRODUZ OS SEUS FILHOS NO SEIO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – maio 2018

A Nossa introdução no seio Santíssima Trindade por Maria é o tema da nossa reflexão precisamente porque a reunião da Regia no mês de maio acontece na véspera da Solenidade da Santíssima Trindade. Os Santos insistem na necessidade de não confundir, em Deus, as pessoas Divinas e a dedicar a cada uma delas a atenção que lhe é devida. Nós podemos pedir esta graça a Maria, nossa Mãe, pois a Ela, pela primeira vez, foi revelado este grande mistério. A quando da Anunciação, o Anjo disse-lhe: «O Espírito Santo descerá sobre Ti e a força do Altíssimo Te cobrirá com a sua sombra. Por isso, o Santo que nascerá de Ti será chamado Filho de Deus». Maria é a Filha do Pai Eterno, a primeira das criaturas, a mais próxima de Deus. Deus comunicou-lhe a sua fecundidade para que ela pudesse gerar os filhos de Deus. Maria é a Mãe do Filho de Deus. É-nos fácil evocar os laços de união do filho com sua mãe. Mas, no caso presente, a união das almas ocupa o primeiro lugar. Quando Maria e Jesus se separaram corporalmente um do outro, a sua união não se quebrou. No momento em que Jesus se consumou a sua missão de Redentor quis associar a Si, do modo mais íntimo, sua Mãe, e fê-la Co-Redentora dos homens.

Maria é o Templo do Espírito Santo; mais que isso, é sua esposa. Foi por seu intermédio que o Divino Espírito produziu a sua obra-prima que é Deus feito Homem. Por ela, ainda, o mesmo Espírito gera os membros do Corpo Místico; por ela, finalmente, Ele distribui todas as graças. Quando ela age, é o Espírito Santo que age com Ela; se rejeitamos a intervenção de Maria, recusamos também a intervenção do Espírito Santo. No Céu, com Maria, gozaremos da Vida Bem-aventurada da Santíssima Trindade. No batismo, porém, já recebemos a semente dessa vida. Maria ensinar-nos-á a viver, como ela, dessa vida e ajudar-nos-á a desenvolvê-la cada vez mais.

Com Maria, rezamos a grande oração dos filhos de Deus – Pai Nosso. Permaneçamos alegremente nas coisas do nosso Pai para a Ele reconduzirmos todos os filhos pródigos. Vivamos com o Filho que nos envia a anunciar a todos os homens a Boa Nova da Salvação. Enchamo-nos da força e do amor que o Espírito Santo nos comunica, a fim de renovarmos com Ele o coração dos homens e a face da terra.

QUE NOS DEBRUCEMOS SOBRE OS ELEMENTOS MAIS MISERÁVEIS E MAIS ABANDONADOS DA POPULAÇÃO

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – abril 2018

O Capítulo 39 do Manual da Legião de Maria apresenta as Principais Diretrizes do Apostolado Legionário. A minha reflexão partilhada se incide nos nºs 5 e 6. Todo o Legionário deve trabalhar ativamente e o Praesidium deve controlar o trabalho legionário. A Legião é um corpo e sem o espírito que lhe é próprio, morre. Esse espírito depende do trabalho que cada legionário individualmente realiza e o modo como o realiza. Convém não esquecer que a “Legião impõe a cada membro, como obrigação essencial e de primeira importância, a realização de um trabalho semanal, ativo, determinado pelo praesidium. Um praesidium inativo viola a promessa de prosseguir o objetivo último da Legião que é exercer visivelmente, pela ação, um apostolado viril. Porventura merecerá o nome de exército aquele que se recusa a travar batalha? Assim também, os membros do praesidium que não se entregassem a um trabalho ativo não possuiriam direito algum a permanecer nas fileiras da Legião de Maria”. Todo o cristão já deve amar e trabalhar na salvação do próximo. Mas o Cristão membro da Legião de Maria, consciente da sua pertença ao seu praesidium, obediente aos respetivos oficiais deve dedicar-se, no mínimo, duas horas por semana no serviço legionário. O trabalho deve ser ativo, bem determinado pelo praesiduim. Não se trata de tarefa de livre arbítrio de cada indivíduo. O trabalho vago ou mal organizado não tem garantia de êxito. Quando um membro ativo não puder realizar o trabalho, por se encontrar doente ou muito ocupado, o praesidium mudá-lo-á para auxiliar. O legionário que não executa o trabalho marcado, que o executa de modo deficiente ou o muda por outro, deve ser advertido. Se não se emenda, deverá abandonar a Legião.

A Legião insiste por que se dê aos legionários um trabalho importante e digno do seu zelo fervoroso. O trabalho insignificante produz maus resultados no zelo dos legionários: acaba por levá-los à mediocridade e á tibieza. Ao contrário, a Legião leva a empreender grandes coisas e a nada temer, quando está em jogo o bem das almas. Ela pede que nos debrucemos sobre os elementos mais miseráveis e mais abandonados da população; que se aceitem tarefas de que os outros movimentos de apostolado não se querem encarregar. O mês de maio é sugestivo para nós: Comemoração do dia da Mãe; do Dia da Família; do dia Diocesano das Vocações; do 13 de Maio para o qual todos estão convidados a participar. Na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima em Assomada, no Concelho de Santa Catarina, a Eucaristia será às 11H00, presidida pela Sua Eminência e Reverendíssima O Senhor Cardeal e Bispo da Diocese de Santiago, D. Arlindo Gomes Furtado.

MARIA CO-REDENTORA

(Junto à cruz de Jesus, estava sua Mãe – Jo 19, 25)

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – março 2018

Estou a escrever esta mensagem a poucos dias da celebração da Festa da Páscoa do Senhor. A Mãe de todas as festas! Senhor Jesus Cristo é o Redentor do mundo. Foi na Cruz que Ele consumou a obra de reparação do pecado. Sabemos que «sem a efusão do sangue não há remissão». Foi o próprio Jesus, celebrando a última Ceia com os seus Discípulos, que disse: “este é o meu Sangue que será derramado pela remissão dos pecados”. Não há outro Salvador além de Jesus, o Filho de Maria. Todos os homens, e Maria mais que ninguém, foram resgatados por Ele. A ela, mais do que a nós, outorgou Ele a sua graça. No entanto, ao pé da Cruz em que Jesus expirava por nós, encontrava-se Maria, de Pé, a única mulher isenta do pecado. Em nosso nome, Jesus oferecia o único Sacrifício. Maria Co-redentora, unia a sua Com-paixão à paixão de Jesus. Como cooperou Maria na obra de Redenção? Primeiramente, dando pleno consentimento à Incarnação de Jesus, respondendo SIM ao anjo. Podemos dizer que a Redenção é dom comum de Deus Pai e da Virgem Santíssima. Cooperou, ainda, partilhando em todos os instantes dos sentimentos de seu Filho. Toda a vida de Maria foi um prolongamento (atualização constante) do primeiro SIM, a aceitação de tudo o que Deus lhe pedia. Finalmente, consumou esta cooperação a quando da Paixão, unindo os sofrimentos do seu coração ao de Cristo e oferecendo-O pela nossa salvação. Maria deu à luz Jesus Cristo, sem dores. Mas foi na dor que ela nos deu à luz da vida da graça. Quem poderá jamais compreender até que ponto maria amou os seus filhos pecadores? Ela entregou o próprio Filho aos sofrimentos, imolou-O para aplacar a Justiça de Deus e para nos resgatar. Ela sofreu em seu coração mais que todos os homens. A esse respeito, S. Pio X dizia: “ por esta comunhão de sofrimentos e de vontades entre Maria e Cristo, ela mereceu, mui dignamente, tornar-se a Restauradora da humanidade decaída, a Despenseira de todos os tesouros que Jesus nos adquiriu com a sua Morte e o seu Sangue. Podemos pois dizer com justiça que ela resgatou com Cristo a raça humana”. Daí a nossa profunda admiração que se traduz numa atitude de louvor a Deus Pai, por nos ter dado Maria por Mãe! Nós temos Mãe! Disse o Santo Padre o Papa Francisco em Fátima. A todos os irmãos legionários desejo Feliz Páscoa e que saibamos sair para anunciar alegremente a Ressurreição do Senhor! Aleluia!

AS NOSSAS TRIBULAÇÕES E SOFRIMENTOS SÃO NECESSÁRIOS AO CRESCIMENTO DO CORPO MÍSTICO DE CRISTO

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – fevereiro 2018

A Leitura Espiritual da reunião da Regia de Nossa Senhora da Graça para o mês de fevereiro é tirada do Cap. 9, n.º 3 e tem como título – “O Sofrimento no Corpo Místico“. De recordar que o grande tema deste capítulo é O Legionário e o Corpo Místico. A Igreja, o Povo de Deus, é o Corpo que tem Cristo por Cabeça. Descrever o tema em questão, significa antes de mais, que “as nossas Tribulações e Sofrimentos são necessários ao Crescimento do Corpo Místico de Cristo”. A tribulação e o sofrimento batem-nos à porta muitas vezes. Mesmo no meio dos nossos trabalhos legionários, as dificuldades vêm atrasar, ou até desfazer, os nossos melhores projetos. As tribulações parecem que contrariam e cortam o curso da nossa existência. Na realidade, porém, favorecem o nosso aperfeiçoamento. Não basta acreditar em Cristo, é preciso também sofrer por Ele. «Se morrermos com Cristo, viveremos também com Ele. Se perseverarmos na provação, reinaremos com Ele». Esquecemo-nos de que somos membros de Cristo, não somente de Cristo glorioso ou mesmo de Cristo operário de Nazaré. É inútil e indigno tentar acolher o Rei da Glória se repelimos o Homem das dores, porque os dois são apenas um mesmo Cristo. Aquele que não quiser acompanhar o Cristo doloroso, não terá parte na sua missão junto das almas. Ele mesmo disse: “Quem quiser seguir-me, negue-se a si mesmo e tome a sua cruz e siga-me todos os dias. E «o discípulo não é mais que o Mestre». Por onde Cristo passou, Ele, Cabeça do Corpo Místico, por aí devemos passar nós também, se quisermos ser verdadeiramente seus membros. Isto porquê? É certo que Jesus resgatou os homens. A sua Paixão mereceu-lhes todas as graças de que tinham necessidade. Estará completa a Paixão de Cristo? Na Cabeça, sim; mas falta a paixão no seu Corpo. Cristo, incompleto ainda nos seus membros, deseja que nós participemos na sua Paixão.

São Paulo foi cumulado com privações de toda a espécie; o seu apostolado foi contrariado de mil maneiras, morreu mártir. Ele mesmo nos dá o motivo de todos os sofrimentos, nestas palavras: «Neste momento, encontro a minha alegria nos sofrimentos que por vós suporto; completo na minha carne o que falta à paixão de Cristo em benefício do seu Corpo que é a Igreja» (Cf. 1ª Cor 1, 24). Se os membros têm necessidade da Cabeça para d’Ela receberem a Vida, a Cabeça, por seu lado, necessita dos membros para acabar a sua obra. É como se Jesus nos dissesse: Tenho necessidade do teu auxilio, na minha obra de redenção e santificação das almas. Cada membro do Corpo Místico deve trabalhar na obra de Cristo, a sua santificação e a salvação dos irmãos. E esta obra só pela cruz se pode realizar.

Desejo que cada legionário se empenhe mais neste tempo da Quaresma para outros possam encontrar-se com o Deus do Perdão através do Sacramento da Reconciliação!

PERSEVERANÇA

“Aquele que perseverar até ao fim será salvo”

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – janeiro 2018

A Legião pede um serviço, sem reservas em limites. É tendência muito humana procurar resultados palpáveis e desanimar se não vermos de imediato os frutos do nosso trabalho, longo e aturado. No entanto, os resultados visíveis nem sempre são o sinal distintivo de um trabalho bem sucedido. Tal membro colhe-os logo que lança mãos ao trabalho; outro, porém, apesar da sua tenacidade heroica nada consegue.

Nas obras de apostolado, o dom de si é de tal modo importante, que a Legião se preocupa, sobretudo com o ardor empenhado na realização do trabalho. Não pede aos membros riqueza nem influência, mas uma fé inabalável; não pede génio, mas amor que não desfaleça nunca; não pede força gigantesca, mas aplicação constante. No seu serviço, o legionário deve sempre MANTER-SE, repelindo inflexivelmente qualquer tentação de desânimo. Na hora da crise, mantenha-se firme como a rocha; em qualquer circunstância, seja perseverante. Que aguarde o sucesso, está bem; mas execute o seu trabalho sem atender a esse fator. Lute contra todo o fracasso e não se deixe abater se deparar com ele; não descanse, senão depois de o haver reparado. O legionário não deve fugir ao trabalho e ao sofrimento. É claro que o Senhor não pede a todos o sacrifício da própria vida. Geralmente, o campo de ação será mais modesto, mais pacífico. Mas na sua vida de apóstolo, no exercício do seu trabalho, deparará constantemente com fadigas, ingratidões, troças, injúrias talvez; angústia e enfado por causa das almas que continuarão a perder-se. Suporte tudo isso com calma, persevere até ao fim. Semelhante heroísmo, tenaz e alegre, não equivalerá ao supremo testemunho do amor que é dar a vida por aqueles que se amam? Caro irmão, com Maria, o legionário estará, de pé, junto à cruz dos seus irmãos; não abandonará nunca o posto, a não ser depois de consumado o sacrifício. Que essa mensagem sirva de ânimo para todos os legionários ativos no seu apostolado! Não se esqueçam que o Senhor Jesus disse: “Aquele que perseverar até ao fim será salvo” (Mt 10,22).

SE TIVESSEM VOLTADO AS COSTAS A MARIA, NUNCA TERIAM ACHADO JESUS

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – dezembro 2017
Os Capítulos 39 do Manual da Legião indicam-nos as PRINCIPAIS DIRECTRIZES DO APOSTOLADO LEGIONÁRIO. Ora, a Leitura Espiritual para a Reunião da Regia de Nossa Senhora da Graça deste mês de dezembro é tirada neste capítulo e tem como título – Encontramos sempre o Filho com a Mãe.
Diz o manual: “Foi do agrado divino que o reinado da graça não fosse inaugurado sem Maria, e é vontade de Sua que assim continuem as coisas. Quando Deus preparou S. João Batista para ser aquele que viria antes de Jesus, santificou-o no momento da visita de Maria à sua prima Isabel. Na primeira noite de Natal aquele que fecharam as portas a Santíssima Virgem, a Jesus as fecharam também. Não perceberam que, ao despedir Maria, negavam a entrada ao Messias esperado. Os pastores que, na Noite de Natal, vendo menino Jesus, nos representaram, encontraram o Esperado das Nações com Maria, Sua Mãe. Se tivessem voltado as costas a Maria, nunca teriam achado Jesus. Na Epifania, os gentios foram recebidos por Jesus na pessoa dos três reis Magos, mas estes descobriram o Salvador porque encontraram a Mãe. Se não quisessem aproximar-se dela, não teriam chegado a Jesus.
Não há verdadeiro Cristianismo sem Maria
Para lhe agradecer o dom inestimável, todas as gerações a devem proclamar “bem-aventurada” Excluir do culto cristão aquela que trouxe o Cristianismo `a terra é absolutamente inadmissível. Que pensar, então, de muitas que a depreciam ou desprezam ou desonram do modo mais vil? Teriam eles refletido que todas as graças que recebemos nos vêm através de Maria? Que se tivessem sido excluídos do seu consentimento no momento da Anunciação, não haveria para eles Redenção possível? Nesta suposição, eles estariam fora do alcance do redentor. Por outras palavras, não seriam cristãos de modo algum, embora do alvorecer ao cair do dia gritassem: “Senhor, Senhor” (Mt 7,21). Por outro lado, se, por favor de Deus, são cristãos, participantes da vida sobrenatural, é porque Maria lhes obteve a graça, incluindo-os no seu consentimento. Resumindo, o Batismo que nos torna filhos de Deus, como consequência nos dá Maria por Mãe. A gratidão, por conseguinte, uma gratidão prática para com Maria, deve ser a característica de todo cristão. As nossas ações de graças devem dirigir-se ao Pai e a Maria, porque a redenção é a dádiva amorosa de ambos.
Caros irmãos, estamos prestes a entrar no Novo Ano. A nossa oração de louvor e de ação de graças a Deus por tantos benefícios concedidas às nossas vidas, às nossas famílias, à nossa Igreja bem como a nossa Legião. Tudo é graça! Tudo é dom! Diz S. Paulo. A todos auguramos um Próspero Ano Novo de Harmonia e de Paz! Que seja um Ano fecundo de Apostolado Legionária.

O MÍSTICO LAR DE NAZARÉ

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – novembro 2017

A sua escolha deste tema, mais uma vez, deve-se à preocupação pastoral da nossa diocese sobre a FAMÍLIA. A Igreja apresenta a família de Jesus, Maria e José – SAGRADA FAMÍLIA DE NAZARÉ – como escola modelar da família humana. Esta há muito que se encontra em grave crise. Hoje é comum a ideia de que a família cabo-verdiana está cada vez mais desestruturada. Com efeito, são muitas a chamada família monoparental sendo em maior dos casos a figura do pai e chefe de família não existe, porque o pai é ausente. Uma ausência que não é fruto da emigração, mas sim, de irresponsabilidade. Sabendo da importância da família enquanto célula vital de uma sociedade e sendo ela também chamada “Igreja doméstica”, temos o dever de tudo fazer para salvar a família. O “deixar a casa de seus pais” para constituir a sua família insere-se na lógica vocacional do ser humano. O homem sente-se chamado por Deus para se unir à sua mulher para ambos constituir a “família, comunidade de vida e de amor”. Esta é a vontade de Deus que exige uma responsabilidade. Sendo assim, cada família, fundamentada e estruturada segundo a vontade de Deus, terá de aprender a arte de viver o quotidiano familiar na escola da Sagrada Família de Nazaré. Dirigindo-me agora, a todos os legionários, faço apelo a que cada legionário considere a importância de seu praesidum para a sua vida pessoal e familiar. O Praesidum é a base da Legião. Todos os membros, Ativos e Auxiliares, estão vinculados nele. Constitui a unidade orgânica na qual as principais funções se realizam. É a reunião semanal do paresidum que faz a “Legião”. Com efeito, é indiscutível que a reunião do Praesidium seja primeira obrigação do membro Ativo. O capítulo Místico Lar de Nazaré chama-nos a familiarizar segundo o modelo da Sagrada Família. “O Praesidium pode considerar-se como uma projeção do Lar de Nazaré, não apenas por um simples sentimento de devoção, mas com base na realidade. Nas orações finais rezamos: “Á Vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus…” Então, os legionários, podem entender e rezar mais ou menos assim: Ao Vosso Praesidium recorremos, Santa Mães de Deus… Sim, Praesidium é o lar no qual Nossa Senhora nos abriga, nos forma para o seu Reino, nos envia à batalha. Haveremos de tudo pedir, de tudo fazer, com zelo entusiasta e perseverante, para que nosso Praesidium evolua na graça, santifique de facto. O tempo de santificação é hoje e, é agora, mas o lugar, é o Praesidium. Deve ser claro para os legionários que cada um, oficial ou não, tem a sua cota a dar para o sucesso do Praesidium: é um compromisso com Nossa Senhora. Ela, a Rainha do Céu, a mais agradecida das criaturas nos dará em abundância até as pequenas coisas da vida. Votos de uma boa vivência do advento, ajudando aos outros a prepararem-se bem para festejar a Imaculada Conceição e o Natal do Senhor.

A UM SER HUMANO DE VALOR INFINITO TEMOS QUE DEDICAR INFINITA GENEROSIDADE, PACIÊNCIA E DOÇURA

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – outubro 2017
O capítulo 39 do Manual da Legião de Maria trata das Diretrizes do Apostolado Legionário. Para a Leitura Espiritual da reunião da Regia de Nossa Senhora da Graça deste mês de outubro, foi escolhida o nº 2 do referido capítulo e tem como título – A uma alma de valor infinito há que prodigalizar infinita paciência e doçura. Ora, a severidade, por mais suave que seja, não deve existir no apostolado legionário. O apóstolo legionário para alcançar os resultados esperados, deve possuir algumas qualidades a saber: simpatia, doçura e bondade no trato com as pessoas. Podemos correr o risco de pensarmos que é usando uma repreensão dura para com uma determinada pessoa que ela se converte da sua fraqueza. Podemos estar enganados. Julgamos ter razão nas nossas durezas defendendo o manual e esquecemos do pó de que também fomos feitos. Por conseguinte, não fechemos a flor que desabrocha ao suave calor da doçura e da compreensão que caso contrário se fecha num ambiente frio. Por outro lado, o ar de simpatia que o bom legionário irradia por toda a parte, a prontidão em escutar, em compenetrar-se profundamente do caso concreto que lhe apresentam, são de uma irresistível suavidade, capaz de amolecer ainda o coração mais endurecido e desorientado, e de conseguir, em cinco minutos, o que falharia em um ano inteiro de observações e conselhos. Pessoas de caráter difícil andam sempre cheias de raiva. Irritá-las seria provocar novos pecados e torná-las ainda mais difíceis de se deixarem atingir pela graça. Para ajudar essas pessoas, é necessário conduzi-las com um tratamento respeitoso e tranquilo, o que poderá contribuir para acalmá-las.
Todo legionário devia ter gravadas a fogo em sua alma as palavras que a Igreja põe nos lábios de Maria: “O meu espírito é mais doce que o mel e a minha herança mais suave do que o favo de mel” (Ben Sira 24, 20). Outros podem fazer o bem por métodos mais fortes; o legionário, para levar a termo a obra de Deus, só tem um método – o da bondade e da doçura. O legionário que não usar de bondade e doçura correrá o risco de, em vez de fazer o bem, só faz o mal. Os legionários que se desviam do reino da Mãe de Deus perdem contato com aquela de quem depende o bom êxito da sua missão. E, sem Maria, que esperam eles fazer?
No dia 1 de novembro celebraremos a Solenidade de Todos os Santos. A vocação universal do homem é a santidade. A Legião de Maria quer que os seus membros sejam santos. Por isso, declara. O fim último da Legião de Maria é a santificação dos seus membros, pela oração e pela cooperação ativa na Obra de Maria e da Igreja. Os legionários têm Maria como chefe do seu exército. Maria é medianeira de todas as graças e Rainha dos Apóstolos. Deus fê-la Imaculada e cheia de Graça. Ela é, pois, a Rainha de todos os Santos. Que o Senhor faça santos e que as almas dos fiéis defuntos descansem em paz.

A GRANDIOSA CAMPANHA PELA CAUSA DE DEUS

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – setembro 2017
A Leitura Espiritual da Reunião da Regia de Nossa Senhora da Graça para o mês de setembro é tirada do Manual da Legião de Maria Cap. 12, n. 4, e tem como título – Grandiosa Campanha pela Causa de Deus. Se há tempos atrás era difícil implantar e trabalhar pela causa de Deus, podemos dizer que em tempos pós modernos o desafio se torna maior. Pois hoje a indiferença religiosa vai ganhando espaço na vida das pessoas, onde muitos são os que dizem crer em Deus, mas não querem saber da religião e, sobretudo, assumir um compromisso de fé. As grandes motivações para estas transformações são o individualismo, o intimismo, o materialismo e o que eu posso chamar a busca do vazio. Pois hoje o ser humano busca tantas coisas, mas, menos o que é mais importante e que sentido à vida e a existência humana: Deus. São muitas as forças contrárias, contudo não é tempo de lamentações, mas com clareza dos factos, caminhar com a certeza de que a Legião é formada por almas estritamente unidas à Virgem Maria. Neste sentido o objetivo da nossa Legião é levar Deus e a religião a todo indivíduo. É Maria quem nos guia nesta jornada; ela nos ajuda a perceber que Jesus está presente em cada membro da humanidade e que nós devemos ajudá-la nesta tarefa maternal de cuidar de todos. O que fundamenta este trabalho de vencer a descrença e a desilusão é a entrega a atos simples de amor a Deus, às pessoas e do amor das pessoas ao amor de Deus. Pois em toda parte este amor revela seu poder de ganhar os corações. O manual nos lembra que há um meio de trazer de novo à fé estes milhões de pessoas que se distanciaram. Pois o materialismo professou amar e servir a pessoa, pregando uma mensagem vazia de fraternidade em que muitos acreditaram. Assim o meio de trazê-los à fé, baseia-se na aplicação de um grande princípio que São João Maria Vianney formulava nestes termos: “O mundo pertence a quem mais o ama e melhor lhe testemunhar o seu amor”. Grande é a nossa tarefa, por que demonstrar amor só é possível amando e dizer que tem fé só é possível atuando, agindo. É preciso mostrar que a Igreja nossa Mãe os ama mais do que as outras propostas evasivas. Assim hão-de regressar a fé. Obra de tamanha grandeza só pode ser levada avante por um catolicismo que ame de todo coração a Jesus Cristo, o seu Senhor, e saiba vê-lo e amá-lo em todas as pessoas sem distinção. E para realizá-la com fidelidade podemos nos voltar à nossa Mãe a Virgem Maria e dizer: Guiai-nos ó Mãe amável na realização de tão desafiadora missão que é suscitar a fé pelo amor na vida daqueles que caíram no vazio pelo distanciamento da vivência da fé e da religião.

MARIA É TUDO PARA A LEGIÃO!

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – julho 2017
O Capítulo 5º do Manual Legio Mariae, trata da Espiritualidade da Legião. Para a reflexão nestes meses de Julho/Agosto escolhemos como Leitura Espiritual o Capítulo 5, nºs 2 e 3 do Manual que nos fala da Relação entre Deus e Maria e de MARIA, MEDIANEIRA DE TODAS AS GRAÇAS. No Mês de Agosto a Igreja celebra a Festa da Assumpção de Nossa Senhora ao céu, ou Nossa Senhora da Graça e evidentemente que a nossa reflexão teria que concentrar sobre as tuas temáticas. Deus Todo-Poderoso e omnipresente, isto é, detentor de todo o poder e estando presente em todo o lugar, ocupa o lugar central na história da vida dos homens. Este pode não reconhcê-L’O, fingindo e até auto proclamar-se ateu, mas existência de Deus e o seu lugar na vida dos homens não depende de tal reconhecimento ou não. Por cima de Deus só Deus, o irmão legionário sabe que Deus ocupa e deve ocupar o lugar central na sua vida, mas também sabe que debaixo de Deus a Legião alicerça a sua devoção a Maria, que no dizer do Papa Pio IX, Ela é “maravilha inefável do amor”. Sendo criatura ela é comum a todos os mortais, mas tendo Deus um “projeto especial de salvação da humanidade” e havendo necessidade de uma Mulher para ser Mãe, Deus escolheu-a, predestinou-a e preservou-a de toda a mancha do pecado original para ser MÃE DE SEU FILHO. Missão que Ela soube cumprir fielmente e na íntegra, não só no cuidado que teve com o seu Filho Jesus Cristo, mas também para connosco, isto é, os filhos espirituais gerados a partir da Cruz. A nossa devoção a Maria não é simplesmente um cumprir do dever, mas sim é expressão daquele sentimento profundo que um filho nutre para a sua mãe. Com efeito, a Legião de Maria define-se como movimento que ama a Virgem Maria com a força da sua alma e se esforça por levar a todos os corações este mesmo amor. Daí o orgulho no seu epíteto – LEGIÃO DE MARIA. A base da Legião terá que ser esta confiança ilimitada que um filho tem para com a sua mãe, confiança essa, que a própria mãe se encarregue de implantar nos corações de todos os membros da Legião. Maria é TUDO para a Legião. É Ela quem preside as reuniões, envia os seus legionários para o trabalho, acompanha-os, fala e age por seu intermédio. Por sua vez, cada legionário, através da promessa, se entrega totalmente a Maria. Por isso, um dos principais deveres da Legião será a de manifestar para com Maria esta devoção fervorosa que a distinguirá de todas as outras obras. E por quê? Porque a Legião deseja dar Maria ao mundo como meio inefável de ganhar o mundo para Jesus. Evidentemente, que o legionário que não tenha Maria no coração não pode participar nesta cruzada. Já que, desejamos trabalhar com Maria, o nosso serviço legionário deve ser realizado com o máximo de entusiasmo e perfeição. Como poderíamos nós oferecer a Maria uma piedade medíocre, um trabalho mal organizado, feito a meias? Estamos conscientes que somos colocados nas suas mãos mas jamais deveremos pretender sermos seres inertes. Pelo contrário, coloquemos a Sua disposição, a nossa inteligência, as nossas forças e o nosso coração. Maria por sua vez, juntar-se-á a nós, o seu poder, fazendo com que os nossos humildes trabalhos realizem grandes coisas, operando grandes maravilhas de graça.
Muitas Paróquias nas duas Dioceses celebram a Festa de Nossa Senhora durante o mês de Agosto, sob diferentes títulos, Nossa Senhora do Socorro, Senhora da Graça, Senhora do Monte (Brava) Senhora da Piedade etc. Na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima – Assomada, celebramos a Festa de Nossa Senhora da Graça na Capelania de Chão de Tanque. É o dia da Peregrinação Legionária e Paroquial, com partida da Cidade de Assomada. Festas felizes a Todos e que Maria continue a interceder por nós junto de Seu Filho Jesus!

MENSAGEM DO DIRETOR ESPIRITUAL DA REGIA POR OCASIÃO DA CELEBRAÇÃO DOS 50 ANOS DA FUNDAÇÃO DA LEGIÃO DE MARIA NA GUINÉ-BISSAU

Sua Reverendíssima Senhor Bispo da Diocese de Bissau, D. JOSÉ CÂMNATE NA BISSINGN,
Reverendos Sacerdotes e Párocos, presentes nesta Celebração,
Reverendas Irmãs Religiosas e Religiosos
Reverendos Diretores Espirituais da Legião de Maria nesta Diocese,
Excelentíssimos Irmãos e Oficiais do Comitium Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos e das respetivas Curiae nele filhadas,
Estimados Irmãos legionários,
Estimado Presidente da Regia de Nossa Senhora da Graça, Irmão Juvenal, acompanhado do Irmão João Moniz,
Estimados irmãos e irmãs em Cristo
A nossa saudação fraterna, em nome das Dioceses de Santiago e de Mindelo e de todos os Legionários em Cabo Verde. Estamo-nos gratos pelo vosso convite de juntarmos as nossas vozes às vossas, para com Maria, cantarmos o humilde cântico de louvores a Deus pelo Quinquagésimo Aniversário da fundação e fecundação da Legião de Maria aqui na Guiné-Bissau. Maria foi a humilde Serva do Senhor que aceitou o convite de Deus para ser a Mãe de seu Filho, Jesus. SIM EIS A SERVA DO SENHOR, FAÇA-SE EM MIM SEGUNDO A TUA PALAVRA, respondeu ela, ao anjo Gabriel no momento da anunciação. Tendo ela concebido, primeiro pela fé, depois pelo Espírito Santo, quando chegou a hora de dar à Luz, Ela teve o seu Filho primogénito, envolvendo-O num Pano. Maria, enquanto mãe, esteve sempre presente na Vida de seu Filho, até à morte e morte de Cruz. Da Cruz, Jesus olhando para o discípulo amado, disse à Maria: Mulher, eis aí o teu Filho! E olhando para a Maria, disse ao discípulo: eis a tua Mãe! Sim, junto à Cruz, Maria aceitou ser Mãe dos discípulos de Jesus. Cruz simboliza todas as dificuldades que enfrentamos na vida para testemunhar o grande amor de Deus para connosco. Mas junto à Cruz, com a cruz quotidiano, não estamos só. Maria está junto do discípulo, em qualquer circunstância da Vida, porque o discípulo recebeu-a, na qualidade de Mãe, em sua casa. Ela não é, e jamais será o nosso hóspede! No passado dia 13 de Maio, no Santuário de Fátima, em Portugal, por ocasião da Canonização dos dois Pastorinhos, Francisco e Jacinta, o Santo Padre, o Papa Francisco, proclamou com voz forte: TEMOS MÃE! Esta é a nossa firme convicção de fé, proveniente da Boa Nova, anunciada pela Igreja. Somos seus filhos, Ela é nossa Mãe. Trazemo-la no coração, nos lábios e na vida. Mantenhamos confiantes, pois ela cumprirá sempre a sua missão de Mãe. Nós, com o Terço na mão, com Maria no Coração e nos lábios, testemunhamos a nossa relação filial.
A Legião de Maria é o Movimento Católico de homens e mulheres humildes e simples. Com Maria vivamos na humildade e na simplicidade a nossa fé e o sentido de pertença.
Celebrar o Jubileu da fundação da Legião de Maria aqui, nesta terra convosco, constitui para nós o motivo de alegria, pois viemos testemunhar a celebração festiva da memória de alguém humilde e simples que, naquele feliz dia 28 de Maio de 1967, fez a primeira reunião da Legião, na Paróquia da Senhora da Candelária, – CECÍLIA NUNES, natural do Concelho de Santa Catarina, na Ilha de Santiago de Cabo Verde. Foi neste Concelho que no dia 8 de Dezembro de 1953, se fundou a Legião de Maria pelo Reverendo Padre Luiz Allaz. Hoje, sentimo-nos felizes por que vimos que a semente caiu em boa terra, produziu e continua a produzir bons frutos locais e, se expandiu por vários Países de Acolhimento dos nossos irmãos que procurando melhores condições de vida, guardaram a fé, permaneceram fiéis à sua Legião expandindo-a. Hoje são eles, os grandes colaboradores dos párocos, nos humildes serviços pastorais.
A relação entre a Regia de Nossa Senhora da Graça e a Legião de Maria neste País irmão, é uma graça e é desejável que se mantenha. Prometemos a nossa oração permanente por vós para que Deus voz conceda a sua Paz! Maria, Rainha dos Apóstolos e Senhora da Graça, interceda por nós e nos abençoe! Amén!

A VIRGEM SANTÍSSIMA AMA O ROSÁRIO

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – maio 2017
De há cem anos para cá, a Santíssima Virgem dignou-se visitar-nos várias vezes com aparições maravilhosas. Em cada uma dessas aparições, pediu sempre que rezássemos o rosário. Em Lourdes, por cima do seu vestido branco, não trazia colar algum, nem bracelete, mas somente um grande rosário. Em Fátima, para designar quem era, disse simplesmente: Sou a Senhora do Rosário. Mas há mais. Uma outra vez, Maria queixa-se de que se não reza bastante. E acrescenta: rezai, filhinhos, para que o meu Filho se deixe comover. Ora, que coração recitavam essas crianças? O terço. Melhor do que isso é o facto de que cada uma das aparições principiar com a reza do terço inteiro pelos pequenos videntes. Esta oração preparava-lhes a alma para entrarem em contacto com a Virgem Santíssima. Tornava-a mais presente ainda. Um dia, enquanto rezavam, viram a Santíssima Virgem que aumentava de aspecto, isto é, que se aproximava deles. Em Lourdes, Maria passava entre os dedos as contas do terço, ao mesmo tempo que contemplava Bernardette a orar. De certo, Maria não podia dizer as Avé-Marias, mas acolhia-as com sorriso e recitava com Bernardette Glória ao Pai. Todas estas crianças compreenderam bem esta lição. Durante toda a vida, todos os dias, rezavam o terço; deste modo, pensavam elas, encontravam de novo a Maria e continuavam o encontro que Ela lhes havia concedido outrora. O Rosário foi o seu grande meio de santificação; para Bernardette foi quase o único. É por isso que a Igreja recomenda instantemente às famílias cristãs que rezem o terço à noite, em casa. Pois, através dessa oração, Maria fica presente nessa família, guarda-a e protege-a. É por isso, também, que a Legião quer que todas as reuniões abram com a reza do terço inteiro, para que Maria se torne presente no meio dos seus legionários. Faltar a reza do terço no Praesidium é uma perda irreparável, diz o Manual. A propósito da oração do terço gostaria de apelar a todos os Legionários para distinguirem as Orações do Terço Legionário das outras orações. Mais ainda, convém recordar que a oração do terço na morte de um irmão legionário é diferente da quando se trata de irmão não Legionário. Estamos vivendo a dinâmica do mês de Maio mês de Maria através da Campanha de Oração do terço nas Famílias. É verdade que a Família é uma Igreja Doméstica e quando reza é Igreja que Reza, mas convém não esquecer da Família Paroquial reunida em Oração. Com isto, quero dizer que se durante a Semana a oração é nas famílias, no Domingo deverá ser na Igreja Paroquial. Termino esta partilha com a mensagem do Papa S. Pio X : De todas as orações, a mais bela, a mais agradável a Maria é o Rosário. Amai-o, pois, e rezai-o todos os dias. É este o meu Testamento.

REZAI O TERÇO TODOS OS DIAS!

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – abril 2017
Desta vez, a minha mensagem insere-se no contexto de Maio, considerado como mês de Maria, da Mãe, das Vocações e da comemoração do Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima. Em muitas Paróquias, onde existem legionários ou outros movimentos marianos, cultivam-se uma forte devoção à Virgem Maria através de diversas formas de entre as quais a oração do terço nas famílias, refletindo nos textos bíblicos, isto é, fazendo a unidade entre a Bíblia e a Oração. O Terço é a oração simples (menos formal) do Povo de Deus. Ela é a oração predileta do São João Paulo II. Os Legionários são especialistas desta oração e têm a missão de ensinar os outros a reza-la, especialmente aos mais novos! Neste ano, o Dia da Mãe, comemora-se no 7 de Maio. Data importante para homenagear a mãe e a maternidade, expressando o nosso afeto e carinho. Por isso, *ó Deus, nós te louvamos e pedimos Tua bênção sobre as mães. Nós te agradecemos por aquelas que nos deram à luz com sofrimento e nos amam, ainda mais, pela dor que lhes causamos*! O Mês de Maio, também é dedicado às Vocações na sua tríplice especificidade (Matrimonial, Sacerdotal e Religiosa). Todas estas vocações são necessárias na Sociedade humana e na Igreja. Esta tem a missão de evangelizar e precisa de cuidar de todas elas. A Família humana, enraizada em Deus e estavelmente constituída é o canteiro de todas as vocações. Cuidemos da família e teremos muitas vocações! Que o Senhor cuide da minha e da Tua Família e faça surgir nela muitas e santas vocações! No dia 13 de Maio, em Comunhão com o Santo Padre e os milhares de peregrinos de Fátima, celebraremos a Festa de Nossa Senhora de Fátima e o Centenário das Aparições. Uma alegria para a Igreja que se torna mais rica pelo aumento do número de seus Santos com a Canonização dos Pastorinhos, Jacinta e Francisco Marto. Louvemos o Senhor Nosso Deus que através de Maria continua a visitar o seu Povo! As Aparições são visitações de Deus ao Seu Povo por meio de Maria. Assim, Zacarias, esposo de Isabel, a quando da visita de Maria à Isabel, cheio do Espírito Santo, compreendeu o mistério do nascimento de seu filho João e exclamou *Bendito o Senhor Deus de Israel que visitou e redimiu o seu povo* (cf Lc 1, 68). As aparições de Nossa Senhora em Fátima aos três pastorinhos, humildes crianças, pobres e analfabetas de uma aldeia desconhecida no mapa, são manifestações de ser e agir de Deus. De um Deus sempre atento às situações humanas. Convém não esquecer que as aparições de 13 de Maio, aconteceram em plena Primeira Guerra mundial. Esta teve início no dia 14 de Julho de 1914 e terminou a 11 de Novembro de 1918. Com efeito, Deus, por Maria, visitou novamente o seu povo, com uma mensagem clara: a de Oração e de Conversão. Em todas as seis aparições, Nossa Senhora pediu aos Pastorinhos que rezassem o terço todos os dias, que no dizer da Irmã Lúcia talvez por ser a oração mais acessível ao povo. O Papa Francisco nos diz que a *oração do Rosário é a síntese da história da misericórdia de Deus que nos são propostos em gestos concretos da ação de Deus em nosso favor*. A oração traduzida em gestos de caridade fraterna. Fátima tem sido lugar de Oração e de Conversão. Ali faz-se muitos sacrifícios e penitência. Mas as penitências só valem se levam à conversão do coração. Uma mudança de atitudes. Façamos da nossa Vida uma Oração!

IMITAÇÃO DA HUMILDADE DE MARIA: RAIZ E INSTRUMENTO DA AÇÃO LEGIONÁRIA

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – março 2017

A Reunião da Regia de Nossa Senhora da Graça neste mês de março acontece no dia em que a Igreja celebra a Solenidade da Anunciação do Senhor, isto é no dia 25 do referido mês. Esta festa consiste em fazer memória da visita do Anjo Gabriel à Virgem Maria anunciando-lhe que foi eleita por Deus, para ser a Mãe de seu Filho. Ela acreditando nas palavras do Anjo, disse o seu SIM favorável! – Eis a Escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra – (Lc 1, 38). Maria concebeu, primeiro, pela fé e depois no seio e quando chegou a hora, teve o seu Filho Primogénito (Lc 2, 6-7). A Legião de Maria devido a uma devoção especial à Santíssima Virgem recomenda veemente que «todos os Legionários, no dia 25 de março ou nas proximidades desta data, consagrem individual e coletivamente numa cerimónia que se chama Ácies.» (Manual Cap. 30,1). Ácies significa «um exército em ordem da batalha». Os legionários formam como que um só corpo e renovam a sua Consagração: «Eu sou todo vosso, ó minha Rainha e minha Mãe, e tudo quanto tenho vos pertence». Estejam os legionários predispostos a participarem na festa de Ácies! Nenhum legionário deve faltar. Para Leitura Espiritual, escolhemos o Cap. 6, nº 2 do manual, que nos fala da «Imitação da Humildade de Maria: Raiz e Instrumento da Ação Legionária» com o objetivo de preparar espiritualmente os nossos legionários para a Solenidade de Ácies bem como para a Missão. Maria foi modelo acabado de humildade. Consciente da sua pequenez, pôs totalmente a sua confiança em Deus considerou-se uma «escrava» nas mãos de Deus. Uma dependência total a Deus. Mulher de grande fé, confiança e humildade! Esta virtude ocupa lugar proeminente na Legião e é instrumento indispensável do apostolado legionário. Ninguém foi mais humilde que Maria e por isso mesmo também, ninguém como ela recebeu graças tamanhas e «nem realizou grandes coisas». Com júbilo cantou: «Deus olhou para a humildade da sua serva; derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes». Se o legionário procurar permanecer profundamente ligado à sua Rainha, Ela há-de ajudá-lo que na luta sem tréguas deve travar consigo mesmo, contra o espírito de orgulho e de egoísmo. Ela far-lhe-á compreender até que ponto depende em tudo de Deus. Este sentimento incutir-lhe-á uma predileção especial pelas tarefas mais modestas, cobiçadas por poucos. Maria levá-lo-á a executar prontamente a Vontade de Deus, desde que a tenha reconhecido; tal como ela, que será sempre a Serva do Senhor. Esta humildade há-de levar o legionário a praticá-la também para com a Legião. Aceitará todas as funções com a simplicidade da criança, porque sabe que a disciplina é para ele uma fonte constante de humildade. Finalmente, o trabalho legionário será para ele uma admirável escola de humildade. A sua fé far-lhe-á ver a Pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo em todos aqueles por quem se sacrifica, mesmo que se trate dos pecadores mais obstinados, a escória da sociedade. Sentir-se-á feliz por servir de novo a Jesus em todos esses homens. Essa humildade manifestar-se-á pelo respeito com que os saúda, pela compaixão que alimentará para com eles, pela simpatia que lhes patenteará. O Legionário humilde será de facto o filho da Mãe de Misericórdia; a sua visita será, portanto, uma visita de Maria. Verá, então, como todas as portas, e todos os corações, se abrem ao legionário humilde e respeitoso. Caros irmãos legionários, somos um exército com o pano de Maria na cintura em ordem da batalha! Feliz festa de Ácies a todos!

“UM IDEALISMO FORTE E UMA AÇÃO INTENSA, FRUTOS DA LEGIÃO”

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – fevereiro 2017
O Capítulo 10 do Manual da Legião trata do APOSTOLADO DA LEGIÃO. A Leitura Espiritual da Reunião da Régia de Nossa Senhora da Graça para o mês de fevereiro é tirada desse Cap. 10, nº 6 e tem como subtítulo – UM IDEALISMO FORTRE E UMA ACÇÃO INTENSA, FRUTOS DA LEGIÃO. A cautela em muitas situações pode caracterizar desânimo e apatia. Estes por sua vez, podem ter como grave consequência o não cumprimento da missão, ou até mesmo o desfavorecimento com a verdade. Toda pessoa necessita de ideal e ação para dar um sentido à sua vida. Assim também é na nossa vida eclesial; sem ideal e ação pode-se cair no vazio e no mais profundo comodismo. Se não encontram isso em nós, as pessoas podem procurar em outro lugar o que deveriam encontrar em nossa Igreja, em nossas vidas e nossa missão. Aquele entusiasmo e disposição para seguir e agir com Jesus e por Jesus. Quem tem um ideal mais alto pode arrastar os outros. Nós temos o ideal mais alto de todos que é ou deve ser o nosso encantamento pela pessoa de Jesus. De facto acreditamos nisto? Lutamos por isto? Ou estamos deixando que outros ideais banais e passageiros ocupem a vida e o espaço das pessoas? Mas uma vez chegamos à consciência clara e nítida de quão importante é o nosso apostolado, o nosso trabalho legionário. Duas horas de trabalho podem fazer profundamente a diferença. Trata-se de uma arma poderosa que suscita o maior ideal de todos, que é o ideal por Jesus. Se eximir desta missão, do trabalho legionário, descaracteriza a vida do cristão e a missão da legião. Além do mais a ação mais eficaz da nossa legião está em colaborar com os sacerdotes nesta tarefa de não deixar espaços vazios nas vidas e corações. Que todos possam estar preenchidos por Jesus e pelo ideal do seu seguimento e da disposição em fazer a sua vontade. Em jeito de conclusão diria, é bom lembrar o que diz o manual: “A multidão daqueles que preferem uma vida vulgar passa sem deixar rasto. Pelo contrário, os poucos que correspondem, enérgicos, ao esforço exigido por um ideal mais elevado, permanecerão, transmitindo lentamente o seu ardor a outros.” Portanto avancemos com Maria rumo à vitória da vida que é em seu sentido mais pleno a decisão por Jesus. De estar com Ele, Viver com Ele, caminhar com Ele e fazer por Ele. Vamos iniciar o tempo novo da Quaresma. Tempo da favorável para intensificarmos a vida espiritual através dos meios que a Igreja nos propõe: o jejum, a oração e a esmola. O Papa Francisco convida-nos a escutar e acolher a Palavra de Deus e o outro como um dom precioso de Deus. Aproveito para desejar a todos uma boa vivência quaresmal!

“A VIDA INTERIOR DOS LEGIONÁRIOS”

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – janeiro 2017

O LEGIONÁRIO ACTIVO É TAMBÉM HOMEM DE ORAÇÃO. Maria era pobre. Não tinha ninguém que a auxiliasse no trabalho doméstico. Ela devia cuidar da família. No entanto, ela foi alma de oração. Palavra que melhor resume toda a sua vida é esta: Maria conservava todas estas recordações, meditando-as no seu coração. No decorrer do seu trabalho, Maria vivia na fé, andava na presença de Deus e fazia do seu trabalho uma oração contínua. O apóstolo deve ser homem de oração. Se quer dar Deus aos outros, é preciso possuí-Lo em abundância no seu coração. Depois de ter feito a experiência com o Senhor Ressuscitado, sendo totalmente possuído por Cristo e tendo considerado o passado um lixo, S. Paulo afirma: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gal. 2,20). Como viver a vida em Cristo sem fazer experiência de encontro com Ele? Este encontro faz-se através de uma profunda vida de oração? Os apóstolos entenderam muito bem a necessidade dessa exigência, ao definirem a sua missão nestes termos: “Quanto a nós, permaneceremos assíduos à oração e ao serviço da Palavra“. Neste sentido, Legião define-se como um Movimento mariano e apostólico, colocando a oração no primeiro plano. Com efeito, a reunião começa por uma oração e de acordo com o Manual, o trabalho é uma forma de oração. A própria Legião possui uma classe de membros, a mais numerosa e certamente a mais necessária, consagrada à oração. Refiro-me aos Membros Auxiliares. (É bom não esquecermos deles)! Em relação aos Legionários activos, tais como a todos os cristãos, devem preocupar-se com a sua própria santificação ou perfeição. Esta atinge-se na medida em que os nossos pensamentos, desejos e afectos sejam orientados para o Senhor. Maria é o modelo desta vida, na medida em que avançava na caridade ou no amor. Ela crescia na caridade a vida inteira. Viver na santidade é viver de acordo com a vontade de Deus. A grande questão consiste em descobrir a vontade de Deus? De acorde com Manual da Legião “para descobrir a vontade concreta do Senhor sobre a nossa vida, são sempre indispensáveis a escuta pronta e dócil da Palavra de Deus e da Igreja, oração filial e constante“. Consciente da vocação de todo o homem à santidade, toda a formação espiritual dos legionários a nível do praesidium deverá concorrer para o desenvolvimento da própria santidade. Para isso, pese embora, a orientação espiritual é colectiva, aconselha-se que cada membro tenha um orientador espiritual. Gostaria de exortar a todos os irmãos legionários a cuidarem da sua vida espiritual. Que nas nossas orações encontremos verdadeiramente com o nosso Deus.

“NO LAR DE NAZARÉ, O CRISTÃO APRENDE A ORGANIZAR A VIDA DO SEU LAR”

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – dezembro 2016

Esta é a última reunião da Regia Nossa Senhora da Graça, neste Ano de 2016, e acontece um dia depois de termos celebrado a festa da Sagrada Família de Nazaré. A Leitura Espiritual para essa reunião da Regia é tirada do Manual da Legião Cap.21 que nos fala do “Místico Lar de Nazaré“. A FAMÍLIA DE NAZARÉ – “CUMPRIDAS TODAS AS COISAS segundo a Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. O Menino crescia e fortalecia-se, cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele” (Lc 2, 39-40). O Messias quis começar a sua tarefa redentora no seio de uma família simples, comum, normal. O lar onde nasceu foi a primeira realidade humana que Jesus santificou com a sua presença. Nesse lar, José era o homem prudente colocado por Deus para ser chefe da sua família. Como pai, cabia-lhe a tarefa de trabalhar para sustentar, sua esposa Maria e seu filho Jesus. De seu Pai, Jesus aprendeu o seu ofício, o meio de ganhar a vida e de sua Maria, Jesus aprendeu todas as tarefas domésticas. Maria santifica as coisas mais pequenas, aquelas que muitos consideram erroneamente como intranscendentes e sem valor: o trabalho de cada dia, os pormenores de atenção com as pessoas queridas, as conversas e visitas por motivos de parentesco ou de amizade. Entre José e Maria havia carinho, espírito de serviço e compreensão. Assim é a família de Jesus: sagrada, santa, exemplar, modelo de virtudes humanas, disposta a cumprir com exatidão a vontade de Deus. No lar de Nazaré, o cristão aprende a organizar a vida do seu lar, tornando-o num lugar cuja centralidade é o próprio Deus e o amor é a força dinamizadora entre os membros. É assim o nosso lar? Dedicamos-lhe o tempo e a atenção que merece? Jesus é o centro? Sacrificamo-nos pelos outros? São perguntas que podem ser oportunas na nossa oração, enquanto contemplamos Jesus, Maria e José na festa que a Igreja lhes dedica. NA FAMÍLIA, “os pais devem ser para seus filhos os primeiros educadores da fé, mediante a Palavra e o exemplo”. Isto cumpriu-se de maneira singularíssima no caso da Sagrada Família. Jesus aprendeu de seus pais o significado das coisas que o rodeavam. A Sagrada Família devia recitar com devoção as orações tradicionais que se rezavam em todos os lares israelitas, mas naquela casa tudo o que se referia particularmente a Deus tinha um sentido e um conteúdo novos. Com que prontidão, fervor e recolhimento Jesus devia repetir os versículos da Sagrada Escritura que as crianças hebraicas tinham que aprender! Devia recitar muitas vezes essas orações aprendidas dos lábios de seus pais. Ao meditarem nestas cenas, os pais devem considerar com frequência as palavras do Papa Paulo VI recordadas por João Paulo II: “Vocês ensinam às suas crianças as orações do cristão? Preparam os seus filhos, de comum acordo com os sacerdotes, para os sacramentos da iniciação cristã: Confissão, Comunhão, Confirmação? Acostumam-nos, se estão doentes, a pensar em Cristo que sofre, a invocar a ajuda de Nossa Senhora e dos santos? Recitam o terço em família? Sabem rezar com os seus filhos, com toda a comunidade doméstica, ao menos de vez em quando? O exemplo que derem com a sua retidão de pensamento e de Acão, apoiado em alguma oração em comum, valerá por uma lição de vida, valerá por um ato de culto de mérito singular. Os lares cristãos, se imitarem o da Sagrada Família de Nazaré, serão “lares luminosos e alegres”, porque cada membro da família se esforçará em primeiro lugar por aprimorar o seu relacionamento pessoal com o Senhor e, com espírito de sacrifício, procurará ao mesmo tempo chegar a uma convivência cada dia mais amável com todos os da casa. Amanhã iniciaremos o Novo Ano e Celebrando a Solenidade da Santa Mãe de Deus e rezaremos pela Paz. Na sua Mensagem o Santo Padre, o Papa Francisco apela a todos para a não-violência. Desejamos a todos Próspero Ano Novo e muita Paz!

“EU SOU A IMACULADA CONCEIÇÃO’

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – novembro 2016

No dia 8 de dezembro celebraremos solene e fervorosamente a Imaculada Conceição! Esta mensagem é dirigida a todos os legionários e bem como aqueles que receberão este Boletim, com o objetivo de formar e ajudar a preparar a Festa da Imaculada Conceição. No dia 11 de fevereiro de 1858, em Lourdes, a Virgem Maria apareceu pela primeira vez, à menina Bernardette. No dia 15 de março do mesmo ano, já na 16ª Aparição, a menina perguntou-lhe como se chamava. A bela Senhora, cheia de humildade, acabou por responder: EU SOU A IMACULADA CONCEIÇÃO. Foi este privilégio que preparou a Santíssima Virgem para todos os favores e dignidades que lhe haviam de ser concedidos mais tarde. Deus quis que Maria fosse Imaculada para que pudesse tornar-se a Medianeira de todas as graças. IMACULADA CONCEIÇÃO. No primeiro instante da sua existência, por singular privilégio de Deus, Maria foi isenta do pecado original. No entanto esta graça excecional foi-lhe concedida por Deus em atenção aos méritos de Cristo. A graça que nos é outorgada a nós é uma graça de perdão, que nos faz regressar a um estado de que havíamos perdido. A nossa graça vem DEPOIS do pecado original e dos outros pecados cometidos mais tarde. Com Maria, tudo muito diferente. A Redenção santificou-a por uma graça que lhe adveio ANTES e que a preservou de todos os pecados. Maria foi isenta de todo o pecado. Ela é, portanto, a cheia de graça. A sua alma foi adornada de todas as virtudes. O amor de Deus é o único móbil de todas as suas ações. Ela ultrapassa infinitamente todos os santos. Ela é a Rainha de todos os santos. Maria esmaga a cabeça da serpente infernal. Em momento algum da sua vida, Satanás dominou sobre Ela, como acontece connosco, sempre que sucumbimos à tentação. Satanás não conseguiu nunca fazê-la cair. Por isso, Ela é suficientemente poderosa para o vencer e levar à vitória todos os seus legionários fiéis. Porei inimizades entre ti e a Mulher, disse Deus à serpente, entre a tua descendência e a sua descendência. A Legião aspira, com todas as veras da alma, tornar-se a descendência de Maria, pois nisso reside o penhor da vitória. Quanto mais nos tornamos filhos da Imaculada, tanto maior será a nossa hostilidade com as forças do mal, tanto mais retumbante será a nossa vitória. Ó Maria concebida sem pecado! Rogai por nós e recorremos a Vós.

“AS ALMAS DOS LEGIONÁRIOS DEFUNTOS E SANTIFICAÇÃO DAS NOSSAS ALMAS”

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – outubro 2016

As almas dos Legionários defuntos e Santificação das nossas vidas” é o tema escolhido para partilhar contigo, caro leitor e irmão legionário. Justifica-se pelo facto de que segundo a nossa tradição religiosa, a Igreja celebra no dia 1 de Novembro a Solenidade de Todos os Santos e no dia 2 a Comemoração de todos os fiéis defuntos. Pensar na santificação do homem é antes de mais situá-lo quanto à sua Origem e à finalidade última da sua existência. Falando da sua origem, diz-nos a Sagrada Escritura: “Deus criou o homem à Sua Imagem e Semelhança”. Ser Imagem e Semelhança do seu Criador, significa que o homem traz na sua própria natureza algo da natureza de Deus. O homem participa da natureza divina. Diz o salmista, dirigindo-se a Deus: fizeste o homem quase um ser divino e de honra e glória o coroaste“. Santo Agostinho, diz que nas “coisas há sinais da passagem ou presença de Deus, mas no homem Deus está“. Santo Irineu diz que ” o homem vivo é a glória de Deus“. Deus é fonte de Vida e de Santidade e criou o homem para estar com Ele, para participar da Sua Vida e da Sua santidade. Daí que fora de Deus não há vida e nem santidade. Viver, santificar, só é possível em Deus, e ser santo está ao alcance do homem desde de que ele oriente toda a sua vida, caminhando nos caminhos traçados por Deus. A vocação à santidade é universal e o homem de acordo com a sua opção vocacional, terá que preocupar-se não só com a sua santificação, mas também daqueles que com ele vivem. O homem é um ser inserido, faz parte integrante da sociedade e é nesta sociedade que ele terá que viver e santificar-se. Ora, para que isto aconteça, em primeiro lugar, ele terá que estar pleno de Deus, conhecedor e cumpridor da vontade de Deus. Reconhecer com humildade essa dependência de Deus, aceitando Deus na sua vida, descobrindo através da oração pessoal e comunitária, bem como através do diálogo com os seus conviventes, vivendo na fidelidade a Deus, o homem santificará a sua vida, dando belo testemunho de Deus e através desse contribuirá para a santificação dos outros. Penso que deverá ser nossa preocupação – a própria santificação e a dos nossos irmãos. A vida em Deus não é para ser escondida, mas como Jesus disse é para ser visto pelos homens. Aliás a finalidade do serviço legionário outra coisa não é senão fazer com que o indivíduo se encontre com Deus através de Maria. Assim, Maria é caminho para Deus. O Legionário tem experiência disso!

Novembro é o mês de fazer memória todos os nossos irmãos que já partiram do meio de nós, desde dos familiares, dos amigos, dos membros da comunidade, dos grupos ou dos movimentos, dos conhecidos ou não. Por outras palavras, a Igreja recorda estes filhos que não atingiram a santidade durante a sua vida terrena, mas que aguardam pela misericórdia de Deus, e estão na fase de purificação, tradicionalmente chamada – Purgatório. O Manual da Legião, capítulo 17, diz que «na morte o legionário fica confirmado no seu serviço por toda a eternidade que a Legião conquistou, pois foi ela quem formou a essência e o molde de toda a sua vida espiritual. Cumprindo rigorosamente o seu dever, o legionário contribuiu de que maneira para que a Legião possa reunir no Céu sem perda de nenhum membro e em contrapartida, a Legião ajuda-o a vencer todos perigos e as dificuldades da sua vida». Esta consciência de pertencer a família legionária terá que ser cultivada e fina, de tal modo que cada um se sinta unido na vida e na morte, rezando pelos vivos e pelos mortos. A Legião de Maria é rica nas suas variadíssimas orações devocionais, destaco aqui o Terço. Nas esteiras deve-se rezar não só pelo defunto, mas também pelos familiares que muito sofrem pela morte do ente querido. O Manual da Legião diz que “no mês de novembro cada praesidium mandará celebrar uma missa pelas almas dos legionários falecidos, não só do Praesidium mas de todo o mundo. Assim, sendo, fica evidenciado o sentido da comunhão dentro da família legionária e a responsabilidade de cada membro para que nenhum se perca, quer antes ou depois da morte“. A morte tanto na família como na comunidade é sempre motivo de tristeza, pois trata-se do desaparecimento físico de alguém que amamos, apesar de a esperança cristã nos apontar para a vida plena em Deus na ressurreição final. Verificamos, hoje, na nossa sociedade, talvez, devido a importação de certos costumes (consumo exagerado inclusive, bebidas alcoólicas), a perda do sentido de tristeza comunitária e torna-se cada vez mais difícil suportar o custo que a morte acarreta com tais costumes. A Legião de Maria poderá desempenhar um papel importante na sensibilização e moderação de tais costumes.

Ao terminar, faço votos que todos nós cresçamos na santidade e que os nossos irmãos defuntos mereçam ser recebidos no Céu gozando da felicidade eterna. Pe. Lourenço Faria Rosa.

«PARA A GLÓRIA DA  VIRGEM E PARA O NOSSO CONFORTO, PROCLAMAMOS MARIA SANTÍSSIMA MÃE DA IGREJA»

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – Agosto 2016

Os Oficiais da Regia Nossa Senhora da Graça, motivados pela Festa de Nossa Senhora da Graça no dia 15 de agosto e com o desejo de aprofundarem mais o seu conhecimento, sugeriram uma reflexão sobre o Cap. VIII do Concílio Vaticano II. Este Capítulo trata do tema: A BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA MÃE DE DEUS NO MISTÉRIO DE CRISTO E DA IGREJA. Mas Dada a sua complexidade convido aos legionários a possuírem o Documento CONCÍLIO ECUMÉNICO VATICANO II e façam a devida leitura sobre o preferido tema e quiçá organizarem palestras formativas sobre o mesmo. Porém partilho com o leitor o tema: Maria Mãe da Igreja. A Igreja sempre venerou Maria como sua mãe. Mesmo porque há uma razão lógica: ela é a Mãe de Jesus, cabeça da Igreja e a Igreja é o corpo místico de Cristo, princípio e primogênito de todas as criaturas celestes e terrestres (Ef 1,18). Por isso mesmo, Maria é a mãe de todos os que nasceram pelo Cristo, tornaram-se irmão de Cristo e em Cristo, e são herdeiros de sua graça, sua vida e sua glória. Foi, porém, em pleno Concílio Ecumênico Vaticano II, no dia 21 de novembro de 1964, que o Papa Paulo VI deu solenemente a Maria o título de “Mãe da Igreja”. Os Bispos do mundo inteiro acabavam de assinar a Constituição Dogmática Lumen Gentium, sobre a Igreja, e o Papa acabara de promulgar, em sessão pública, o novo documento, que implantaria os rumos futuros da eclesiologia e da prática pastoral. Os Padres Conciliares inseriram a doutrina mariana, a pessoa de Maria e sua função como co-redentora, no próprio documento sobre a Igreja, ressaltando a Mãe de Jesus como membro, tipo e modelo da Igreja. Maria é vista conexa ao mistério trinitário, em sua dimensão cristológica, pneumatológica (Espírito Santo) e eclesiológica. Logo no início do capítulo VIII da Lumen Gentium, intitulado “A Bem-Aventurada Virgem Maria Mãe de Deus no Mistério de Cristo e da Igreja”, marca-se toda a linha de doutrina: “A Virgem Maria, que na Anunciação do Anjo recebeu o Verbo de Deus no coração e no corpo e trouxe ao mundo a Vida, é reconhecida e honrada como verdadeira Mãe de Deus e do Redentor. Em vista dos méritos de seu Filho, foi redimida de um modo mais sublime e unida a Ele por um vínculo estreito e indissolúvel, é dotada com a missão sublime e a dignidade de ser a Mãe do Filho de Deus, e por isso filha predileta do Pai e sacrário do Espírito Santo. Por esse dom de graça exímia supera de muito todas as outras criaturas celestes e terrestres. Mas, ao mesmo tempo, está unida, na estirpe de Adão, com todos os homens a serem salvos. Mais ainda: é verdadeiramente a mãe dos membros (de Cristo), porque cooperou pela caridade para que, na Igreja, nascessem os fiéis que são membros desta Cabeça. Por causa disso, é saudada também como membro supereminente e de todo singular da Igreja, como seu tipo e modelo excelente na fé e caridade. E a Igreja Católica, instruída pelo Espírito Santo, honra-a com afeto de piedade filial como mãe amantíssima” (n. 53). Portanto, Concílio Ecumênico apresentou síntese tão vasta da doutrina católica acerca do lugar que Maria Santíssima ocupa no mistério de Cristo e da Igreja. O Papa Paulo VI afirmou que queria consagrar à Virgem Mãe um título que sintetizasse o lugar privilegiado de Maria na Igreja. E declarou: “Para a glória da Virgem e para o nosso conforto, proclamamos Maria Santíssima Mãe da Igreja, isto é, de todo o povo de Deus, tanto dos fiéis quanto dos pastores, que a chamam de Mãe amorosíssima. E queremos que, com este título suavíssimo, seja a Virgem doravante ainda mais honrada e invocada por todo o povo cristão”. Na verdade, Maria ocupa um lugar especial na nossa casa, na vida Pessoal e Familiar. Como Mãe está sempre presente quer nos momentos de alegria quer nos de tristeza. Mas é sobretudo nos momentos de sofrimento que ela se faz sentir como Mãe das dores sofrendo com os seus filhos espalhados pelo mundo. A nossa veneração e admiração por Ela se expressam de várias formas (hinos, cânticos, procissões e romarias) muitas vezes incompreensíveis por muitos! Que haja uma coerência entre a vida de fé e suas expressões!

«MARIA NÃO É SUFICIENTEMENTE CONHECIDA E AMANA»

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – Julho 2016

A Leitura Espiritual da Reunião da Regia para este mês de Julho é tirada do Manual «Legio Mariae» Cap. 5, nºs 6 e 7, tendo como títulos «Oh! Se Maria fosse conhecida» e «Levar Maria ao Mundo» respetivamente. Convém recordar a todos os legionários de que todo o Capítulo 6 trata do SERVIÇO LEGIONÁRIO. Todos sabemos da existência da indiferença religiosa e isto já é um facto nalgumas das nossas localidades devido à frequência sistemáticas das seitas que com as suas doutrinas semeiam confusão na cabeça de muitos dos nossos irmãos incautos. E estes dizem já não vou nem a uma nem a outra! E paulatinamente vão caindo no verdeiro sentido da indiferença religiosa e se calhar até no ateísmo. Temos o dever de encontrar um caminho para este mal. Segundo o Padre Faber citando o Prefácio de «A Verdadeira Devoção a Maria» da autoria de S. Luís de Maria de Monfort, isto acontece porque «Maria não é suficientemente conhecida e amada». Este desconhecimento traz grave prejuízo para as almas porque a devoção que se consagra é escassa, magra e pobre. Consequente Jesus não é amado, não haverá conversão dos hereges e a Igreja é exaltada! Jesus é pouco conhecido porque Maria não é colocada no segundo plano. Milhares de almas perecem porque Maria é lhes recusada. Dar Maria a conhecer, isto é levá-la ao Mundo terá que ser o primeiro dever de cada irmão legionário. Voltando ao assunto da devoção devo dizer se devoção a Maria realiza tais prodígios de conversão, conhecimento de Maria e de Jesus, a nossa preocupação deve consistir em tornar fecundo, semelhante instrumento; numa palavra, deve consistir em levar Maria ao mundo. Como conseguir isto com mais eficiência, senão por uma organização de apostolado? Uma organização leiga e, portanto ilimitada, quanto ao número dos seus membros; uma organização ativa, podendo por isso penetrar em toda parte, uma organização que ama Maria, com todas as suas forças e que se compromete a infundir esse amor em todos os corações, utilizando para isso todos os meios de ação. Assim, usando o nome de Maria, com valor indizível, baseada numa confiança ilimitada e filial na sua Rainha, tornada mais sólida e firme pelo enraizamento profundo no coração de cada um, constituída por membros que trabalham em perfeita harmonia de lealdade e disciplina – a Legião de Maria não considera presunção, antes confiança legítima, o pensar que o seu sistema forma um poderoso mecanismo que, para envolver o mundo, exige apenas ser acionado pela mão da Autoridade. Maria se dignará então empregá-la como instrumento, para realizar nas almas, a sua obra material e levar avante a sua perpétua missão de esmagar a cabeça da serpente. Desejo a toda continuação de um fecundo apostolado sobretudo no trabalho semanal e na Jornada Apostólica conforma a instrução do Manual!

A VERDADEIRA DEVOCAO LEGIONÁRIA À VIRGEM SANTÍSSIMA

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – Maio 2016

A Leitura Espiritual para a reunião da Régia de Nossa Sra. da Graça neste mês de Maio, é tirada do Manual da Legião Cap. 6, nº 5 cujo tema é: «Os Legionários devem praticar a verdadeira devoção à Santíssima Virgem, segundo Luís Maria de Monfort». Tendo como objetivo ajudar os seus membros a viver em união com Maria, a Legião aconselha-os vivamente a praticar a «Verdadeira Devoção» isto é, a «Escravidão de Jesus em Maria» que S. Luís Maria de Monforte nos ensina. A Legião não pode pretender de modo algum fazer deste conselho um preceito. Pois, trata-se de graça pessoal, que exige o compromisso voluntário de cada um. A Legião propõem-na como ideal a que pelo menos, devem tender. Mas afinal, em que consiste a verdadeira devoção a Maria? Em primeiro lugar, trata-se de um contrato formal, mediante o qual alguém se entrega inteiramente a Jesus por Maria, com todos os seus pensamentos, ações, bens espirituais e temporais; nada reserva para si. O doador coloca-se sempre em estado de escravo que nada possui de si próprio. Tudo é graça, diz S. Paulo. Depende totalmente de Maria, coloca-se inteiramente à sua disposição. Este contrato constitui grande sacrifício, oferecido a Deus, com Maria por altar. Este sacrifício prolonga o de Jesus, iniciado no seio de Maria, confirmado publicamente nos braços erguidos da virgem, no dia da Apresentação e acabado no Calvário sobre a Cruz do Coração de Maria. Esta «Verdadeira Devoção» começa, portanto, por um ato de consagração, mas é sobretudo um estado, que deve durar sempre. Não é fruto é e nem deverá ser de fervor sensível, mas de vontade firme de conformar com ele a vida, reconhecendo a total dependência em relação a Maria. Esta consagração é um passo importante. Não se deve fazer levianamente, sem o conselho do confessor, pois compromete toda a vida. Antes de se decidir a fazê-lo, deveria o legionário começar por meditar o pequeno livro de S. Luís Maria Monforte sobre a Verdadeira Devoção. Depois fará um retiro preparatório como pede o Santo. Mas que tesouro de graças não encerra esta consagração para aquele que a viver a fundo! Gostaria de terminar com este pedido a S. Luís Maria Monforte para todos os legionários: Ó S. Luís, protetor da Legião, ensinai-nos a dar-nos a Maria, como vós! Ámen.

MARIA NA VIDA DOS CRISTÃOS

Mensagem do Director Espiritual da Regia – Abril 2016

Quando para-se para refletir sobre o significado da palavra MARIA na vida dos cristãos, por diversas formas pode-se entendê-la: seja como a Mãe do Deus feito Homem – Jesus Cristo-, Mãe da Igreja ou ainda na mãe por adoção filial dos batizados em Cristo Jesus.

Maria a Mãe de Deus. Em Lc 1, 41-42, lê-se: ” Aconteceu que, mal Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança saltou em seu ventre; e Isabel, cheia do Espírito Santo, exclamou em voz alta: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! “ Pergunta-se por que é que Isabel saudou Maria com tanto entusiasmo? É que o Espírito lhe abriu a mente para captar o mistério que Maria escondia, mistério que a faz efetivamente a mais bendita entre todas as mulheres da terra. Por um momento na história Maria é o centro do desígnio de Deus. Por ela passam e se cruzam todos os caminhos. Com efeito, nela se encontram as duas Pessoas divinas que foram enviadas pelo Pai, o Filho e o Espírito. Primeiro o Espírito. Este desce sobre ela e arma nela a sua tenda, quer dizer, mora definitivamente em Maria. É o que o texto de Lc 1,35 deixa em luz cristalina. Estabelece-se uma relação única entre o Espírito e Maria. Ela é assumida pelo Espírito de forma tão radical que ela é elevada à altura do Divino. Por esta razão Lucas diz: “por causa disso, o Santo gerado será chamado Filho de Deus” (1,35). O Filho de Deus só pode provir de alguém feito Deus. Maria, portanto, é o templo vivo do Espírito. Esse Espírito em Maria faz com que dela nasça o Filho de Deus encarnado. Maria empresta a sua carne. O Espírito vai gestando a santa humanidade de Deus a partir de Maria. Num momento preciso da história, quando ela diz ao anjo Sim, se fazem presente nela o Espírito que nela mora e o Filho eterno que começa a crescer como o seu filho. Dignidade maior não existe. Por isso Isabel tem razão em seu júbilo: Maria é bendita entre todas as mulheres do universo. Qual o papel de Maria Santíssima na história da salvação? O próprio Cristo quando na cruz a colocou como colaboradora íntima da obra salvadora por ele vivificada na cruz, em Jo 19, 26-27 tem-se: “Vendo a mãe e, perto dela o discípulo a quem amava, Jesus disse para a mãe: “Mulher, aí está o teu filho”. Depois disse para o discípulo: “Aí está a tua mãe”. Ela sempre vivia em união com seu Filho, acompanhava-o passo a passo, associando-se a Ele, amando sempre aqueles que Ele amava. Em Jo 2,5 está explicitado todo o serviço que Maria presta aos homens e que consiste em abri-los ao Evangelho de Cristo e convidá-los a obedecer-lhe: “Fazei tudo o que ele vos disser”. “Deus se fez carne por meio de Maria, começou a fazer parte de um povo, constituiu centro da história. Maria é o ponto de união entre o céu e a terra. Sem Maria desencarna-se o Evangelho, desfigura-se e transforma-se em ideologia, em racionalismo espiritualista.“ Ou seja em alegoria. (Cf. Puebla 301). Maria a Mãe da Igreja e nossa Mãe: Ora se a Igreja é o Corpo místico de Cristo, e Maria é colaboradora íntima da obra salvadora de seu Filho, sendo a coredentora, pode-se então indagar por que Ela é também chamada de Mãe da Igreja? A Igreja, instruída pelo Espirito Santo venera Maria, a Mãe muito amada, e foi nesta fé que através de Paulo VI proclamou-se Maria a Mãe da Igreja. Ela que já era sem sombra de dúvidas a Mãe de Deus, Mãe de Cristo, quando o Espírito Santo a cobriu com sua sombra, seria também a Mãe da Igreja, porque é Mãe de Cristo, cabeça do corpo místico da Igreja. Pode-se ainda dizer, que é Mãe da Igreja porque no momento que a Igreja nasceu do coração de Cristo, ela colaborou com o seu amor, sofreu e se sacrificou com o seu Filho para a redenção do mundo. A Igreja gerando sempre sua obra evangelizadora através de novos filhos batizados em nome da trindade, que pela conversão aceita o Evangelho de Jesus Cristo, passa a ter um significado de transformação e renovação para uma vida nova. Torna-se pois, a Igreja, um outro Cristo no verdadeiro renascer para uma nova vida, onde nesse parto Maria é a grande Mãe da Igreja e dos novos filhos – os cristãos pelo batismo. Maria, mesmo estando na glória do Pai, age na terra, pois o seu coração de mãe é tão grande quanto o mundo e intercede sem cessar pelos povos junto a seu Filho Jesus. A Igreja hoje no seu renovar espiritual do povo de Deus, deve ter em Maria – o Evangelho encarnado, seja pelo modelo ideal da ternura do seu coração de Mãe, seja pelo acompanhamento e proteção que Ela se permite, para que Igreja tenha um novo caminho de peregrinação rumo ao Pai. Por tudo isso é que os cristãos devem após refletir a sua Igreja, na sua origem, na sua missão e no seu destino, voltar o olhar para Maria a fim de contemplar nela o que é a Igreja e o seu mistério, na “sua peregrinação da fé”, e o que ela será na pátria celeste ao termo final de sua caminhada, onde a espera, “na glória da Santíssima e indizível Trindade”, “na comunhão de todos os santos”, aquela que a Igreja deve venerar como a Mãe do seu Senhor e como que a sua própria Mãe. “Assim como no céu, onde já está glorificada em corpo e alma, a Mãe de Deus representa e inaugura a Igreja na sua consumação no século futuro, da mesma forma nesta terra, enquanto aguardamos a vinda do Dia do Senhor, Ela brilha como sinal da esperança segura e consolação diante do Povo de Deus em peregrinação.” (Lumem gentium 68)”.

MARIA É O CORAÇÃO DO CORPO MÍSTICO

Mensagem do Director Espiritual da Regia – Março 2016

MARIA E O CORPO MÍSTICO é o tema da reflexão para a reunião da Regia de Nossa Senhora da Graça, neste mês de Março, tirado no Manual da Legião Cap. 9, nº 2. O Espírito Santo é como que a alma de Cristo Total. Ele é o Espírito de Jesus, sempre unido indissoluvelmente a Maria sua Esposa, animando cada um dos membros desse Corpo Místico. Qual será, então, o lugar da Virgem em Cristo Total, Cabeça e membros? Maria é Mãe de Jesus e de todos os homens. Ora, numa família, a mãe é que une os filhos uns aos outros. Nós, «membros uns dos outros», estaremos unidos quando nos encontrarmos envolvidos pela nossa mãe; as nossas relações mais íntimas efetuar-se-ão por seu intermédio. Maria é também Medianeira, por quem passam todas as intercessões e graças. S. Bernardo comparou-a ao Pescoço, que une a Cabeça e ao resto do Corpo. Mas esta comparação não é perfeita, porque o pescoço é simplesmente um canal de ligação. Maria é muito mais do que isso. No Corpo Místico, ela ocupa posição muito singular, a mais digna, depois de Cristo. De coração totalmente dilacerado, associou-se intimamente à Morte de seu Filho na Cruz. Qual será, pois, o seu lugar no Corpo Místico? Maria é o Coração do Corpo Místico. É uma espécie de reservatório imenso de vida, que recebe em si as riquezas de Cristo, para as distribuir, depois, por todo o organismo. O papel dos legionários no Corpo Místico é guiar, consolar, esclarecer os outros. Trata-se de uma função maternal. Não se encontram, portanto, afastados do Coração desse Corpo, que faz circular o sangue de Cristo nos seus membros para lhes levar a vida e o crescimento. O seu papel é muito semelhante ao de Maria. Devem, pois, unir-se a ela. Na realidade, não são os legionários que pedem a Maria o seu auxílio para melhor servirem o Corpo de Cristo, isto é, a Igreja. Maria é quem reclama o seu concurso. Os legionários são como que a voz, as mãos, o coração de Maria, que vem servir e salvar os homens aos quais quer trazer Cristo. Ninguém pode pretender servir o próximo, sem se fazer acompanhar da Virgem. Quanto mais estreita e viva for a união dos legionários com Maria, melhor realizarão o mandamento divino do amor de Deus e do serviço ao próximo.

Esta reunião acontece no Sábado Santo, dia em que toda a Igreja se encontra em profundo recolhimento e reflexão sobre o Mistério da Morte do senhor Jesus. Amanhã será a Pascoa do Senhor, e cantaremos aleluias de Festas porque o Senhor Ressuscitou! Páscoa Feliz a todos!

NÃO BASTA ACREDITAR EM CRISTO, É PRECISO TAMBÉM SOFRER POR ELE

Mensagem do Director Espiritual da Regia – Fevereiro 2016

A Leitura Espiritual da Reunião da Regia Nossa Senhora da Graça, para este mês de Fevereiro é tirada do Manual Cap. 9, n.º 3, cujo tema é o Sofrimento no Corpo Místico. Estamos na Quaresma! Tempo de reflexão e de conversão. E com ela surgem algumas dúvidas sobre a nossa vida, o que nos rodeia. E a cruz vem a nossa cabeça. A tribulação e o sofrimento batem-nos a porta. Mesmo no meio dos nossos trabalhos legionários, as dificuldades vem atrasar, ou até desfazer, os nossos melhores projetos. As tribulações parecem que contrariam e cortam o curso da nossa existência. Mas na realidade, favorecem o nosso aperfeiçoamento. A Sagrada Escritura no-lo atesta: «Não basta acreditar em Cristo, é preciso também sofrer por Ele (Fil 1, 29). Se morrermos com Cristo, viveremos também com Ele. Se se perseverarmos na provação, reinaremos com Ele» (2Tim 2, 11-12). Esquecemo-nos de que somos membros de Cristo, não somente de Cristo glorioso ou mesmo de Cristo operário de Nazaré. É inútil e indigno tentar acolher o Rei da Gloria se repelimos o Homem das dores, porque os dois são apenas um mesmo Cristo. Aquele que não quiser acompanhar o Cristo doloroso, não terá parte na sua missão junto das almas. O discípulo não é maior que o Mestre. Por onde Cristo passou, Ele, Cabeça do Corpo Místico, por aí devemos passar nos também, se quisermos ser verdadeiramente seus membros. Isto Porquê? Jesus resgatou todos os homens; a sua Paixão mereceu-lhes todas as graças de que tinham necessidade. Estará completa a Paixão de Cristo? Diz Santo Agostinho: “Jesus Cristo sofreu tudo quanto tinha de sofrer, nada faltou para fazer transbordar a medida dos Seus padecimentos. No entanto, a Sua Paixão não terminou ainda. Terminou, sim, no que se refere à Cabeça, mas continua nos membros do Seu Corpo. Com muita razão, pois, Nosso Senhor, qua ainda sofre no Seu Corpo, deseja ver-nos tomar parte no seu sacrifício redentor. Exige-o a nossa união com Ele: porque, se somos o Corpo de Cristo e membros uns dos outros, tudo quanto sofra a Cabeça, os membros também deveriam sofrer em solidariedade com ela”. S. Paulo foi cumulado de privações de toda a espécie. O seu apostolado foi contrariado de mil maneiras. Morreu mártir. Ele mesmo dá o motivo de todos os sofrimentos, nestas palavras: «Neste momento, encontro a minha alegria nos sofrimentos que por vós suporto; completo na minha carne o que falta a Paixão de Cristo, em beneficio do Seu Corpo que e a Igreja (1ª Cor. 1, 24). Se os membros têm a necessidade da Cabeça para d’Ela receberem a vida, a Cabeça, por seu lado, necessita dos membros para acabar a sua obra. É como se Jesus nos dissesse: Tenho necessidade do teu auxílio, na minha obra de redenção e santificação das almas. Cada membro do Corpo Místico deve trabalhar na Obra de Cristo, a sua própria santificação e a salvação dos irmãos. E esta obra só pela cruz se pode realizar. A missão dos legionários é se colocar no íntimo, dividir o sofrimento daqueles que sofrem. Com isso também somos levados a conhecer esse problema. Ninguém pode fugir dessa Cruz. Tentamos desviá-la de nossas vidas, tentar tirar esse grande peso de nossa vida. Mas na maior parte não conseguimos. Boa vivência quaresmal a todos na Escuta atenta da Palavra de Deus, na Oração e na Caridade!

AS CONDIÇÕES DE ADMISSÃO NA LEGIÃO DE MARIA

Mensagem do Presidente da Regia – Janeiro 2016

Caríssimos irmãos em Cristo Misericordioso. Antes de mais queremos agradecer a Deus, por todos os esforços e dedicação durante o ano 2015, a fim de permitir que continuássemos nesta mesma linha no novo ano que acaba de iniciar. Realçamos o zelo e dinamismo dos oficiais e de todos os outros membros na luta para enfrentar e ultrapassar as dificuldades. Obstáculos que com a força do Espírito Santo e a proteção de Maria Santíssima sempre foram, são e serão vencidos. Sejam bem-vindos ao 2016, mais um ano de missão, partilhando sempre a alegria de viver o Evangelho de Nosso Senhor Jesus.

Na nossa primeira reunião do ano, com o objetivo de revitalizar a Legião de Maria, propomos a reflexão do capítulo 13, página 80 do manual, sobre as condições de admissão.

A Legião de Maria é um Movimento da Igreja Católica. Só pode ser legionário quem pratica com fidelidade a religião católica. Um católico é sacramentado porque é batizado e vive continuamente os sacramentos da Igreja.

Fidelidade significa lealdade, sinceridade, honestidade, retidão. Estas são qualidades importantes e exigidas a uma pessoa para entrar na Legião de Maria. Portanto o legionário tem que ser pessoa honesta, sincera, leal, em tudo que pensa, diz e faz. Não basta ser leal apenas nas situações religiosas e no exercício das atividades legionárias. A personalidade legionária é contínua, na Igreja, no trabalho, no lazer e em todo o momento da nossa vida, devemos estar sempre testemunhando a presença de Deus em nós.

Para além de ser um bom católico, o manual aponta ainda mais duas exigências: estar cheio de vontade de exercer o apostolado na Igreja, como membro da Legião de Maria e estar decidido a cumprir todas as obrigações impostas aos membros da organização.

Quem entra na Legião deve saber que o principal propósito é rezar e trabalhar. Por isso, uma grande parte da reunião legionária é ocupada com a oração e a outra é dedicada a formação, planificação e envio para a realização de um serviço apostólico bem definido. Os legionários são chamados a se constituíram em Legião para servir na guerra, perpetuamente travada pela Igreja contra o mal que existe no mundo. O único benefício que recebe é a proteção de Maria Santíssima e a graça divina.

A Legião de Maria tem as suas normas e antes mesmos de serem conhecidas os candidatos à Legião devem estar decididos a cumpri-las. Ninguém deve entrar na Legião com o propósito de mudar os seus princípios estatutários, mas sim de os cumprir fielmente. Como podemos ver na página 167, capítulo 28, n.º 5, ponto 1 do manual, somente o Concilium Legionis Mariae pertence o direito de criar novos regulamentos, alterar ou interpretar os estabelecidos.

Ninguém é legionário se o seu nome não constar na lista de membros de um praesidium e para isso, é necessário que seja admitido pelo Presidente do Praesidium, que antes deve certificar, através de uma observação cuidadosa, de que o candidato satisfaz as condições exigidas. Esta exigência é para todos os legionários, independentemente de tipo de membro, ou seja, se é ativo, auxiliar, pretoriano ou adjutor. O manual chama atenção de que as pessoas com menos de 18 anos só podem ser admitidas nos praesidia juvenis. Ao entrar na Legião deve ser entregue ao candidato um exemplar da Tessera para as orações legionárias e passar por um período de três meses de experiência, apesar de poder participar plenamente nos trabalhos da Legião. Só depois de aprovação poderá fazer a promessa legionária e a inscrição do nome na lista dos membros do Praesidium.

Nós somos os colaboradores de Maria que é a tesoureira, sendo Jesus Cristo o tesouro. Somos chamados a colaborar com os sacerdotes na distribuição dos tesouros do Céu à humanidade. Por isso, antes de qualquer ação, os legionários devem encher-se de graça e dos dons espirituais e só depois sair em missão. Quem não se alimenta do Corpo e Sangue de Cristo, não pode ser legionário porque não possui o Tesouro do Céu para distribuir.

SAGRADA FAMÍLIA DE NAZARÉ

SANTA, EXEMPLAR E MODELO DE VIRTUDES HUMANAS

Mensagem do Director Espiritual da Regia – Dezembro 2015

Esta é a última reunião da Regia Nossa Senhora da Graça, neste Ano de 2015, e acontece na véspera da festa da Sagrada Família de Nazaré. Daí que a Leitura Espiritual é tirada do Manual da Legião Cap.21 que nos fala do “Místico Lar de Nazaré“. A FAMÍLIA DE NAZARÉ – “CUMPRIDAS TODAS AS COISAS segundo a Lei do Senhor, voltaram para a Galiléia, para a sua cidade de Nazaré. O Menino crescia e fortalecia-se, cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele” (Lc 2, 39-40). O Messias quis começar a sua tarefa redentora no seio de uma família simples, normal. O lar onde nasceu foi a primeira realidade humana que Jesus santificou com a sua presença. Nesse lar, José era o chefe de família. Como pai, era a ele que cabia sustentar Jesus e Maria com o seu trabalho. Dele Jesus aprendeu o seu ofício, o meio de ganhar a vida. De Maria, Jesus aprendeu todas as tarefas domésticas. Maria santifica as coisas mais pequenas, aquelas que muitos consideram erroneamente como intranscendentes e sem valor: o trabalho de cada dia, os pormenores de atenção com as pessoas queridas, as conversas e visitas por motivos de parentesco ou de amizade. Entre José e Maria havia carinho santo, espírito de serviço e compreensão. Assim é a família de Jesus: sagrada, santa, exemplar, modelo de virtudes humanas, disposta a cumprir com exactidão a vontade de Deus. O lar cristão deve ser imitação do de Nazaré: um lugar onde Deus caiba plenamente e possa estar no centro do amor entre todos. É assim o nosso lar? Dedicamos-lhe o tempo e a atenção que merece? Jesus é o centro? Sacrificamo-nos pelos outros? São perguntas que podem ser oportunas na nossa oração, enquanto contemplamos Jesus, Maria e José na festa que a Igreja lhes dedica. NA FAMÍLIA, “os pais devem ser para seus filhos os primeiros educadores da fé, mediante a Palavra e o exemplo”. Isto cumpriu-se de maneira singularíssima no caso da Sagrada Família. Jesus aprendeu de seus pais o significado das coisas que o rodeavam. A Sagrada Família devia recitar com devoção as orações tradicionais que se rezavam em todos os lares israelitas, mas naquela casa tudo o que se referia particularmente a Deus tinha um sentido e um conteúdo novos. Com que prontidão, fervor e recolhimento Jesus devia repetir os versículos da Sagrada Escritura que as crianças hebraicas tinham que aprender! Devia recitar muitas vezes essas orações aprendidas dos lábios de seus pais. Ao meditarem nestas cenas, os pais devem considerar com frequência as palavras do Papa Paulo VI recordadas por João Paulo II: “Vocês ensinam às suas crianças as orações do cristão? Preparam os seus filhos, de comum acordo com os sacerdotes, para os sacramentos da primeira idade: Confissão, Comunhão, Confirmação? Acostumam-nos, se estão doentes, a pensar em Cristo que sofre, a invocar a ajuda de Nossa Senhora e dos santos? Recitam o terço em família? Sabem rezar com os seus filhos, com toda a comunidade doméstica, ao menos de vez em quando? O exemplo que derem com a sua rectidão de pensamento e de acção, apoiado em alguma oração em comum, valerá por uma lição de vida, valerá por um ato de culto de mérito singular. Os lares cristãos, se imitarem o da Sagrada Família de Nazaré, serão “lares luminosos e alegres”, porque cada membro da família se esforçará em primeiro lugar por aprimorar o seu relacionamento pessoal com o Senhor e, com espírito de sacrifício, procurará ao mesmo tempo chegar a uma convivência cada dia mais amável com todos os da casa. Nesta quadra festiva, desejo a todos Feliz Natal e Próspero Ano Novo e que em cada Rosto se espelhe a Misericórdia de Deus!

MARIA, MÃE DA DIVINA MISERICÓRDIA

Mensagem do Director Espiritual da Regia – Novembro 2015

Foi no dia 13 de Março de 2015 na vigília do IV Domingo de Quaresma que o Papa Francisco anunciou o Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Este Ano Santo terá início 8 de Dezembro 2015, dia que celebraremos a Solenidade da Imaculada Conceição. Nesse dia estaremos em comunhão com o Santo Padre, Pastor da Igreja Universal, com as nossas orações, acompanhando-O, através da Canção Nova, a abrir a Porta Santa do jubileu. Na Bula “Vultus Misericordiae” (Rosto da Misericórdia),n 3, o Santo Padre disse que “há momentos em que somos chamados a fixar o olhar na misericórdia, para nos tornarmos nós mesmos sinal eficaz do agir do Pai“. Com efeito somos todos convocados a contemplar intensamente o rosto da Misericórdia do Pai. Esse rosto de Jesus ensanguentado e crucificado por cada um de nós. Além do significado histórico do dia 8 de Dezembro de 2015, o cinquentenário da conclusão do Concílio Ecuménico Vaticano II, há também o significado teológico da Solenidade que se celebramos – a Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria. Desde os primórdios da nossa história humana, Deus agiu com misericórdia em nosso favor. Diz o Santo Padre, depois do pecado de Adão e Eva, Deus não quis deixar a humanidade abandonada, sozinha à mercê do mal. Por isso, pensou e quis Maria santa e imaculada no amor (cf. Ef 1,4), para que se tornasse a Mãe do redentor do homem. Perante a gravidade do pecado, Deus responde com a Plenitude do perdão. A misericórdia será sempre maior do que qualquer pecado, e ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que perdoa. A Porta Santa que o Santo Padre abrirá no dia 8 é a Porta da Misericórdia, onde qualquer pessoa que entre poderá experimentar o amor de Deus que consola, perdoa e dá esperança. Maria, é Mãe da Misericórdia. Tal título, justifica-se pelo facto de Maria ser é a mulher que experimentou de modo único a misericórdia de Deus – que a envolveu de modo particular desde a sua Imaculada Conceição, passando pela Anunciação, como discípula fiel do seu Filho, até o grande momento da Sua Páscoa (paixão, morte, ressurreição, glorificação e Pentecostes).Ela é “cheia de graça”, ou seja, totalmente transformada pela benevolência divina (cf. Ef 1,6). Maria é a mãe que gerou a misericórdia divina encarnada – graça extraordinária que coloca a jovem Maria, a partir da Encarnação do Filho de Deus, numa relação inimaginável de intimidade com o próprio “Pai das misericórdias” (2Cor 1,3). A partir do seu “eis-me aqui” e o seu “faça-se”, a misericórdia divina se faz carne e entra na história!

No dia 13 de Dezembro às 18h00, na Igreja Pró-Catedral (Paroquial) de Nossa Senhora da Graça, o nosso Cardeal D. Arlindo fará abertura da Porta Santa e será o inicio do Jubileu do Ano Santo da Misericórdia e todos estamos convidados a participar e a beneficiar da Indulgencia plenária do Ano Jubilar. Durante o Ano Jubilar promoveremos a oração do Terço da Misericórdia nas famílias.

A LEGIÃO DE MARIA QUER QUE OS SEUS MEMBROS SEJAM SANTOS

Mensagem do Director Espiritual da Regia – Outubro 2015

Esta mensagem espiritual está a ser feita na última semana do mês de Outubro, rico em Oração do Rosário e Missão, visto que todos os legionários nas suas paróquias foram chamados a intensificar a oração do Terço nas suas comunidades e famílias e, o Dia Mundial da Missão celebrada e vivida, na medida do possível, dedicada à Missão. O mês de Outubro é dedicado à abertura do Novo Ano Pastoral, neste ano especial por ser o Ano Jubilar da Misericórdia. A nossa Legião procurará, em comunhão com a Igreja Diocesana, a beneficiar de todas as graças advenientes do Jubileu e tudo fazer para que sob o lema da Pastoral da Diocesana “ide, sede o rosto da misericórdia do Pai”, outros possam fixar, contemplar e beneficiar da misericórdia do Pai. A nossa reunião da Regia desse mês acontece nas vésperas da Solenidade de Todos os Santos que se celebra no dia 1 de Novembro. A vocação universal do homem é a santidade. “Sede santos como o vosso Pai do Céu é Santo” (Mt 5, 48). No Manual da Legião, Cap. 11, encontra-se PLANO DA LEGIÃO. O nº 1 fala-nos da Santificação Pessoal. A Legião de Maria quer que os seus membros sejam santos. O próprio manual apresenta como meio de os legionários se santificarem a execução de um serviço pessoal sob o influxo do Espírito Santo. Para a nossa melhor compreensão, reparemos no fogo: para aquecer a água e cozer os alimentos, é preciso que arda. De noite, se quisermos alumiar alguém que se extraviou do caminho, precisamos de servir de uma lâmpada. Deus, para salvar os homens de seus pecados, envia o seu próprio Filho, Deus como Ele. Jesus é o Santo de Deus. Ao fundar a sua Igreja, que devia prolongar a sua obra de salvação, Jesus escolhe os doze homens os Apóstolos. Começou por formá-los demoradamente a fim de os santificar. Ao longo da História da Igreja, aqueles que foram autênticos apóstolos da terra onde viveram, são chamados santos. Por isso, os veneramos e lhes dirigimos as nossas preces. Os legionários, por dever de ofício, deverão dedicar-se ao trabalho intenso do apostolado. Como Jesus, como os apóstolos, querem salvar os outros, levar-lhes a graça. Devem, por isso, antes de mais, ser santos, armazenar absolutamente a graça que desejam comunicar aos seus irmãos. Que conseguiria o legionário que vivesse mal e não começasse por dar o bom exemplo? A Legião de Maria não quer ver-se embaraçada por cristãos medíocres. Por isso, os seus Praesidia deverão ser constituídos por um pequeno grupo de membros activos, cuidadosamente escolhidos, esmeradamente formados, inteiramente dedicados ao serviço da Igreja. O Legionário deve começar por levar uma vida edificante; deve ser modelo de vida cristã; gostar de receber assiduamente os sacramentos; servir o próximo; alimentar o desejo de crescer sempre mais na santidade com a graça de Deus. É por isso, que o Manual declara: o fim da Legião de Maria é a santificação dos seus membros, pela oração e pela cooperação activa na obra de Maria e da Igreja. Os Legionários têm Maria como Chefe do seu exército. Ela deve ser também o seu modelo. Maria é medianeira de todas as graças e Rainha dos Apóstolos. Deus fê-la Imaculada e Cheia de Graça. Ela é, pois, a Rainha de todos os santos.

OS VERDADEIROS LEGIONÁRIOS DEDICAM-SE
DE CORPO E ALMA AO TRABALHO APOSTÓLICO
Mensagem do Director Espiritual da Regia – Setembro 2015

Um exército bem treinado está apto a combater. Legionários bem formados e santos devem estar dispostos a realizar o seu trabalho apostólico. A Legião santifica os seus membros, sobre tudo em ordem ao apostolado. Será pelo exercício desse apostolado que os membros se santificarão mais ainda. A Legião procura desenvolver a santidade dos seus membros dando-lhes uma orientação apostólica; o apostolado, por seu turno, transforma-se em factor indispensável de santificação para os legionários. A Legião está disposta a dedicar-se a
qualquer trabalho de acção social ou católica útil à Igreja e que lhe seja pedido pelas autoridades da mesma. Porém, o seu espírito pede que esta actividade seja orientada para as necessidades mais prementes e actuais. A Legião forma almas generosas, dispostas a empreender grandes coisas e a sacrificar para o bem da Igreja. É necessário levar os legionários a ultrapassarem-se a si mesmos até ao heroísmo. Quanto mais se lhes pedir, mais eles darão. Pedir apenas trabalho insignificante far-lhes-á arrefecer o zelo e ocasionará a sua descida para a mediocridade e tibieza. A Legião impõe aos seus membros activos a realização de um trabalho semanal, apostólico e bem determinado. Mas pretende ir mais longe, quer formar almas apostólicas. Onde quer que se encontre, o legionário deve considerar-se “sempre de serviço”. Estará de atalaia, à espera de todas as ocasiões de apostolado e caridade quepossam surgir. Não capitulará nunca diante do paganismo e do pecado. Combaterá resolutamente. Deus há – de abençoar os seus esforços sobrenaturais e perseverantes. Por isso, a Legião começa por reunir os seus membros para que eles perseverem unanimemente em oração com Maria, a Mãe de Jesus, tal como fizeram os primeiros apóstolos, antes de iniciarem o seu trabalho apostólico. Em seguida, envia-os para os lugares de pecado e sofrimento, a fi m de os transformar. Uma vez, no seu campo de acção, deverão arder o desejo de fazer sempre mais e melhor. Estamos a preparar para iniciar o no Ano Pastoral. O Ano 2016 foi proclamado pelo Santo Padre, o Papa Francisco, como Ano do Jubileu da Misericórdia. Para ajudar a Igreja a viver, e aproveitar as graças do Jubileu, escreveu documento “Vultus Misericordiae” = O Rosto da Misericórdia. Somos todos chamados a contemplar o rosto misericordioso de Deus nosso Pai, sempre pronto a perdoar os nossos pecados desde que haja um verdadeiro arrependimento. “IDE, SEDE O ROSTO DA MISERICÓRDIA DO PAI” é o lema do Novo Ano Pastoral na nossa Diocese. Somos convidados a fazer experiência do Amor misericordioso do Pai e ao mesmo tempo ser seu missionário.

Um pensamento sobre “Mensagens do Director Espiritual

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